segunda-feira, 12 de junho de 2023

O Evangelho de cada dia (16)

X Semana do Tempo Comum | Terça-Feira | Mateus 5,13-16

(13/06/2023)

Não esqueçamos o ponto de partida deste breve e intenso texto do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus: os quatro versículos de hoje são a sequência das bem-aventuranças, e fazem parte de uma espécie de apresentação da novidade de Jesus. Ele não é um pregador e mestre ao estilo dos doutores da Lei, e não veio impor um receituário moral a ser praticado minuciosamente.

Nestes breves versículos, Jesus retoma o tom direto, e fala aos discípulos/as: “Vocês são o sal da terra! Vocês são a luz do mundo!” Ele fala aos mesmos interlocutores das últimas bem-aventuranças: “Felizes vocês, quando por minha causa os insultarem e perseguirem...” Está claro que estes/as discípulos/as são sal da terra e luz do mundo na medida em que forem misericordiosos/as, íntegros/as, pacificadores/as e promotores/as da justiça.

A comunidade que se reúne em torno de Jesus e segue seus passos não é um grupo de fanáticos, separado e fechado. Quando Jesus diz que somos sal, está enfatizando nossa inserção no mundo, nosso engajamento pelo bem-estar das pessoas e povos, nosso trabalho para que os projetos e instituições não se degradem ou se corrompam. Ai de nós se esquecermos isso! Não podemos esperar outro destino que não seja ser pisoteados, ser objeto de desprezo.

A comunidade que nasce da novidade do Reino e do chamado de Jesus não pode ser uma instituição auto-referencial, não pode viver em função de si mesma. Quando Jesus diz que somos luz do mundo, está pedindo que vivamos e saiamos em missão, que irradiemos o brilho do Reino de Deus em nossas relações, que a identidade e a missão que pertencia ao povo de Israel passa a pertencer ao novo povo de Deus, a este povo-semente do qual somos parte.

Uma comunidade que é sal da terra e luz do mundo será sempre uma comunidade-semente, minoritária e marginal. Mas terá a força e a vocação de tornar visível a novidade do Reino de Deus na história. Nem mais e nem menos que isso. Que seja apenas isso, mas seja sempre. Esta é a nossa grandeza, a nossa glória, a nossa vocação. E não precisamos de outras.

 

Meditação:

·    Situe-se na cena, próximo/a a Jesus, sem dar as costas à multidão que busca nele um caminho para uma vida mais digna e humana

·    Acolha e deixe ressoar em você a imagem do sal (modo de ser no mundo) e da luz (missão do discípulo/a missionário/a de Jesus)

·    O sal misturado à comida perde a visibilidade, mas todos percebem se está ou não presente: o que isso nos ajuda a entender?

·    A luz não brilha para si mesma, mas para que vejamos as pessoas e coisas ao nosso redor: o que isso nos ensina sobre a vida cristã?

Qual é a qualidade do sal e a intensidade da luz que nossas comunidades cristãs estão demonstrando nestes tempos difíceis? 

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