segunda-feira, 13 de maio de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (349)

349 | Ano B | Festa de São Matias, Apóstolo | João 15,9-17

14/05/2024

O texto de hoje tem a função de iluminar a festa de São Matias, o 13° apóstolo, escolhido para substituir Judas Iscariotes. Estes versículos são a segunda parte da meditação de Jesus, inspirada na alegoria da videira e dos ramos. O tema da fecundidade missionária da adesão a Jesus continua como fio condutor desse diálogo pascal, mas Jesus nos convida a deslocar o olhar da videira às relações de amor e amizade. O que ele destacava com a imagem da união do ramo à cepa agora é enfatizado como vínculo e relação de amor e amizade com ele e com os/as condiscípulos/as.

Para o cristão, o amor de Jesus está garantido, não depende disso ou daquilo. Não há lugar para o medo, e nada precisa ser feito para merecê-lo. O que Jesus pede de quem o segue é que seja capaz e esteja disposto/a a amar o próximo da mesma maneira, sem “se” nem “mas”. Se é verdade que ninguém é constituído/a senhor/a, para estar acima dos/as outros/as, também ninguém está em condição inferior, e deve se comportar como escravo/a. Jesus jamais tratou seus discípulos/as como servos/as, sempre os teve como amigos/as.

A união amistosa com Jesus e a assimilação da sua mensagem se revelam plenamente na entrega à missão, nos frutos de solidariedade, que devem durar e se estender no tempo. Do vínculo de amizade e confiança com Jesus brota a liberdade de doar-se sem medida, de amar de modo incondicional os irmãos e irmãs. Esta é a glória do Pai e a alegria indestrutível do/da discípulo/a. O amor constitui a comunidade cristã e fundamenta a missão. Mas somente a entrega amorosa aos outros/as pode nos dar a certeza de que somos interlocutores do amor de Deus.

A alegria cristã não é apenas o resultado final do sucesso apostólico, da vitória sobre as adversidades, mas o dinamismo libertário que nos livra da necessidade de vencer e obter sucesso, que nos capacita a esquecer-nos de nós mesmos/as para ser tudo para todos. A alegria cristã não vem no fim da missão, é o dinamismo que a deflagra e alimenta. Mesmo que, num momento, estejamos no “banco de reservas” e esperando ser escalados no time, como São Matias!

Meditação:

·    Tome consciência das incompreensões e resistências que os cristãos enfrentam nesse grave momento da conjuntura política nacional

·    Coloque-se em meio aos discípulos, perturbados com o anúncio da oposição que sofreriam para continuar a missão de Jesus

·    Repita calmamente, respirando fundo: Eu não quero que você seja meu servo, mas meu amigo/a! Eu escolhi você!

·    Peça a Jesus a alegria permanecer nele, de dar muitos frutos, de amar como ele ama você


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