quarta-feira, 8 de maio de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (344)

344 | Ano B | 6ª Semana da Páscoa | Quinta-feira | João 16,16-20

09/05/2024

Prosseguimos a leitura e a contemplação do diálogo exortativo com o qual Jesus prepara os discípulos para a sua paixão e morte, bem como para a missão que os espera. Jesus fala da alternância de tempos: em alguns momentos ele estará próximo dos seus discípulos e, em outros, ele estará aparentemente ausente. Está claro que ele não se refere apenas à sua paixão e morte, mas também ao tempo posterior, ao tempo da Igreja. Há tempos em que Jesus nos parece distante ou ausente, mas ele está com o Pai.

Os discípulos continuam desconcertados, e não conseguem compreender esta anunciada ausência de Jesus. Tremem só em pensar nos tempos difíceis da missão que os espera. Para eles, a ida de Jesus ao Pai, pela cruz, é apenas desaparecimento e morte, e, por isso, o sentimento de tristeza toma conta deles e implode o sonho de sucesso e prosperidade. Eles não conseguem entender que a ausência de Jesus é sempre breve, e benfazeja, pois os ajuda a superar apegos e medos infantis.

Aparentemente, o problema deles é a compreensão do que poderia significar “um pouco de tempo”. Jesus, porém, não explica o significado quantitativo dessa expressão. Ele prefere sublinhar a qualidade superior da sua presença e da visão que o Espírito concede aos/às que o acolhem. A alegria do mundo pela aparente derrota da cruz será breve, e, por isso, a tristeza dos/as discípulos/as também será breve. Com o envio e a experiência do Espírito, a dor intensa provocada pelas perseguições será superada, e a alegria será profunda e duradoura. É para ela que caminhamos!

Precisamos entender que a presença de Jesus na vida dos/as discípulos/as se dá de duas maneiras diferentes e, ao mesmo tempo, complementares: uma é a presença física, de breve duração; outra é a presença como memória e Espírito, duradoura e dinamizadora. A esses dois modos de presença correspondem também, da parte dos/as discípulos/as, dois modos de ver a vida: a visão corporal e a visão espiritual. A primeira, ressalta os problemas e desafios; a segunda, vislumbra a realização de novos céus e nova terra.

 

Meditação:

·    Tome consciência das incompreensões e resistências que os cristãos enfrentam nesse grave momento da conjuntura política nacional

·    Coloque-se em meio aos discípulos, perturbados com o anúncio da oposição que sofreriam para continuar a missão de Jesus

·    Se for o caso, faça as perguntas profundas que nos inquietam: Onde está o Senhor que procuramos, e como podemos vê-lo? Como viver sem sua presença física, e quando e como ele voltará? Que sentido tem a história humana depois de Jesus, ou sem ele?

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