quarta-feira, 15 de maio de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (351)

351 | Ano B | 7ª Semana da Páscoa | Quinta-feira | João 17,20-26

16/05/2024

Os versículos propostos para a nossa reflexão na liturgia de hoje são a parte final da chamada “oração sacerdotal” de Jesus, que representam suas últimas palavras antes da sua prisão, realizada com a ajuda de Judas, membro do grupo dos/as discípulos/as. Estando prestes a fazer a travessia da cruz e antevendo a fragilidade e a grandeza dos/as discípulos/as de todos os tempos, Jesus os recomenda ao Pai e pede por eles/as, por nós.

Jesus pede ao Pai tendo diante de si a humanidade inteira e a consciência de que sua missão está chegando ao ápice e ao fim. Ele alarga o horizonte da sua oração, e pede pelos/as futuros discípulos/as, seguro de que neles/as e por eles/as sua missão continuará. É nesta perspectiva que ele insiste na unidade radical, dinâmica e profunda de todos/as aqueles/as que acreditam nele. Esta unidade é o movente e a condição para que o mundo creia nele.

A unidade em torno da novidade e da ação de Jesus e seu Evangelho se baseia no conhecimento e na comunhão recíproca de discípulos/as, comunidades e Igrejas, que por sua vez, é fruto do amor incondicional (“como eu vos amei”). Essa unidade é condição para a união com Deus Pai e alternativa às relações de dominação ou indiferença. Sem essa unidade vivida na comunidade, o próprio Jesus Cristo será visto apenas como um sonhador ou teórico a mais.

A glória que Jesus nos revela e nos transmite não é outra coisa que o dinamismo do amor com que nos amou, um amor incondicional pelos não-amados, prova de que ele foi enviado pelo Pai e força que nos torna filhos/as e irmãs/os. Contemplar essa glória significa reconhecer, acolher e corresponder ao amor que ele manifesta na cruz. O que brilha, o que dá “peso” e relevância, o que resplandece (=glória) é sempre o amor-doação.

Jesus manifesta seu desejo de que os/as discípulos/as estejam com ele, gozem com ele da vida plena e da filiação do Pai. Ele quer que, diante do Pai, sejamos como ele, gozemos com ele do mesmo amor com que o Pai o amou e vivamos em profunda comunhão com ele e com todos/as os/as que nele creem. Ele mesmo se identifica conosco, vive uma união viva e dinâmica com a comunidade que reuniu. Não há lugar para divisões entre aqueles/as que seguem Jesus...

 

Meditação:

·    Situe-se junto de Jesus, compartilhe seus sentimentos e pensamentos, e entre com ele no espírito da oração

·    Perceba como ele pede, com serenidade e insistência, pelos/as discípulos/as – por nós! – que ainda viriam a aderir a ele

·    Identifique com clareza o que você, sua família e o povo de Deus mais necessitam hoje e faça seu os pedidos de Jesus

·    Como a forma e o conteúdo dessa oração de Jesus pode instruir e orientar nossa oração pessoal e familiar e estimular e dirigir as relações ecumênicas?

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