343 | Ano B | 6ª Semana da Páscoa | Quarta-feira | João
16,12-15
08/05/2024
Na solenidade da
Santíssima trindade, o evangelho que nos ilumina faz parte do diálogo
exortativo com o qual Jesus prepara os discípulos para a sua Hora, sua paixão e
morte. Pouco a pouco, Jesus foi sublinhando a boa e desejável novidade: o envio
do seu Espírito como dinamismo de comunhão com ele, com o Pai e com os irmãos e
irmãs e, ao mesmo tempo, dinamismo que sustenta as comunidades de discípulos/as
em permanente saída missionária.
Nos versículos de
hoje, Jesus atribui ao Espírito da
Verdade o papel de guiar os/as
discípulos/as na compreensão das consequências da aceitação da sua
mensagem, num processo de compreensão e interpretação que evolui de acordo com
os acontecimentos. O Espírito é mestre
experimentado que explica e aplica o Evangelho de Jesus na vida concreta das
comunidades de discípulos e discípulas imersos num mundo extremamente hostil à
novidade cristã.
A voz do Espírito
é a voz de Jesus, ele fala aquilo que “ouve” de Jesus, assim como Jesus
compartilha Palavra e Ação com o Pai. Eles têm em comum o amor fiel e generoso
pelo ser humano. Por isso, assim como guiou e sustentou Jesus na sua missão
emancipadora, o Espírito guia a comunidade cristã na sua atividade em favor da libertação
dos homens e mulheres cativos dos seus próprios temores e do domínio das
instituições que oprimem e discriminam.
É quando Jesus,
por amor, desce aos lugares mais inferiores que se possa imaginar, que ele
honra o amor do Pai e consuma a vocação à qual são chamados todos os seres
humanos. E isso só é possível para os discípulos/as mediante a abertura à ação
regeneradora e transformadora do Espírito Santo, que estabelece a relação de
comunhão de tudo com tudo: do Pai com o Filho; do Pai e do Filho conosco; a
nossa relação com os outros, com todas as criaturas.
É esse o sentido
da afirmação aparentemente estranha de Jesus, quando diz que “todas as coisas
do Pai são minhas” e que “ele vai receber do que é meu”. Não obstantes serem
três e conservarem sua própria “personalidade”, eles são como “uma só coisa” na
qualidade e na intensidade do amor compassivo pelas suas criaturas. Eles
compartilham do mesmo espírito: o amor incondicional.
Meditação:
· Coloque-se em meio aos discípulos, perturbados com o gesto
extremo de fraternidade de Jesus, com o anúncio da sua morte e com a previsão
da oposição que eles mesmos sofreriam para continuar a missão de Jesus
· Você percebe, também hoje, sinais de oposição e resistência à
missão dos seguidores/as de Jesus?
· Quem implicações tem em nossa vida e nossas relações nossa fé
num Deus que sustenta a originalidade de cada ser (três pessoas) e dinamiza a
unidade pela comunhão (um só Deus)?
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