356 | Ano B | 7ª Semana Comum| Terça-feira | Marcos
9,30-37
21/05/2024
Um pouco antes da
cena de hoje, alguns discípulos haviam visto Jesus transfigurado e ouvido uma
voz pedindo que escutassem o que ele lhes dizia. A multidão acorria a Jesus, impressionada
pela cura de um menino mudo. É neste contexto que Jesus não quer que ninguém
saiba para onde vai. Jesus fez isso “porque estava ensinando seus discípulos”.
A arte de formar
discípulos ocupa Jesus inteiramente. Eles haviam fracassado na tentativa de
curar um menino mudo. Faltava-lhes a confiança em Deus, cultivadas
especialmente na oração. Eles corriam atrás de ações poderosas e lugares de
honra, e não conseguiam admitir um Messias vulnerável, que não busca o sucesso
e que, inclusive, padece a morte na mão dos líderes nacionais.
Por isso, Jesus
repete o ensinamento apresentado anteriormente: “O Filho do Homem vai ser
entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, quando estiver morto,
depois de três dias ele ressuscitará”. O resultado não foi muito animador, pois
“os discípulos não compreendiam o que Jesus estava dizendo e tinham medo de
fazer perguntas”. É o medo de enfrentar a verdade, de descobrir as exigências
do caminho que leva à vida plena.
O mais
impressionante é que, além de não compreender os repetidos anúncios da rejeição
e da humilhação e de demonstrar medo de perguntar, os discípulos se envolvem
com outras questões complicadas. Jesus está atento às conversas de estrada, e
quando chegam em casa, pergunta-lhes: “Sobre o que vocês estavam discutindo no
caminho?” Ninguém se atreve a dizer que discutiam sobre qual deles seria o
maior.
Será que não é
isso também o que muitos pais e mães sonham para seus filhos e filhas: sucesso,
fama, prosperidade? Mas claramente não é essa a perspectiva proposta e trilhada
por Jesus Cristo. Jesus desmascara as aspirações de poder, coloca fim às nossas
discussões sobre quem é o maior. Insistindo que o seu caminho passa pela
rejeição e recorrendo ao símbolo das crianças, Jesus aponta claramente para outra
direção.
Meditação:
· Retome,
com todas nuances, a cena, a atitude dos discípulos, o gesto e as palavras de
Jesus neste trecho do Evangelho
·
Quais são as posições sociais que almejamos e os
modelos humanos que nos inspiram e que gostaríamos de imitar?
·
Será que a indiferença de alguns setores cristãos à
leitura dos evangelhos não se deve ao medo de entender a proposta de Jesus?
· Você,
sua família e sua comunidade estão tirando as consequências e levando a sério a
afirmação de Jesus: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que
está acolhendo”?
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