sábado, 25 de maio de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (361)

361 | Ano B | Solenidade da S. Trindade | Mateus 28,16-20

26/05/2024

A solenidade da Santíssima Trindade nos convida a celebrar e refletir sobre o mistério do ser e do agir de Deus. Há quem fale de Deus como se soubesse tudo sobre ele, mas que, na verdade, fala sobre seus próprios conceitos. Chamamos arquétipos as imagens e valores que mexem com o ser humano em sua profundidade. Essas imagens são uma espécie de filtro pelo qual olhamos tudo e vemos a nós mesmos. Elas ordenam ou confundem, escravizam ou libertam.

Deus é um dos arquétipos mais profundos e influentes da vida. Se temos uma imagem deformada de Deus, acabamos deformando-nos e adoecendo. A solenidade de hoje vem nos recordar que a imagem correta de Deus não é a de um sujeito solitário, absoluto, onipotente e onisciente, mas de comunhão no amor, de abertura e acolhida, de compaixão e dom de si. Deus é o arquétipo da perfeita comunhão, uma comunhão na qual cada pessoa recebe tudo da outra e se faz dom radical e incondicional aos outros.

Esta comunhão na acolhida do outro e na doação amorosa de si é também o DNA das criaturas. Misericórdia é a palavra que melhor expressa o mistério da Santíssima Trindade, pois, do coração da Trindade, flui uma grande e incessante torrente de misericórdia. A experiência mística do amor de Deus nos compromete necessariamente com a missão de em tudo amar e servir, de cuidar e defender as criaturas de Deus.

“Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês.” É uma missão que se abre a todos os povos e desconhece fronteiras e muros que dividem, uma missão enraizada e focalizada no amor. Fazer discípulos/as significa acolher e congregar no amor aqueles/as que são diferentes, fazer-se próximo daqueles/as que estão longe.

Jesus também nos envia a batizar, pois o batismo sinaliza o discipulado e nele nos introduz, é a assinatura de uma nova lealdade ao Deus Uno e Trino, à Divina Comunhão, da qual a Eucaristia é sacramento. No batismo, expressamos nossa feliz condição: somos filhos e filhas de Deus, irmãos e devedores às estrelas, à luz, ao ar e à terra, ao ar, à luz, pois todos esses elementos habitam e cooperam em nós, e tudo está interligado e relacionado, como ensina o Papa Francisco.

 

Meditação:

·      Recomponha o episódio, relendo a cena, percebendo a mistura de alegria e de medo dos discípulos diante das Palavras de Jesus

·      O que significa reconhecer que a autoridade e o poder de Deus estão em Jesus, e não na Igreja ou naqueles/as que ele envia

·        Se Jesus constitui a envia a Igreja para fazer discípulos/as de Jesus, batizá-los e ensiná-los a viver no seu caminho, por que insistimos em reduzir essa missão a celebrar os sacramentos?

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