sexta-feira, 17 de maio de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (353)

353 | Ano B | 7ª Semana da Páscoa | Sábado | João 21,20-25

18/05/2024

A bela e instigante cena de ontem terminou com o convite imperativo de Jesus a Pedro: “Segue-me!” Pedro volta-se finalmente para Jesus (movimento de conversão?) e vê que o discípulo amigo, que jamais duvidara ou abandonara Jesus, continuava seguindo-o. Pedro pergunta a Jesus o que será dele, qual será o itinerário desse discípulo amigo e fiel. Com essa inquietação, Pedro parece dar a entender que pretende segui-lo.

Jesus não responde à pergunta de Pedro, mas questiona seu desejo implícito, afirmando com ênfase: “O que você tem a ver com isso? Trate de me seguir!” Jesus sublinha que, para um discípulo/a missionário/a, essencial é seguir Jesus, e cada um/a o faz com um itinerário pessoal, sem afastar-se da comunidade e sem desertar da missão. Ninguém deve seguir ninguém, e todos/as devem seguir e testemunhar Jesus, de quem recebem o Espírito.

Jesus diz que o discípulo amigo e fiel poderá permanecer, enquanto ele mesmo continua vindo. Isso quer dizer que, tanto o amor de Jesus feito sacramento na eucaristia quanto a missão que ele nos confia, se prolongam no tempo, sem uma data prevista para terminar. Tornar-se discípulo/a de Jesus é uma aventura que nunca termina de começar. No finalzinho da sua vida, Pedro começa este caminho que se recusara a fazer antes, porque só acreditava num messias poderoso, e desejava o papel de protagonista.

Jesus se empenha em curar pela raiz esse mal que ameaça inclusive a nós, ajudando Pedro a renunciar à ambição de ser o primeiro, a aceitar ser amigo e não súdito, a reconhecer que nesse caminho ninguém é mais que ninguém, a se dispor a um amor generoso e incondicional que poderá levá-lo à morte.

No começo da cena (cf. 21,15), Pedro é tratado por Jesus como “Simão, filho de João”, sublinhando seu vínculo com aqueles que esperavam um messias nacionalista e poderoso. Ele termina sendo tratado por Pedro, o nome que Jesus lhe deu, incluindo-o entre os discípulos. Agora sim, chegando à maturidade, Pedro é pedra preciosa e firme, base da sólida construção da casa de Deus.

 

Meditação:

·    Situe-se junto de Jesus, Pedro e o discípulo fiel e procure compreender a inquietação de Pedro e a orientação clara de Jesus

·    Deixe que ressoem em você o diálogo de Jesus com Pedro, assim como o desconcerto de Pedro em iniciar o caminho que o outro discípulo já percorria a muito tempo

·    Que luzes e ressonâncias esta bela cena tem para nós, nossas famílias e nossas comunidades cristãs?

·    Como evitar a comparação marcada pela inveja ou pelo menosprezo do jeito de seguir jesus dos irmãos e irmãs de outras Igrejas?

Nenhum comentário: