Venha a nós
o vosso Reino, e seja feita vossa vontade sempre e em tudo! | 386 | 20.06.24
| Mateus 6,7-15
Nestes
versículos, omitidos no trecho maior que meditamos ontem, Jesus prossegue seu
“cursinho de formação” aos discípulos, deslocando nossa atenção das prescrições
legais para a prática da oração. Não faltemos a esta importante lição da nossa
formação permanente, mantenhamo-nos atentos e sintonizados com aquilo que é
essencial, e não nos deixemos distrair por nada.
Em alguns versículos do texto que meditamos
ontem, Jesus já chamava a nossa atenção para a atitude correta na oração. Por
mais que a oração cristã tenha também uma marca comunitária e um caráter
público, o que nos move não pode ser o desejo de impressionar os outros ou o
próprio Deus, de receber aplausos, de ostentar piedade. No horizonte da
novidade de Jesus e do advento do Reino de Deus, a oração tem marcas e
exigências próprias dessa novidade.
Jesus não pretende ensinar aos seus
discípulos e discípulas uma fórmula de oração para ser repetida em todas as
ocasiões, mas uma atitude a ser assimilada com profundidade e um horizonte
capaz de inspirar nossa vida de oração. Jesus sublinha que a nossa oração deve
estar focada no Pai, na vinda do seu Reino e na sua Vontade (a quem se referem
três frases) e nos irmãos, nas relações com eles, nas suas necessidades e nas
ameaças que sofremos (quatro referências).
Para Jesus, o desejo que deve mover
nossa oração é, antes de tudo, que o nome de Deus seja universalmente e
concretamente honrado na afirmação da dignidade dos seus filhos e filhas; que
seu Reino venha para demolir as estruturas injustas e instaurar uma ordem
social mais humana e solidária; que sua vontade seja a inspiração de todos os
projetos e ações pessoais, eclesiais e sociais, e seja levada em conta tanto na
terra como o é no céu, hoje, amanhã e sempre.
Em segundo lugar, Jesus nos ensina a
apresentar a Deus nossas necessidades mais pungentes, e não qualquer desejo ou
capricho de menor importância: que não falte a ninguém o pão de cada dia; que
tratemos nossas tensões e curemos as feridas relacionais mediante o perdão,
sinal do Ano da Graça; que vençamos a tentação de desistir diante do desafio de
viver como comunidade alternativa no meio do mundo; que sejamos mais fortes que
o maligno, que às vezes se disfarça de anjo bom; enfim, que nossos desejos
tenham a grandeza do desejo de Deus.
Meditação:
· Deixe ressoar em você este ensino que ele viveu
em primeira pessoa: colocar-se inteiramente nas mãos do Pai e realizar
plenamente sua vontade
· Como você e sua comunidade tem exercitado a
oração? Em que ela está focada nestes tempos de crise política, moral,
ambiental, social e econômica?
· Há algo a ser revisto ou ser melhorado na sua
forma de rezar e no conteúdo da sua oração? Há algo a mudar ou melhorar no foco
das nossas celebrações comunitárias, que são basicamente orações coletivas?
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