terça-feira, 14 de maio de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (350)

350 | Ano B | 7ª Semana da Páscoa | Quarta-feira | João 17,11-19

15/05/2024

Estando prestes a fazer a travessia da cruz, e conhecendo a fragilidade e a grandeza de coração daqueles/as que decidiram segui-lo, Jesus pede ao Pai que seja guarda e protetor deles/as, especialmente na sua ausência e nas perseguições. “Pai santo, guarda-os em teu nome. Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome. E guardei-os, e nenhum deles se perdeu”.

Mas Jesus pede mais ao Pai. Ele não deseja apenas que sejamos protegidos/as por uma espécie de grande mãe ou grande pai, mas que a alegria dele se realize plenamente em nós. E essa alegria plenamente realizada consiste na vivência do amor generoso e incondicional com o qual ele ama a todos/as, na capacidade de doar-se sem medidas, no empenho para viver uma união de vontades e metas tão forte como aquela que une Jesus ao Pai. É a alegria de saber-se amado/a incondicionalmente pelo Pai.

Por isso mesmo, a proteção e o cuidado que Jesus pede ao Pai em favor dos seus discípulos/as não significa tirá-los do mundo e eliminar os desafios e exigências da missão. Recebendo o Espírito, seus seguidores/as rompem com a lógica do mundo, mas a missão testemunhal os insere no mundo como uma comunidade alternativa. A perfeita união de vontades e de projeto é o pressuposto e a meta da missão, e, ao mesmo tempo, a vacina que elimina relações de dominação. E esta vacina não nos vem da China, da Índia, dos EUA ou da Inglaterra, mas do Espírito Santo de Deus.

Jesus também chama o Pai de “santo”, e fala de consagração (santificação) de si mesmo e dos/as discípulos/as a ele. Esta santidade significa aqui ruptura e distanciamento do mundo e da sua lógica de indiferença e dominação. Jesus e quem o segue são consagrados/separados para a prática do amor, a verdade que vem de Deus. São separados/as para serem enviados/as em missão no mundo, para servir à humanidade. A bússola que os mantém no caminho correto é a Palavra de Deus. E o culto verdadeiro ao Deus verdadeiro é sempre serviço ao Homem. Nisso, Jesus não nos dá apenas o exemplo, mas também a força, o Espírito que nos move.

 

Meditação:

·    Situe-se junto de Jesus, compartilhe seus sentimentos, e entre com ele no espírito da oração

·    Perceba como ele pede, com serenidade e insistência, pelos/as discípulos/as – por nós! – que o Pai confiou a ele

·    O que significa concretamente hoje “ficar no mundo” ou “ser enviado ao mundo”, mas sem “ser do mundo”? Como isso pode estimular e dirigir as relações ecumênicas?

·    Que invocações o próprio Jesus acrescentaria no contexto de hoje?

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