terça-feira, 25 de junho de 2024

Nossas ações revelam quem somos

Nossas ações revelam quem somos e comprovam aquilo que cremos | 392 | 26.06.24 | Mateus 7,15-20

Continuamos frequentando as lições de Jesus, Mestre da vida, avançando pouco a pouco em nossa formação como discípulos missionários. Depois de nos convidar a meditar sobre a regra de ouro, que mede a avalia todas as nossas relações (fazer aos outros o que desejamos que eles façam a nós), Jesus nos adverte em relação aos líderes que se apresentam como profetas e guias, mas vivem de um modo que tem pouco a ver com o Evangelho do Reino de Deus.

Ao que parece, a advertência de Jesus se dirige tanto aos dirigentes do judaísmo quanto às lideranças cristãs que se comportam de modo ambíguo. Jesus não deixa fora desse “puxão de orelha” o amplo leque dos discípulos missionários que se reúnem em torno dele, em todos os tempos. Quanto a algumas pessoas que exercem liderança ignorando o caminho do serviço e da gratuidade, a crítica de Jesus é contundente: elas se aproximam dos cristãos como ovelhas, como gente mansa e necessitada, mas, por dentro e na prática, são como lobos perigosos.

A este respeito, Jesus propõe um princípio que pode ajudar as comunidades a identificar e desmascarar estes falsos profetas: todas as pessoas, inclusive as lideranças, se revelam nas ações que realizam, nos frutos da ação que desenvolvem, como os figos remetem à figueira, e as uvas conduzem à parreira. “Uma árvore boa não produz frutos ruins, e uma árvore ruim não produz frutos bons”, sentencia Jesus.

Considerando aquilo que Jesus ensinou nas lições precedentes, pode-se concluir com segurança que ele não se refere aos frutos do cumprimento simples, minucioso e inflexível das leis e mandamentos, da moral e da doutrina, mas a uma justiça maior que aquela que os fariseus ostentam. Trata-se de produzir “frutos” de compaixão e de misericórdia tal como o fez José em relação a Maria, e tal como Jesus demonstra em relação aos pobres, doentes e toda a sorte de pessoas excluídas.

Assim, pelas relações que estabelecem e pelas ações que produzem, os discípulos revelam quem é seu mestre e guia: são as atitudes e práticas concretas de partilha e de sede de justiça, de busca do Reino de Deus, de amor a um só Senhor. O nome e os símbolos que usamos dizem pouco sem as práticas que lhes dão concretude.

 

Meditação:

·    Acolha a advertência de Jesus e aplique-a a você mesmo/a e às lideranças eclesiais e políticas, que gostam de posturas formais e respostas evasivas

·    Que frutos as lideranças eclesiais, sociais e políticas que despontam ou se impõem estão produzindo neste amargo momento do Brasil?

·    Aplicando o princípio “é pelos frutos que nós conhecemos a um líder”, o que podemos dizer das nossas lideranças eclesiais, hierárquicas ou não?

·    Em que medida também nós – pais, mães, catequistas, religiosos/as, padres, – nos apresentamos como ovelhas mas atuamos como lobos?

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