quarta-feira, 22 de maio de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (358)

358 | Ano B | 7ª Semana Comum| Quinta-feira | Marcos 9,41-50

23/05/2024

Ontem víamos que Jesus chama seus discípulos à abertura e à colaboração ecumênica. Quem tem um coração grande, um olhar abrangente e uma fé confiante não imagina ter concorrentes por todo lado. Só uma mente imatura pode se mostrar incapaz de reconhecer o bem que outros fazem e alimentar o desejo de que todos peçam sua aprovação para qualquer iniciativa benemérita.

No texto de hoje, Jesus começa radicalizando o ensino do episódio de ontem: qualquer gesto de hospitalidade, por menor que seja e mesmo que seja proveniente de alguém de fora da comunidade cristã é benemérito e nobre. Para Jesus, todos os que agem com solidariedade são bem-vindos, são cidadãos do Reino de Deus. O que vale é a prática, e não o rótulo religioso.

Para jesus, os cristãos devem atuar sem preconceitos contra ninguém e sem pretensões de exclusividade. Não há fronteiras rígidas que nos separam daqueles que não rezam pela nossa cartilha. O bem pode estar tanto dentro como fora da comunidade, e o mal pode vir tanto de fora quanto de dentro dela.

Este é o alerta que Jesus nos dá quando recorre à metáfora dos membros do corpo. Para as comunidades apostólicas, o corpo era uma imagem da diversidade dos membros, serviços e funções das comunidades cristãs. E, na mentalidade judaica, os pés, as mãos e os olhos eram considerados o lugar dos atos agressivos ou descontrolados.

Na verdade, a comunidade de Marcos vivia a triste e dura experiência da deserção, da traição e da apostasia de parte dos seus membros frente às violentas e reiteradas perseguições. E se perguntava como reagir a esta pedra de tropeço que acabava derrubando os mais fracos. Uma leitura atenta do texto evidencia que a solução não é a condenação à morte (como era comum na tradição oriental), nem a exclusão pura e simples da comunidade.

A metáfora do sal aponta para o trabalho paciente e firme em vista da solução do conflito e da recuperação da paz e da harmonia. Na tradição judaica, o sal é símbolo da Aliança. Assim, Jesus pede que todos tenhamos este sal e vivamos a paz com os demais, inclusive com os traidores.

 

Meditação:

·        Releia o texto e contemple a cena, procurando dar atenção a cada gesto e a cada palavra, assim como aos símbolos usados por jesus

·        Você consegue valorizar os pequenos e grandes gestos de humanismo que ocorrem fora da sua Igreja?

·        Como costumamos tratar os membros da comunidade ou da família que “cometem besteira” e nos deixam envergonhados?

·        Que passos poderíamos dar para desenvolver uma educação e uma catequese capazes de evitar o preconceito e a exclusividade?

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