quarta-feira, 12 de junho de 2024

A vivência da fraternidade som fronteiras vale mais que as leis e as penas

A vivência da fraternidade som fronteiras vale mais que as leis e as penas | 379 | 13.06.24 | Mateus 5,20-26

Depois de propor o caminho da felicidade plena e duradoura, Jesus sublinha que este caminho requer a vivência de uma justiça maior que a justiça dos escribas e fariseus. E dá uma série de exemplos, dos quais o texto de hoje apresenta o primeiro. Jesus parte das Escrituras Sagradas, mas não se detém na simples transcrição literal ou na afirmação da lei. Para ele, a Escritura tem por finalidade assegurar a proteção social das pessoas vulneráveis e a harmonia no interior da comunidade.

Nesta perspectiva, Jesus reinterpreta o 5º mandamento de Moisés, ciente de que o homicídio começa bem antes do ato concreto, e tem suas raízes na falta de respeito à dignidade de quem é diferente de nós, configurada na raiva e no insulto. Não matar não é o máximo, mas o mínimo da justiça. A fraternidade sem fronteiras e a reconciliação sempre renovada são exigências incontornáveis do Evangelho do Reino, e os discípulos de Jesus não podemos ignorar ou menosprezar isso.

A justiça maior que aquela ostentada pelos fariseus se expressa na vivência da fraternidade sem fronteiras, ou na amizade social: agindo de tal forma que a pessoa diferente viva dignamente. Isso é tão importante e decisivo que Jesus ensina que a nossa comunhão com Deus depende da reconciliação com as pessoas e grupos que divergem de nós, e até com quem nos persegue. A atitude de pacificação e reconciliação é mais importante que a ortodoxia doutrinal e que o culto divino!

É claro que Jesus não recomenda fazer uma parada durante a celebração, antes da apresentação das oferendas. Ele usa uma imagem forte para reforçar a absoluta importância de cultivar, manter e reatar os vínculos que, tanto do ponto de vista humano quanto religioso, nos mantêm unidos ao próximo. E não se trata apenas de constatar que ofendemos alguém e que isso nos pesa na consciência, mas de verificar se agimos mal e provocamos dano e ressentimento nos outros.

O próximo, sendo diferente, e até mesmo divergente de nós, é um dom, um presente, um desafio permanente à nossa integridade e coerência. Relacionar-nos com ele de modo fraterno não pode ser vivido como um peso, mas como uma grande alegria. Ou será que a vivência de uma fraternidade sem fronteiras não é um grande motivo de alegria para qualquer pessoa? A fraternidade sem exclusões vale todos as penas!

 

Meditação:

·    Que impacto tem sobre você, seu pensamento e suas ações este ensino de Jesus: não é suficiente não matar, é preciso evitar a raiva e o insulto?

·    Quais são as consequências do pedido para interromper o culto e as ofertas para primeiro se reconciliar com quem prejudicamos?

·    Como você, sua família e sua comunidade podem exercitar este precioso e exigente ensinamento de Jesus?

·    Com quem você precisa se reconciliar hoje, por você tê-lo ofendido ou por ter se sentido ofendido por ele?

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