361 | Ano B | Solenidade da S. Trindade | Mateus
28,16-20
26/05/2024
A solenidade da
Santíssima Trindade nos convida a celebrar e refletir sobre o mistério do ser e
do agir de Deus. Há quem fale de Deus como se soubesse tudo sobre ele, mas que,
na verdade, fala sobre seus próprios conceitos. Chamamos arquétipos as imagens
e valores que mexem com o ser humano em sua profundidade. Essas imagens são uma
espécie de filtro pelo qual olhamos tudo e vemos a nós mesmos. Elas ordenam ou
confundem, escravizam ou libertam.
Deus é um dos arquétipos
mais profundos e influentes da vida. Se temos uma imagem deformada de Deus,
acabamos deformando-nos e adoecendo. A solenidade de hoje vem nos recordar que
a imagem correta de Deus não é a de um sujeito solitário, absoluto, onipotente
e onisciente, mas de comunhão no amor, de abertura e acolhida, de compaixão e
dom de si. Deus é o arquétipo da perfeita comunhão, uma comunhão na qual cada
pessoa recebe tudo da outra e se faz dom radical e incondicional aos outros.
Esta comunhão na
acolhida do outro e na doação amorosa de si é também o DNA das criaturas. Misericórdia é a palavra que melhor expressa o
mistério da Santíssima Trindade, pois, do coração da Trindade, flui uma grande
e incessante torrente de misericórdia. A experiência mística do amor de
Deus nos compromete necessariamente com a missão de em tudo amar e servir, de
cuidar e defender as criaturas de Deus.
“Vão e façam com
que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a
vocês.” É uma missão que se abre a todos os povos e desconhece fronteiras e
muros que dividem, uma missão enraizada e focalizada no amor. Fazer
discípulos/as significa acolher e congregar no amor aqueles/as que são
diferentes, fazer-se próximo daqueles/as que estão longe.
Jesus também nos
envia a batizar, pois o batismo sinaliza o discipulado e nele nos introduz, é a
assinatura de uma nova lealdade ao Deus Uno e Trino, à Divina Comunhão, da qual
a Eucaristia é sacramento. No batismo, expressamos nossa feliz condição: somos
filhos e filhas de Deus, irmãos e devedores às estrelas, à luz, ao ar e à
terra, ao ar, à luz, pois todos esses elementos habitam e cooperam em nós, e
tudo está interligado e relacionado, como ensina o Papa Francisco.
Meditação:
· Recomponha o episódio, relendo a cena, percebendo a mistura de
alegria e de medo dos discípulos diante das Palavras de Jesus
· O que significa reconhecer que a autoridade e o poder de Deus
estão em Jesus, e não na Igreja ou naqueles/as que ele envia
·
Se Jesus
constitui a envia a Igreja para fazer discípulos/as de Jesus, batizá-los e
ensiná-los a viver no seu caminho, por que insistimos em reduzir essa missão a
celebrar os sacramentos?
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