351 | Ano B | 7ª Semana da Páscoa | Quinta-feira | João
17,20-26
16/05/2024
Os versículos propostos para a nossa reflexão na
liturgia de hoje são a parte final da chamada “oração sacerdotal” de Jesus, que
representam suas últimas palavras antes da sua prisão, realizada com a ajuda de
Judas, membro do grupo dos/as discípulos/as. Estando prestes a fazer a
travessia da cruz e antevendo a fragilidade e a grandeza dos/as discípulos/as
de todos os tempos, Jesus os recomenda ao Pai e pede por eles/as, por nós.
Jesus pede ao Pai tendo diante de si a humanidade
inteira e a consciência de que sua missão está chegando ao ápice e ao fim. Ele
alarga o horizonte da sua oração, e pede pelos/as futuros discípulos/as, seguro
de que neles/as e por eles/as sua missão continuará. É nesta perspectiva que
ele insiste na unidade radical, dinâmica e profunda de todos/as aqueles/as que
acreditam nele. Esta unidade é o movente e a condição para que o mundo creia
nele.
A unidade em torno da novidade e da ação de Jesus e
seu Evangelho se baseia no conhecimento e na comunhão recíproca de
discípulos/as, comunidades e Igrejas, que por sua vez, é fruto do amor
incondicional (“como eu vos amei”). Essa unidade é condição para a união com
Deus Pai e alternativa às relações de dominação ou indiferença. Sem essa
unidade vivida na comunidade, o próprio Jesus Cristo será visto apenas como um
sonhador ou teórico a mais.
A glória que Jesus nos revela e nos transmite não é
outra coisa que o dinamismo do amor com que nos amou, um amor incondicional
pelos não-amados, prova de que ele foi enviado pelo Pai e força que nos torna filhos/as
e irmãs/os. Contemplar essa glória significa reconhecer, acolher e corresponder
ao amor que ele manifesta na cruz. O que brilha, o que dá “peso” e relevância,
o que resplandece (=glória) é sempre o amor-doação.
Jesus manifesta seu desejo de que os/as
discípulos/as estejam com ele, gozem com ele da vida plena e da filiação do
Pai. Ele quer que, diante do Pai, sejamos como ele, gozemos com ele do mesmo
amor com que o Pai o amou e vivamos em profunda comunhão com ele e com todos/as
os/as que nele creem. Ele mesmo se identifica conosco, vive uma união viva e
dinâmica com a comunidade que reuniu. Não há lugar para divisões entre
aqueles/as que seguem Jesus...
Meditação:
· Situe-se junto de Jesus, compartilhe seus sentimentos e
pensamentos, e entre com ele no espírito da oração
· Perceba como ele pede, com serenidade e insistência, pelos/as
discípulos/as – por nós! – que ainda viriam a aderir a ele
· Identifique com clareza o que você, sua família e o povo de Deus
mais necessitam hoje e faça seu os pedidos de Jesus
· Como a forma e o conteúdo dessa oração de Jesus pode instruir e
orientar nossa oração pessoal e familiar e estimular e dirigir as relações
ecumênicas?
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