segunda-feira, 20 de maio de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (356)

356 | Ano B | 7ª Semana Comum| Terça-feira | Marcos 9,30-37

21/05/2024

Um pouco antes da cena de hoje, alguns discípulos haviam visto Jesus transfigurado e ouvido uma voz pedindo que escutassem o que ele lhes dizia. A multidão acorria a Jesus, impressionada pela cura de um menino mudo. É neste contexto que Jesus não quer que ninguém saiba para onde vai. Jesus fez isso “porque estava ensinando seus discípulos”.

A arte de formar discípulos ocupa Jesus inteiramente. Eles haviam fracassado na tentativa de curar um menino mudo. Faltava-lhes a confiança em Deus, cultivadas especialmente na oração. Eles corriam atrás de ações poderosas e lugares de honra, e não conseguiam admitir um Messias vulnerável, que não busca o sucesso e que, inclusive, padece a morte na mão dos líderes nacionais.

Por isso, Jesus repete o ensinamento apresentado anteriormente: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, quando estiver morto, depois de três dias ele ressuscitará”. O resultado não foi muito animador, pois “os discípulos não compreendiam o que Jesus estava dizendo e tinham medo de fazer perguntas”. É o medo de enfrentar a verdade, de descobrir as exigências do caminho que leva à vida plena.

O mais impressionante é que, além de não compreender os repetidos anúncios da rejeição e da humilhação e de demonstrar medo de perguntar, os discípulos se envolvem com outras questões complicadas. Jesus está atento às conversas de estrada, e quando chegam em casa, pergunta-lhes: “Sobre o que vocês estavam discutindo no caminho?” Ninguém se atreve a dizer que discutiam sobre qual deles seria o maior.

Será que não é isso também o que muitos pais e mães sonham para seus filhos e filhas: sucesso, fama, prosperidade? Mas claramente não é essa a perspectiva proposta e trilhada por Jesus Cristo. Jesus desmascara as aspirações de poder, coloca fim às nossas discussões sobre quem é o maior. Insistindo que o seu caminho passa pela rejeição e recorrendo ao símbolo das crianças, Jesus aponta claramente para outra direção.

 

Meditação:

·    Retome, com todas nuances, a cena, a atitude dos discípulos, o gesto e as palavras de Jesus neste trecho do Evangelho

·    Quais são as posições sociais que almejamos e os modelos humanos que nos inspiram e que gostaríamos de imitar?

·    Será que a indiferença de alguns setores cristãos à leitura dos evangelhos não se deve ao medo de entender a proposta de Jesus?

·    Você, sua família e sua comunidade estão tirando as consequências e levando a sério a afirmação de Jesus: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que está acolhendo”?

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