terça-feira, 7 de maio de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (343)

343 | Ano B | 6ª Semana da Páscoa | Quarta-feira | João 16,12-15

08/05/2024

Na solenidade da Santíssima trindade, o evangelho que nos ilumina faz parte do diálogo exortativo com o qual Jesus prepara os discípulos para a sua Hora, sua paixão e morte. Pouco a pouco, Jesus foi sublinhando a boa e desejável novidade: o envio do seu Espírito como dinamismo de comunhão com ele, com o Pai e com os irmãos e irmãs e, ao mesmo tempo, dinamismo que sustenta as comunidades de discípulos/as em permanente saída missionária.

Nos versículos de hoje, Jesus atribui ao Espírito da Verdade o papel de guiar os/as discípulos/as na compreensão das consequências da aceitação da sua mensagem, num processo de compreensão e interpretação que evolui de acordo com os acontecimentos. O Espírito é mestre experimentado que explica e aplica o Evangelho de Jesus na vida concreta das comunidades de discípulos e discípulas imersos num mundo extremamente hostil à novidade cristã.

A voz do Espírito é a voz de Jesus, ele fala aquilo que “ouve” de Jesus, assim como Jesus compartilha Palavra e Ação com o Pai. Eles têm em comum o amor fiel e generoso pelo ser humano. Por isso, assim como guiou e sustentou Jesus na sua missão emancipadora, o Espírito guia a comunidade cristã na sua atividade em favor da libertação dos homens e mulheres cativos dos seus próprios temores e do domínio das instituições que oprimem e discriminam.

É quando Jesus, por amor, desce aos lugares mais inferiores que se possa imaginar, que ele honra o amor do Pai e consuma a vocação à qual são chamados todos os seres humanos. E isso só é possível para os discípulos/as mediante a abertura à ação regeneradora e transformadora do Espírito Santo, que estabelece a relação de comunhão de tudo com tudo: do Pai com o Filho; do Pai e do Filho conosco; a nossa relação com os outros, com todas as criaturas.

É esse o sentido da afirmação aparentemente estranha de Jesus, quando diz que “todas as coisas do Pai são minhas” e que “ele vai receber do que é meu”. Não obstantes serem três e conservarem sua própria “personalidade”, eles são como “uma só coisa” na qualidade e na intensidade do amor compassivo pelas suas criaturas. Eles compartilham do mesmo espírito: o amor incondicional.

 

Meditação:

·    Coloque-se em meio aos discípulos, perturbados com o gesto extremo de fraternidade de Jesus, com o anúncio da sua morte e com a previsão da oposição que eles mesmos sofreriam para continuar a missão de Jesus

·    Você percebe, também hoje, sinais de oposição e resistência à missão dos seguidores/as de Jesus?

·    Quem implicações tem em nossa vida e nossas relações nossa fé num Deus que sustenta a originalidade de cada ser (três pessoas) e dinamiza a unidade pela comunhão (um só Deus)?

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