quinta-feira, 9 de maio de 2024

O Evangelho em nossa vida (345)

345 | Ano B | 6ª Semana da Páscoa | Sexta-feira | João 16,20-23

10/05/2024

Estamos nos encaminhando para o fim do diálogo catequético e exortativo de Jesus com seus discípulos, na sequência da ceia de despedida e pouco antes de ser preso. O texto de hoje começa retomando o último versículo de ontem, e desenvolve o mesmo tema da mudança da tristeza em alegria, agora recorrendo à bela metáfora do parto. O tema desenvolve o contraste entre a situação momentânea da comunidade dos/as discípulos/as e o mundo e, ao mesmo tempo, apresenta a mudança radical da situação no horizonte da fé.

A imagem da mulher em trabalho de parto nos remete a Eva, a mãe dos viventes, ao povo de Deus, cuja relação com Deus era frequentemente comparada à relação conjugal, e à humanidade, da qual Jesus se apresenta como esposo, nas bodas de Caná. A referência à angústia, à tristeza e aos apuros nos remete a uma situação de perseguição social, mas, com a imagem da mulher em trabalho de parto, acena também para o mistério do nascimento da nova humanidade, de homens e mulheres novos.

A metáfora do grão de trigo, que cai na terra, morre, germina e se transforma em muitos, pode completar a analogia do parto. Ambas as imagens nos fazem imaginar a saída de uma situação de opressão ou grande limitação e o nascimento de um povo novo, livre e autônomo. É através da entrega generosa e incondicional de si mesmo que o ser humano chega à sua plena realização, ou seja, nasce realmente. Entregando-se, Jesus não deixa de ser humano, mas, ao contrário, torna-se plenamente humano.

Como a semente de trigo e a alegria da mãe ao tomar nos braços seu filho recém-nascido, a comunidade cristã experimentará uma alegria profunda e plena na experiência do recebimento do Espírito, que a defende nas perseguições e a conserva na fidelidade. À luz dessa experiência, a comunidade dos discípulos e discípulas compreenderá tudo o que aconteceu com Jesus e com ela mesma, e superará a confusão e as dúvidas. Então, diz Jesus, a alegria será permanente, pois a vitória final está assegurada. Mas esta vitória sobre as forças do mundo será aquela que ele mesmo consolidou: a vitória da cruz. Ele voltará a ver seus discípulos e a conviver com eles.

 

Meditação:

·    Coloque-se em meio aos discípulos, perturbados a traição que se desenhava, com a partida próxima de Jesus e com o anúncio da oposição que sofreriam para continuar sua missão

·    Tente interagir com os discípulos, observando a confusão e o medo que eles vivem e não conseguem enfrentar

·    Tome consciência das resistências, oposições e perseguições que os cristãos coerentes e os humanistas e democratas vêm enfrentando nesse grave momento da conjuntura política nacional e internacional

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