350 | Ano B | 7ª Semana da Páscoa | Quarta-feira | João
17,11-19
15/05/2024
Estando prestes a fazer a travessia da cruz, e
conhecendo a fragilidade e a grandeza de coração daqueles/as que decidiram
segui-lo, Jesus pede ao Pai que seja guarda e protetor deles/as, especialmente
na sua ausência e nas perseguições. “Pai santo, guarda-os em teu nome. Quando
eu estava com eles, guardava-os em teu nome. E guardei-os, e nenhum deles se
perdeu”.
Mas Jesus pede mais ao Pai. Ele não deseja apenas
que sejamos protegidos/as por uma espécie de grande mãe ou grande pai, mas que
a alegria dele se realize plenamente em nós. E essa alegria plenamente
realizada consiste na vivência do amor generoso e incondicional com o qual ele
ama a todos/as, na capacidade de doar-se sem medidas, no empenho para viver uma
união de vontades e metas tão forte como aquela que une Jesus ao Pai. É a
alegria de saber-se amado/a incondicionalmente pelo Pai.
Por isso mesmo, a proteção e o cuidado que Jesus
pede ao Pai em favor dos seus discípulos/as não significa tirá-los do mundo e
eliminar os desafios e exigências da missão. Recebendo o Espírito, seus
seguidores/as rompem com a lógica do mundo, mas a missão testemunhal os insere
no mundo como uma comunidade alternativa. A perfeita união de vontades e de
projeto é o pressuposto e a meta da missão, e, ao mesmo tempo, a vacina que
elimina relações de dominação. E esta vacina não nos vem da China, da Índia,
dos EUA ou da Inglaterra, mas do Espírito Santo de Deus.
Jesus também chama o Pai de “santo”, e fala de
consagração (santificação) de si mesmo e dos/as discípulos/as a ele. Esta
santidade significa aqui ruptura e distanciamento do mundo e da sua lógica de
indiferença e dominação. Jesus e quem o segue são consagrados/separados para a
prática do amor, a verdade que vem de Deus. São separados/as para serem
enviados/as em missão no mundo, para servir à humanidade. A bússola que os
mantém no caminho correto é a Palavra de Deus. E o culto verdadeiro ao Deus
verdadeiro é sempre serviço ao Homem. Nisso, Jesus não nos dá apenas o exemplo,
mas também a força, o Espírito que nos move.
Meditação:
· Situe-se junto de Jesus, compartilhe seus sentimentos, e entre
com ele no espírito da oração
· Perceba como ele pede, com serenidade e insistência, pelos/as discípulos/as
– por nós! – que o Pai confiou a ele
· O que significa concretamente hoje “ficar no mundo” ou “ser
enviado ao mundo”, mas sem “ser do mundo”? Como isso pode estimular e dirigir
as relações ecumênicas?
· Que invocações o próprio Jesus acrescentaria no contexto de
hoje?
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