O caminho do
Reino de Deus é pavimentado pela paciência e pela esperança | 382 | 16.06.24
| Marcos 4,26-34
Na passagem imediatamente anterior, Jesus ensina
que, como a semente pode ser esterilizada pelas condições da terra que a
recebe, a luz pode ser escondida por falta de compreensão ou de coragem. A Boa
Notícia do Reino de Deus precisa brilhar de modo inequívoco na vida cotidiana
dos discípulos e discípulas de Jesus, caso contrário, a fé que proclamam com a
boca é absolutamente estéril.
No
trecho do evangelho de hoje, Jesus continua falando do mistério do Reino de
Deus, agora com as parábolas do semeador confiante e da pequena semente. Por
trás destas duas parábolas, está uma experiência desoladora: até aquele
momento, o resultado da pregação de Jesus e os sinais do reino de Deus eram
pouco encorajadores; ele fora abandonado pela família, era perseguido pelas
autoridades, e precisava andar discreto, longe das cidades.
Com
estas duas parábolas, Jesus quer despertar tanto a paciência quanto a
esperança. Ele afasta a ilusão de que a transformação provocada pelo reino de
Deus possa ser rápida e triunfal. O importante é encontrar o solo correto,
lançar as sementes generosamente e acreditar que a semente tem nela mesma a
força para se desenvolver e derrubar os poderosos e dominadores. Eis a
paciência do semeador, que faz bem a sua parte, e percebe sabiamente quando
urge a colheita.
Jesus
também chama à esperança, pois aquilo que hoje pode parecer pequeno e
insignificante demais, como a desprezível e quase invisível semente de
mostarda, se transformará em árvore frondosa capaz de abrigar e alimentar os
povos. O caminho do Reino de Deus, que é caminho pavimentado pela paciência e
pela esperança, é o caminho da não violência e da luta pela justiça; a
liderança se torna serviço, o sofrimento frutifica em triunfo e a morte
desabrocha em vida.
Com isso, Jesus não desaconselha nosso engajamento
lúcido e perseverante nas lutas sociais e todas as demais legítimas causas. Ao
contrário, ele lembra que a simples agitação ativista não nos livra da areia
movediça da injustiça. Precisamos da sábia paciência e da esperança do homem do
campo para não destruir com os pés apressados aquilo que fazemos com as mãos
operosas.
Meditação:
· Releia o texto com atenção
as duas parábolas, relacionando-as com a parábola do semeador e com as ações
libertadoras de Jesus
· Será que, com nossa
agitação e nosso ativismo eclesial, não corremos o risco de atrapalhar o
dinamismo próprio do Reino?
· Será que também nós às
vezes não demonstramos frustração com os aparentes pequenos frutos do nosso
trabalho missionário?
· Que atitudes são
fundamentais para que nosso engajamento seja uma efetiva colaboração com a
dinamismo do Reino de Deus?
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