sábado, 15 de junho de 2024

O caminho do Reino de Deus é pavimentado pela paciência e pela esperança

O caminho do Reino de Deus é pavimentado pela paciência e pela esperança | 382 | 16.06.24 | Marcos 4,26-34

Na passagem imediatamente anterior, Jesus ensina que, como a semente pode ser esterilizada pelas condições da terra que a recebe, a luz pode ser escondida por falta de compreensão ou de coragem. A Boa Notícia do Reino de Deus precisa brilhar de modo inequívoco na vida cotidiana dos discípulos e discípulas de Jesus, caso contrário, a fé que proclamam com a boca é absolutamente estéril.

No trecho do evangelho de hoje, Jesus continua falando do mistério do Reino de Deus, agora com as parábolas do semeador confiante e da pequena semente. Por trás destas duas parábolas, está uma experiência desoladora: até aquele momento, o resultado da pregação de Jesus e os sinais do reino de Deus eram pouco encorajadores; ele fora abandonado pela família, era perseguido pelas autoridades, e precisava andar discreto, longe das cidades.

Com estas duas parábolas, Jesus quer despertar tanto a paciência quanto a esperança. Ele afasta a ilusão de que a transformação provocada pelo reino de Deus possa ser rápida e triunfal. O importante é encontrar o solo correto, lançar as sementes generosamente e acreditar que a semente tem nela mesma a força para se desenvolver e derrubar os poderosos e dominadores. Eis a paciência do semeador, que faz bem a sua parte, e percebe sabiamente quando urge a colheita.

Jesus também chama à esperança, pois aquilo que hoje pode parecer pequeno e insignificante demais, como a desprezível e quase invisível semente de mostarda, se transformará em árvore frondosa capaz de abrigar e alimentar os povos. O caminho do Reino de Deus, que é caminho pavimentado pela paciência e pela esperança, é o caminho da não violência e da luta pela justiça; a liderança se torna serviço, o sofrimento frutifica em triunfo e a morte desabrocha em vida.

Com isso, Jesus não desaconselha nosso engajamento lúcido e perseverante nas lutas sociais e todas as demais legítimas causas. Ao contrário, ele lembra que a simples agitação ativista não nos livra da areia movediça da injustiça. Precisamos da sábia paciência e da esperança do homem do campo para não destruir com os pés apressados aquilo que fazemos com as mãos operosas.

 

Meditação:

·    Releia o texto com atenção as duas parábolas, relacionando-as com a parábola do semeador e com as ações libertadoras de Jesus

·    Será que, com nossa agitação e nosso ativismo eclesial, não corremos o risco de atrapalhar o dinamismo próprio do Reino?

·    Será que também nós às vezes não demonstramos frustração com os aparentes pequenos frutos do nosso trabalho missionário?

·    Que atitudes são fundamentais para que nosso engajamento seja uma efetiva colaboração com a dinamismo do Reino de Deus?

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