domingo, 12 de maio de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (348)

348 | Ano B | 7ª Semana da Páscoa | Segunda | João 16,29-33

13/05/2024

Estamos no último trecho da catequese na qual Jesus fala sobre o sentido da sua partida para o Pai, das perseguições que seus discípulos/as sofrerão e do envio do Espírito Consolador e animador da missão. E amanhã iniciaremos a meditação da bela oração que Jesus dirige ao Pai, diante dos discípulos, antes de ser preso e crucificado, e que há anos inspira a Semana de Oração pela Unidade Cristã realizada por um grupo de Igrejas cristãs no Brasil.

Os discípulos demonstram que não superaram ainda uma fé ilusória e limitada. Eles pensam que Jesus adivinhou as perguntas e dúvidas que tinham, e imaginam que ele sabe tudo e, somente por isso, prova que vem de Deus. Como Nicodemos (cf. Jo 3,1-12), eles consideram Jesus um mestre excepcional, e se admiram do seu saber. Mas ignoram que ele é mestre porquê entrega sua vida por amor, lava os pés dos discípulos e se importa com todas as vítimas. Ele não é mestre somente por ensinar uma doutrina clara e oportuna.

Jesus demonstra que conhece seus discípulos mais que eles mesmos se conhecem, e reage com ironia. Por mais eles que pretendam dar a impressão de coragem, serão discípulos maduros somente depois da paixão e morte de Jesus. Por isso, Jesus os adverte que se dispersarão como um rebanho que abandona seu pastor, como já acontecera no final da multiplicação dos pães e peixes, e depois da catequese sobre o pão verdadeiro (cf. Jo 6, 17 e 6,66). Na verdade, eles deixarão Jesus sozinho, e cada um irá para sua casa e seus interesses. E disso Pedro também é o protótipo.

Mesmo assim, realista e amigo que é, Jesus quer tranquilizar seus discípulos. Pede que eles não percam a paz, mas insiste que esta paz virá somente da permanência na união com ele, aconteça o que acontecer. Com a entrega de Jesus por amor, a ordem injusta do mundo perde sua legitimação religiosa e sua força, e fica desacreditada. A perseguição é certa, mas a vitória é segura. É essa a convicção com a qual Jesus empreende sua última e mais exigente travessia, e é isso que ele transmite aos discípulos antes de selar o livre dom de si mesmo na cruz, em maio a outros excluídos.

 

Meditação:

·    Situe-se junto aos discípulos, perceba a superficialidade da fé que eles vivem e que nós, muitas vezes, vivemos

·    Acolha a ironia, a advertência e as palavras consoladoras que Jesus dirige aos seus discípulos/as de todos os tempos

·    O que significa a afirmação de Jesus “eu venci o mundo”? Quais são as consequências dessa vitória para nós, seus discípulos/as?

·    Como repercute em você a advertência de que, diante das dificuldades, nos dispersaremos, cada um para as suas coisas?

Nenhum comentário: