348 | Ano B | 7ª Semana da Páscoa | Segunda | João
16,29-33
13/05/2024
Estamos no último trecho da catequese na qual Jesus
fala sobre o sentido da sua partida para o Pai, das perseguições que seus
discípulos/as sofrerão e do envio do Espírito Consolador e animador da missão.
E amanhã iniciaremos a meditação da bela oração que Jesus dirige ao Pai, diante
dos discípulos, antes de ser preso e crucificado, e que há anos inspira a
Semana de Oração pela Unidade Cristã realizada por um grupo de Igrejas cristãs no
Brasil.
Os discípulos demonstram que não superaram ainda
uma fé ilusória e limitada. Eles pensam que Jesus adivinhou as perguntas e
dúvidas que tinham, e imaginam que ele sabe tudo e, somente por isso, prova que
vem de Deus. Como Nicodemos (cf. Jo 3,1-12), eles consideram Jesus um mestre
excepcional, e se admiram do seu saber. Mas ignoram que ele é mestre porquê
entrega sua vida por amor, lava os pés dos discípulos e se importa com todas as
vítimas. Ele não é mestre somente por ensinar uma doutrina clara e oportuna.
Jesus demonstra que conhece seus discípulos mais
que eles mesmos se conhecem, e reage com ironia. Por mais eles que pretendam
dar a impressão de coragem, serão discípulos maduros somente depois da paixão e
morte de Jesus. Por isso, Jesus os adverte que se dispersarão como um rebanho
que abandona seu pastor, como já acontecera no final da multiplicação dos pães
e peixes, e depois da catequese sobre o pão verdadeiro (cf. Jo 6, 17 e 6,66).
Na verdade, eles deixarão Jesus sozinho, e cada um irá para sua casa e seus
interesses. E disso Pedro também é o protótipo.
Mesmo assim, realista e amigo que é, Jesus quer
tranquilizar seus discípulos. Pede que eles não percam a paz, mas insiste que
esta paz virá somente da permanência na união com ele, aconteça o que
acontecer. Com a entrega de Jesus por amor, a ordem injusta do mundo perde sua
legitimação religiosa e sua força, e fica desacreditada. A perseguição é certa,
mas a vitória é segura. É essa a convicção com a qual Jesus empreende sua
última e mais exigente travessia, e é isso que ele transmite aos discípulos
antes de selar o livre dom de si mesmo na cruz, em maio a outros excluídos.
Meditação:
· Situe-se junto aos discípulos, perceba a superficialidade da fé
que eles vivem e que nós, muitas vezes, vivemos
· Acolha a ironia, a advertência e as palavras consoladoras que
Jesus dirige aos seus discípulos/as de todos os tempos
· O que significa a afirmação de Jesus “eu venci o mundo”? Quais
são as consequências dessa vitória para nós, seus discípulos/as?
· Como repercute em você a advertência de que, diante das
dificuldades, nos dispersaremos, cada um para as suas coisas?
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