344 | Ano B | 6ª Semana da Páscoa | Quinta-feira | João
16,16-20
09/05/2024
Prosseguimos a
leitura e a contemplação do diálogo exortativo com o qual Jesus prepara os
discípulos para a sua paixão e morte, bem como para a missão que os espera.
Jesus fala da alternância de tempos: em alguns momentos ele estará próximo dos
seus discípulos e, em outros, ele estará aparentemente ausente. Está claro que
ele não se refere apenas à sua paixão e morte, mas também ao tempo posterior,
ao tempo da Igreja. Há tempos em que Jesus nos parece distante ou ausente, mas
ele está com o Pai.
Os discípulos
continuam desconcertados, e não conseguem compreender esta anunciada ausência
de Jesus. Tremem só em pensar nos tempos difíceis da missão que os espera. Para
eles, a ida de Jesus ao Pai, pela cruz, é apenas desaparecimento e morte, e,
por isso, o sentimento de tristeza toma conta deles e implode o sonho de
sucesso e prosperidade. Eles não conseguem entender que a ausência de Jesus é
sempre breve, e benfazeja, pois os ajuda a superar apegos e medos infantis.
Aparentemente, o
problema deles é a compreensão do que poderia significar “um pouco de tempo”.
Jesus, porém, não explica o significado quantitativo dessa expressão. Ele
prefere sublinhar a qualidade superior da sua presença e da visão que o
Espírito concede aos/às que o acolhem. A alegria do mundo pela aparente derrota
da cruz será breve, e, por isso, a tristeza dos/as discípulos/as também será
breve. Com o envio e a experiência do Espírito, a dor intensa provocada pelas
perseguições será superada, e a alegria será profunda e duradoura. É para ela
que caminhamos!
Precisamos
entender que a presença de Jesus na vida dos/as discípulos/as se dá de duas
maneiras diferentes e, ao mesmo tempo, complementares: uma é a presença física,
de breve duração; outra é a presença como memória e Espírito, duradoura e dinamizadora.
A esses dois modos de presença correspondem também, da parte dos/as
discípulos/as, dois modos de ver a vida: a visão corporal e a visão espiritual.
A primeira, ressalta os problemas e desafios; a segunda, vislumbra a realização
de novos céus e nova terra.
Meditação:
· Tome consciência das incompreensões e resistências que os
cristãos enfrentam nesse grave momento da conjuntura política nacional
· Coloque-se em meio aos discípulos, perturbados com o anúncio da
oposição que sofreriam para continuar a missão de Jesus
· Se for o caso, faça as perguntas profundas que nos inquietam:
Onde está o Senhor que procuramos, e como podemos vê-lo? Como viver sem sua
presença física, e quando e como ele voltará? Que sentido tem a história humana
depois de Jesus, ou sem ele?
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