quinta-feira, 20 de junho de 2024

Que o Reino de Deus e sua justiça inclusiva seja nosso mais precioso bem!

Que o Reino de Deus e sua justiça inclusiva seja nosso mais precioso bem! | 387 | 21.06.24 | Mateus 6,19-23

A parte do evangelho de Mateus que conhecemos como “sermão da montanha” é uma iniciação dos discípulos à novidade do Reino de Deus vivida e proposta por Jesus. Depois de dar exemplos de uma nova interpretação da antiga Lei, e depois de falar criticamente das práticas de piedade (esmola, oração e jejum), Jesus adverte seus discípulos sobre os compromissos do coração, ou seja, sobre a opção fundamental que orienta e unifica todas as ações.

Na seção que estamos iniciando hoje, e que vai até o fim do capítulo 6 de Mateus, adverte, Jesus discípulos e demais ouvintes sobre a insensatez e a imprudência da cobiça e do acúmulo de bens. Os “tesouros na terra” são os bens materiais, a obsessão de possuir sempre mais, o consumo desmedido, a competição predatória, o sucesso a qualquer custo. Apesar da sua aparência e promessa, estas são coisas instáveis cuja posse nunca está garantida, coisas sem valor verdadeiro, sempre sujeitas à deterioração. Tratar isso como essencial equivale a negligenciar a vontade de Deus.

Jesus propõe a busca de “tesouros no céu”, que são os valores do Reino de Deus: a misericórdia, o amor, a compaixão, a partilha solidária, a fraternidade como bens maiores, imperdíveis e indestrutíveis. Sobre isso Jesus já falara, de algum modo, nos trechos anteriores (bem-aventuranças, superação das leis mesquinhas, radicalização do amor ao próximo, amor aos inimigos, etc.). Trata-se então de ter isso como desejo sincero, preponderante, profundo e permanente. Em outras palavras, aqui trata-se de transformar isso em uma “opção fundamental”, que baseia e orienta tudo.

Jesus ilustra a diferença entre estes dois projetos de vida com a metáfora do olho. Na cultura do povo do seu tempo, os olhos eram considerados uma espécie de faróis que projetam para fora a luz que vem de dentro. Então, se nossos olhos faíscam cobiça, são faróis queimados, que só projetam escuridão doentia, e tornam nossa vida algo tenebroso. Se nossos olhos estão fixos no reino de Deus, projetam luz clara, suave e benfazeja, e nossa vida então será luminosa e iluminadora.

O enfoque sincero e profundo no reino de Deus significa: para os ricos, ruptura com a cobiça, renúncia à acumulação, partilha solidária; para os pobres, confiança profunda em Deus, que cuida de nós como o faz um pai; cooperação solidária com os iguais ou mais necessitados; superação da tentação de imitar os ricos e poderosos. O seguimento de Jesus é uma aventura bela, mas, igualmente exigente.

 

Meditação:

·    Quais são os valores que “brilham aos nossos olhos”, que mobilizam e potencializam nossas energias e nossas buscas?

·    Como entender que a busca da prosperidade a qualquer custo tenha ocupado o lugar da justiça em muitas pregações dos nossos padres e pastores?

·    Que pedidos ou súplicas costumam ocupar os primeiros lugares nas “listas de desejos” que diariamente apresentamos a Deus?

Um comentário:

Anônimo disse...

Linda reflexão