Nossas ações
revelam quem somos e comprovam aquilo que cremos | 392 | 26.06.24 | Mateus 7,15-20
Continuamos frequentando as lições de Jesus, Mestre
da vida, avançando pouco a pouco em nossa formação como discípulos missionários.
Depois de nos convidar a meditar sobre a regra de ouro, que mede a avalia todas
as nossas relações (fazer aos outros o que desejamos que eles façam a nós),
Jesus nos adverte em relação aos líderes que se apresentam como profetas e
guias, mas vivem de um modo que tem pouco a ver com o Evangelho do Reino de
Deus.
Ao que parece, a advertência de Jesus
se dirige tanto aos dirigentes do judaísmo quanto às lideranças cristãs que se
comportam de modo ambíguo. Jesus não deixa fora desse “puxão de orelha” o amplo
leque dos discípulos missionários que se reúnem em torno dele, em todos os
tempos. Quanto a algumas pessoas que exercem liderança ignorando o caminho do
serviço e da gratuidade, a crítica de Jesus é contundente: elas se aproximam
dos cristãos como ovelhas, como gente mansa e necessitada, mas, por dentro e na
prática, são como lobos perigosos.
A este respeito, Jesus propõe um
princípio que pode ajudar as comunidades a identificar e desmascarar estes
falsos profetas: todas as pessoas, inclusive as lideranças, se revelam nas
ações que realizam, nos frutos da ação que desenvolvem, como os figos remetem à
figueira, e as uvas conduzem à parreira. “Uma árvore boa não produz frutos
ruins, e uma árvore ruim não produz frutos bons”, sentencia Jesus.
Considerando aquilo que Jesus ensinou
nas lições precedentes, pode-se concluir com segurança que ele não se refere
aos frutos do cumprimento simples, minucioso e inflexível das leis e
mandamentos, da moral e da doutrina, mas a uma justiça maior que aquela que os
fariseus ostentam. Trata-se de produzir “frutos” de compaixão e de misericórdia
tal como o fez José em relação a Maria, e tal como Jesus demonstra em relação
aos pobres, doentes e toda a sorte de pessoas excluídas.
Assim, pelas
relações que estabelecem e pelas ações que produzem, os discípulos revelam quem
é seu mestre e guia: são as atitudes e práticas concretas de partilha e de sede
de justiça, de busca do Reino de Deus, de amor a um só Senhor. O nome e os
símbolos que usamos dizem pouco sem as práticas que lhes dão concretude.
Meditação:
· Acolha
a advertência de Jesus e aplique-a a você mesmo/a e às lideranças eclesiais e
políticas, que gostam de posturas formais e respostas evasivas
· Que
frutos as lideranças eclesiais, sociais e políticas que despontam ou se impõem
estão produzindo neste amargo momento do Brasil?
· Aplicando
o princípio “é pelos frutos que nós conhecemos a um líder”, o que podemos dizer
das nossas lideranças eclesiais, hierárquicas ou não?
· Em
que medida também nós – pais, mães, catequistas, religiosos/as, padres, – nos apresentamos
como ovelhas mas atuamos como lobos?
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