Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 745
Dia 05/05/2022 | Terceira
Semana da Páscoa | Quinta-feira
Evangelho segundo
João (6,52-59)
(1)Coloque-se em atitude
de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
· Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
cantando: “Novo sol brilhou” (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=0GwJdVESYDo)
(2)Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de João 6,52-59
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· Esta é a penúltima
parte da catequese de Jesus sobre o verdadeiro alimento, que ele desenvolve
depois de saciar a fome da multidão
· A questão de fundo é o
caminho ou o meio que assegura a salvação da humanidade, sua realização e sua
vida plena
· Para Jesus, a
plenitude da vida não vem nem pelo cumprimento da Lei, nem pela distribuição de
alimentos que cria dependência
· O único modo de
assegurar o acesso a essa plenitude é “viver por causa dele”, ou “comer sua
carne e beber seu sangue”
· A vida vem em
abundância quando assimilamos e fazemos nossa (“comemos”) a humanidade e a
compaixão de Jesus
· O
que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3)Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
· Recomponha na memória
este trecho da catequese pascal que Jesus desenvolve para a multidão que o
procura
· O que significa a
insistência de Jesus, que fala quatro vezes em “comer” sua carne e “beber” seu
sangue?
· Será que não nos enganamos
ainda hoje, pensando que o que nos salva é o “poder” de Jesus, e não sua
compaixão e humanidade?
· Em que apostamos “todas
as nossas fichas”, porque cremos que somente isso nos dá vida e salvação?
· O que significa viver
“por causa de Jesus”, assim como ele viveu “por causa do Pai” que vive e o
enviou?
· Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4)Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
(5)Contemple a vida
à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· O que fazer para
desbancar a ideia de poder e colocar o dinamismo da compaixão no centro da
nossa fé e da nossa ação?
(6)Retorne à vida
cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
a invocação: “Jesus ressuscitado, vencendo a opressão e a morte, tu fazes a nossa
esperança a cada dia mais forte!”
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Medite
e reze com canção “Eu creio num mundo novo” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=RSDN9fNq_yI)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague
a vela e conclua seu momento de oração
Pistas sobre João 6,52-59
Neste penúltimo trecho da “catequese”
que Jesus após o sinal da multiplicação dos pães e dos peixes, a discussão se
concentra na vulnerabilidade da condição humana de Jesus (sua “carne” e seu
“sangue”). No centro da polêmica está a questão do caminho que assegura a vida
plena: este caminho é a Lei (o ditado de Deus) ou a pessoa humana concreta e
frágil de Jesus (o enviado do Pai)?
O judaísmo chamava “Lei” ao conjunto de
valores e práticas (atitudes, mandamentos e proibições) que garantiam que uma
pessoa fosse boa, ou seja, garantiam a salvação. É o que hoje chamamos de
ideologia: conjunto de fins e meios, valores e práticas que nos torna “pessoas
de bem”, diferentes e melhores que os outros. Hoje, são leis como “cada um pra
si”; “quem pode mais chora menos”; “direitos humanos são para os humanos
direitos”; e assim por diante.
Os líderes do judaísmo consideraram
incompreensível e inaceitável que Jesus Cristo, em sua concretude e humana
fragilidade (“carne e sangue”) pudesse ser o caminho para o bem-viver, para ser
agradável a Deus. Para eles, não existia outro caminho senão o poder, a
separação, a supremacia de uns sobre outros, a distância em relação àqueles
“que não rezam pela cartilha deles”.
Jesus, por sua parte, insiste que não
há caminho para a vida abundante que não passe pela assimilação daquela
compaixão que o faz irmão e servidor da humanidade, especialmente das pessoas
excluídas, a ponto de dar a própria vida. Isso fica claro na expressão “carne e
sangue”, que Jesus repete quatro vezes. É na sua paixão e morte que ele dá seu
corpo e sangue e se torna pão para a vida do mundo. Salva-se quem assimila sua
humanidade.
Assim, Jesus de Nazaré, o Enviado do
Pai para dar vida ao mundo, o Filho do Homem que demonstra em sinais a
compaixão de Deus especialmente pelas pessoas e grupos mais oprimidos e
sofredores, assume e supera o Antigo Testamento, mostra que a Lei caducou. O
amor incondicional e generoso manifestado por Jesus e assimilado por seus
discípulos é o que dá vida ao mundo. Quem come deste “pão”, viverá eternamente,
e saciará a fome e a sede da humanidade.
(Itacir Brassiani msf)
Alegria e esperança
“Num momento em que o desenvolvimento econômico teria
condições de se fazer de maneira racional e humana, com a progressiva
diminuição das desigualdades sociais, elas estão se tornando cada vez mais
graves, com a deterioração econômica dos mais fracos e o desprezo dos pobres. Para uma enorme e crescente multidão, falta
o absolutamente necessário, enquanto alguns, mesmo em regiões pobres, vivem na
maior opulência, dissipando riquezas. O luxo e a miséria convivem, lado a lado.” (Vaticano
II, Gaudium et Spes, § 63).
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um
terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons
e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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