DEUS AMA O MUNDO!
Esta não é uma frase a mais,
palavras que poderiam ser eliminadas do Evangelho sem que nada de importante
mudasse. É uma afirmação que capta o núcleo essencial da fé cristã. «Tanto amou
Deus o mundo que entregou o seu Filho único». Este amor de Deus é a origem e o
fundamento da nossa esperança.
“Deus ama o mundo”. Ama-o tal
como é: inacabado e incerto. Cheio de conflitos e contradições. Capaz do melhor
e do pior. Este mundo não segue o seu caminho sozinho, perdido e
desamparado. Deus envolve-o com o Seu amor por todos os lados. Isto tem
consequências muito importantes.
Primeiro: Jesus
é, antes de mais nada, o “presente” que Deus deu ao mundo, e não só aos
cristãos. Os estudiosos podem discutir sem fim sobre muitos aspetos da sua
figura histórica. Os teólogos podem continuar a desenvolver as suas teorias engenhosas.
Mas só quem se aproxima de Jesus como o
grande presente de Deus pode ir descobrindo Nele, com emoção e alegria, a
proximidade de Deus a cada ser humano.
Segundo: A razão de ser da Igreja, a única coisa que
justifica a sua presença no mundo, é recordar o amor de Deus. O Vaticano II
tem sublinhado isso muitas vezes e de muitos modos: a Igreja “é enviada por
Cristo para manifestar e comunicar o amor de Deus a todos os homens e mulheres”.
Nada há mais importante que isso. O
fundamental na missão da Igreja é comunicar o amor de Deus a todos os seres
humanos.
Terceiro: Segundo
João, Deus dá ao mundo esse grande presente que é Jesus, “não para julgar o
mundo, mas para que o mundo se salve por ele”. É perigoso fazer da denúncia e da condenação do mundo moderno todo um
programa pastoral. Só com o coração cheio de amor a todos os seres humanos podemos
chamar-nos uns aos outros à conversão. Se as pessoas se sentem condenadas
por Deus, não estamos transmitindo a elas a mensagem de Jesus, mas outra coisa:
talvez o nosso ressentimento e nossa raiva.
Quarto: Neste
momento em que tudo parece confuso, incerto e desalentador, nada impede que
cada um de nós introduza um pouco de amor no mundo. Foi o que Jesus fez! Não podemos
esperar mais. Não haverá neste momento
homens e mulheres bons que introduzam no mundo, amor, amizade, compaixão,
empatia, justiça, sensibilidade, e ajuda aos que sofrem? São estas pessoas as
que constroem a Igreja de Jesus, a Igreja do Amor.
José Antonio Pagola
Tradução de Antonio Manuel Álvarez Perez
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