sexta-feira, 3 de maio de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (339)


339 | Ano B | 5ª Semana da Páscoa | Sábado | João 15,18-21

04/05/2024

Depois da alegoria da videira e dos ramos, e depois do longo diálogo formativo com os/as discípulos/as, Jesus conclui sua seção de catequese advertindo seus discípulos sobre as consequências da adesão a ele e ao caminho do Reino de Deus: ao lado dos frutos e da alegria por fazer o bem a todos/as, ódio e perseguição. E não é a primeira vez que Jesus alerta seus discípulos/as sobre isso. Ele não quer enganar ninguém, e o que ele mesmo enfrenta não deixa dúvidas. Por isso, todos devem avaliar muito bem os riscos.

Aquilo que Jesus faz e ensina, mesmo sendo objetivamente bom para as pessoas mais penalizadas, é visto com suspeita e ódio pelo “mundo”, porque se opõe à sua lógica de dominação e exclusão, denunciando-a e enfrentando-a. A perseguição implacável dirigida contra ele não o afeta, e ele vive sereno e destemido, e jamais recua na sua missão de resgatar a vida das garras de um sistema social e religioso opressor e excludente.

No evangelho segundo João, “mundo” é a palavra usada para designar o sistema de dominação que odeia e maltrata o ser humano, especialmente os mais vulneráveis. Este sistema/mundo é radicalmente injusto e falso, e persegue quem o desmascara e enfrenta. Porque tanto Jesus como seus discípulos romperam com ele e suas imposições, são vigiados e tratados como suspeitos. Não romper com o “mundo” significa ser refém do pecado.

O alerta de Jesus aos que, em todos os tempos, se propõem a segui-lo é claro: se tratam assim ao Senhor, são capazes de fazer muito mais contra seus servos. “Se perseguiram a mim, perseguirão também a vós”. E os escravos do “príncipe deste mundo” agem assim porque não conhecem Deus, a quem, mentindo, dizem servir. Eles têm uma ideia falsa e escravizadora de Deus, servem a outro senhor.

Mas o realismo de Jesus não é cínico, nem pessimista. Ele sabe que a semente que cai na terra e morre, não fica só. Há um “pequeno rebanho” que conhece sua voz, um broto que nasce de um toco aparentemente seco, que guarda sua palavra e segue seus passos. Este punhado de gente também reconhecerá seus discípulos/as, acolherá a palavra deles e fará parte da caravana que torna o fértil o deserto do mundo.

 

Meditação:

·    Recorde no coração e deixe ressoar cada expressão ou palavra deste alerta de Jesus aos discípulos que ele ama e cuida

·    Procure recordar algumas entre as inúmeras cenas de ódio e violência contra Jesus, e busque a origem e a lógica desta reação

·    Será que há cristãos que pensam crer em Jesus e anunciar seu Evangelho sem romper com o sistema que oprime e domina?

·    Você acha que as pessoas que fazem isso conhecem de fato o Deus em quem dizem acreditar, ou falsificaram a imagem de Deus?

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