X Semana do Tempo Comum | Terça-Feira | Mateus
5,13-16
(13/06/2023)
Não esqueçamos o ponto de partida deste breve e
intenso texto do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus: os quatro versículos
de hoje são a sequência das bem-aventuranças, e fazem parte de uma espécie de
apresentação da novidade de Jesus. Ele não é um pregador e mestre ao estilo dos
doutores da Lei, e não veio impor um receituário moral a ser praticado
minuciosamente.
Nestes breves versículos, Jesus retoma o tom
direto, e fala aos discípulos/as: “Vocês
são o sal da terra! Vocês são a luz
do mundo!” Ele fala aos mesmos interlocutores das últimas bem-aventuranças:
“Felizes vocês, quando por minha
causa os insultarem e perseguirem...” Está claro que estes/as discípulos/as são
sal da terra e luz do mundo na medida em que forem misericordiosos/as, íntegros/as,
pacificadores/as e promotores/as da justiça.
A comunidade que se reúne em torno de Jesus e segue
seus passos não é um grupo de fanáticos, separado e fechado. Quando Jesus diz
que somos sal, está enfatizando
nossa inserção no mundo, nosso engajamento pelo bem-estar das pessoas e povos,
nosso trabalho para que os projetos e instituições não se degradem ou se
corrompam. Ai de nós se esquecermos isso! Não podemos esperar outro destino que
não seja ser pisoteados, ser objeto de desprezo.
A comunidade que nasce da novidade do Reino e do
chamado de Jesus não pode ser uma instituição auto-referencial, não pode viver
em função de si mesma. Quando Jesus diz que somos luz do mundo, está pedindo que vivamos e saiamos em missão, que
irradiemos o brilho do Reino de Deus em nossas relações, que a identidade e a
missão que pertencia ao povo de Israel passa a pertencer ao novo povo de Deus,
a este povo-semente do qual somos parte.
Uma comunidade que é sal da terra e luz do mundo
será sempre uma comunidade-semente, minoritária e marginal. Mas terá a força e
a vocação de tornar visível a novidade do Reino de Deus na história. Nem mais e
nem menos que isso. Que seja apenas isso, mas seja sempre. Esta é a nossa
grandeza, a nossa glória, a nossa vocação. E não precisamos de outras.
Meditação:
· Situe-se na cena,
próximo/a a Jesus, sem dar as costas à multidão que busca nele um caminho para
uma vida mais digna e humana
· Acolha e deixe ressoar
em você a imagem do sal (modo de ser no mundo) e da luz (missão do discípulo/a
missionário/a de Jesus)
· O sal misturado à
comida perde a visibilidade, mas todos percebem se está ou não presente: o que
isso nos ajuda a entender?
· A luz não brilha para si mesma, mas para que vejamos as pessoas e coisas ao nosso redor: o que isso nos ensina sobre a vida cristã?
Qual é a qualidade do sal e a intensidade da luz que nossas comunidades cristãs estão demonstrando nestes tempos difíceis?
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