Como Pedro e Paulo, travemos o bom combate e guardemos a fé | 396 | 30.06.24
| Mateus 16,13-19
O livro dos Atos dos Apóstolos nos lembra que
Pedro, nosso ‘primeiro Papa’, foi presidiário! As chaves prometidas por Jesus
Cristo não serviram para abrir as algemas e a porta que prenderam Pedro! E
Paulo, depois de ter sido um fariseu zeloso e violento, e acumulado muitos
méritos e honras por causa disso, foi conquistado por Jesus Cristo e, como
muitos outros da sua geração, foi denunciado, perseguido, encarcerado e
finalmente executado. Ele assimilou o que Jesus dissera ao enviar os Doze: “Não
tenham medo de nada!”
Pedro e Paulo eram membros de comunidades cristãs, e o vínculo entre a
comunidade e seus líderes presos se mostra de um modo comovente no relato dos
Atos dos Apóstolos. “Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja orava
continuamente por ele”. Um pouco antes, quando Pedro e João haviam sido
liberados da prisão, a comunidade pedia em oração: “Agora, Senhor, olha as
ameaças que fazem, e concede que teus servos anunciem corajosamente a tua
Palavra” (At 4,29). Diante da perseguição, as comunidades pedem coragem, e não
tranquilidade. O que as sustenta é o encontro com Deus em Jesus Cristo.
Jesus faz uma pergunta decisiva aos discípulos: “Quem sou eu para
vocês?” Pedro o reconhece e proclama Messias, e é o primeiro discípulo a
fazê-lo. Porém, mesmo sem rejeitar a confissão de Pedro e dos demais
discípulos, Jesus chama a si mesmo ‘Filho do Homem’, e não Filho de Deus (cf.
Mt 11,19; 12,8; 12,32), acentuando assim seus vínculos com a humanidade. Isso
significa que somente quem está aberto e sintonizado com a lógica e a vontade
de Deus pode reconhecer a presença de Deus nas ações e palavras deste filho da
humanidade e irmão de todos os seres humanos. Esta é a base sólida sobre a qual
Jesus Cristo constrói a comunidade cristã, literalmente, a assembleia dos
chamados, e contra a qual nada prevalece.
Crer, confiar, partilhar e anunciar: estes são os
verbos essenciais da gramática vital dos cristãos. Só chega à meta da caminhada
de discípulo/a missionário/a quem conjuga estes verbos em todos os tempos,
modos e pessoas. É nesta perspectiva que, escrevendo a Timóteo na cela da
prisão, Paulo faz um balanço de sua vida e suas palavras são eloquentes e
comoventes: “Chegou o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a
corrida, guardei a fé.”
Meditação:
· Procure afastar-se das respostas e doutrinas
aprendidas, e responda à pergunta de Jesus, descrevendo o lugar que ele ocupa
na sua vida, e como ele influi nas suas relações, ações e opções, grandes ou
pequenas
· Recorde as consequências que esta resposta de
Pedro tem na vida dele, de Paulo e dos/as discípulos/as que vieram depois deles
· Deixe ressoar em você a palavra de Jesus: “Feliz
és tu, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai!”
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