sexta-feira, 14 de junho de 2024

A comunicação da fé é viva e plena quando são as atitudes que falam

A comunicação da fé é viva e plena quando são as atitudes que falam | 381 | 15.06.24 | Mateus 5,33-37

O Evangelho nos ensina que a comunidade cristã deve ler e interpretar toda a bíblia relacionando-a com o que Jesus fez e disse. Ele é a chave de leitura da sagrada escritura! Hoje vamos meditar sobre mais um exemplo da releitura crítica e libertadora que Jesus faz das escrituras: a necessidade de assegurar a transparência e a verdade naquilo que comunicamos. A palavra é viva quando são nossas ações as que falam, ensinava Santo Antônio de Pádua. Isso vale tanto para a pregação como para a catequese e para os discursos políticos ou para a comunicação social.

Sentimos com muita força o esvaziamento da palavra e das relações, e não apenas por causa desta “doença social” que chamamos fake news. Ficamos sem saber o que fazer para assegurar crédito àquilo que dizemos, e percebemos que promessas, juramentos, documentos assinados e registrados acabam ajudando pouco. Até na Igreja, às vezes, as palavras são evasivas, não dizem tudo, disfarçam e desviam. E então a simples repetição de dogmas e fórmulas não resolve.

Jesus critica o costume judaico de jurar para reforçar a palavra. Ele diz que por trás do mandamento de cumprir o juramento feito está o valor da autenticidade. Por isso, não precisamos de juramentos ou documentos formais quando nosso sim é sim e nosso não é não, quando somos íntegros na comunicação e nas relações. Geralmente recorremos a um juramento quando o que dizemos não tem crédito, quando afirmamos algo que não somos ou que dificilmente faremos. Não adianta acrescentar camadas de maquiagem comunicacional quando o discurso é vazio.

Para Jesus, a pretensão de reforçar a palavra vazia e a promessa mentirosa com juramentos e recursos de oratória é coisa do diabo, é obra daquele que divide. Jurar por Deus para esconder falsidade ou debilidade da vontade é uma forma de tentar, de forçar ou de manipular o próprio Deus. Recorrer a esses artifícios significa usar o nome de Deus em vão, ou, mais grave ainda, usar Deus para enganar e fazer o mal. Jesus nos ensina que dos discípulos do Reino de Deus se espera atitudes de confiança, de coerência e de integridade. E isso não cai do céu, mas brota de uma boa educação ética e supõe exercício permanente e vigilância constante.

 

Meditação:

·      Acolha e deixe ressoar em você este quarto exemplo de Jesus sobre como cumprir plenamente o que a Lei diz

·      Será que nossa comunicação em geral, mas também aquela que exercitamos no interior da família e na comunidade eclesial não vem sendo esvaziada por falta de autenticidade?

·      Como e em que o ensino de Jesus que estamos meditando nos ajuda a melhorar nossa comunicação interpessoal e eclesial?

·      Que passos nossas Igrejas, especialmente as comunidades, precisam dar para favorecer uma comunicação clara, direta e verdadeira, sem a necessidade de recorrer a promessas e barganhas?

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