342 | Ano B | 6ª Semana da Páscoa | Terça-feira | João
16,5-11
07/05/2024
Na semana que
antecede a solenidade da Ascensão, meditaremos trechos do afetuoso diálogo de
Jesus com seus discípulos depois da última ceia com eles, e antes da traição e
prisão. Pressentindo a iminência da sua condenação à morte, Jesus faz questão
de sublinhar que sua “saída” para o Pai, por quem foi enviado e em cujo nome
falou e agiu, fará bem para o amadurecimento dos/as discípulos/as. Ele vai para
voltar como inspiração, força e defesa.
Os/as
discípulos/as não entendem como a paixão e morte de Jesus pode ser sua volta ao
Pai e a plena e fiel presença do Pai nas dores da humanidade e nas
encruzilhadas da história. Toda explicação parece-lhes supérflua e vazia. A
separação continua a ser vista como escandalosa e definitiva, e por isso são
acossados pelo medo e pela tristeza. Eles não conseguem entender o mistério da
semente.
Precisamos
entender que o envio do Espírito de Deus e a sua assimilação na caminhada de
discípulos/as missionários/as depende da paixão e morte de Jesus. Sem a cruz, o
Espírito seria entendido apenas em parte, seria privado do seu núcleo vivo que
é o amor extremo, que desce aos infernos para regenerar o humano em nós. O
Espírito é entrega generosa de si, sem “se” e sem “mas”.
Recebendo o
Espírito Santo e deixando-nos guiar por ele, passamos de uma visão de Jesus
como simples “modelo de vida” a ser admirado, e o assumimos como fonte dinâmica
da vida que se manifesta nele e nos vem dele. Nele, por ele e com ele somos
capazes de reconhecer no mistério da cruz tanto a manifestação da violência
destruidora como do amor infinito e apaixonado de Deus Pai e do “Filho do
Homem”.
O
Espírito/Defensor que recebemos do Pai por Jesus move um processo contrário
àquele que vitimou Jesus e condena seus discípulos/as: os/as condenados/as são
inocentes, e os/as juízes/as que os condenam são os/as verdadeiros/as
criminosos/as. O chefe deste mundo – personificado no grupo que dirige o
judaísmo, condena Jesus e excomunga seus discípulos – não tem nenhum poder
sobre os/as seguidores/as de Jesus. Eles/as são livres de si mesmos/as e de
tudo para amar.
Meditação:
· Coloque-se em meio aos discípulos, perturbados com o gesto de
amor extremo de Jesus, com o anúncio da sua morte e a previsão da oposição que
sofreriam para continuar a missão de Jesus
· Você percebe sinais de oposição e resistência à missão dos
seguidores/as de Jesus? Como e onde estes sinais aparecem?
· Tome consciência das incompreensões, resistências e oposições
que os cristãos coerentes enfrentam na atual conjuntura política nacional,
Nenhum comentário:
Postar um comentário