349 | Ano B | Festa de São Matias, Apóstolo | João 15,9-17
14/05/2024
O texto de hoje tem a função de
iluminar a festa de São Matias, o 13° apóstolo, escolhido para substituir Judas
Iscariotes. Estes versículos são a segunda parte da meditação de Jesus,
inspirada na alegoria da videira e dos ramos. O tema da fecundidade missionária
da adesão a Jesus continua como fio condutor desse diálogo pascal, mas Jesus
nos convida a deslocar o olhar da videira às relações de amor e amizade. O que
ele destacava com a imagem da união do ramo à cepa agora é enfatizado como
vínculo e relação de amor e amizade com ele e com os/as condiscípulos/as.
Para o cristão, o amor de Jesus está
garantido, não depende disso ou daquilo. Não há lugar para o medo, e nada
precisa ser feito para merecê-lo. O que Jesus pede de quem o segue é que seja
capaz e esteja disposto/a a amar o próximo da mesma maneira, sem “se” nem
“mas”. Se é verdade que ninguém é constituído/a senhor/a, para estar acima
dos/as outros/as, também ninguém está em condição inferior, e deve se comportar
como escravo/a. Jesus jamais tratou seus discípulos/as como servos/as, sempre
os teve como amigos/as.
A união amistosa com Jesus e a
assimilação da sua mensagem se revelam plenamente na entrega à missão, nos
frutos de solidariedade, que devem durar e se estender no tempo. Do vínculo de
amizade e confiança com Jesus brota a liberdade de doar-se sem medida, de amar
de modo incondicional os irmãos e irmãs. Esta é a glória do Pai e a alegria
indestrutível do/da discípulo/a. O amor constitui a comunidade cristã e
fundamenta a missão. Mas somente a entrega amorosa aos outros/as pode nos dar a
certeza de que somos interlocutores do amor de Deus.
A alegria cristã não é apenas o
resultado final do sucesso apostólico, da vitória sobre as adversidades, mas o
dinamismo libertário que nos livra da necessidade de vencer e obter sucesso,
que nos capacita a esquecer-nos de nós mesmos/as para ser tudo para todos. A
alegria cristã não vem no fim da missão, é o dinamismo que a deflagra e
alimenta. Mesmo que, num momento, estejamos no “banco de reservas” e esperando
ser escalados no time, como São Matias!
Meditação:
· Tome consciência das incompreensões e resistências que os cristãos
enfrentam nesse grave momento da conjuntura política nacional
· Coloque-se em meio aos discípulos, perturbados com o anúncio da
oposição que sofreriam para continuar a missão de Jesus
· Repita calmamente, respirando fundo: Eu não quero que você seja meu
servo, mas meu amigo/a! Eu escolhi você!
· Peça a Jesus a alegria permanecer nele, de dar muitos frutos, de
amar como ele ama você
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