XII Semana do
Tempo Comum | Quarta-feira | Mateus 7,15-20
(28/06/2023)
Continuamos frequentando as lições de Jesus, Mestre
da vida, avançando pouco a pouco em nossa formação como discípulos/as
missionários/as. Depois de nos convidar a meditar sobre a regra de ouro, que
mede a avalia todas as nossas relações (fazer aos outros o que desejamos que
eles façam a nós), Jesus nos adverte em relação aos líderes que se apresentam
como profetas e guias, mas vivem de um modo que tem pouco a ver com o Evangelho
do Reino de Deus.
Ao que parece, a
advertência de Jesus se dirige tanto aos dirigentes do judaísmo como às lideranças
cristãs que se comportam de modo ambíguo. Jesus não deixa fora desse “puxão de
orelha” o amplo leque dos discípulos/as missionários/as que se reúnem em torno
dele. Quanto a algumas pessoas que exercem liderança ignorando o caminho do
serviço e da gratuidade, a crítica de Jesus é contundente: elas se aproximam
dos cristãos como ovelhas, como gente mansa e necessitada, mas, por dentro e na
prática, são lobos perigosos.
A este respeito,
Jesus propõe um princípio que pode ajudar as comunidades a identificar e
desmascarar estes falsos profetas: todas as pessoas, inclusive as lideranças,
se revelam nas ações que produzem, nos frutos da ação que desenvolvem, como os
figos remetem à figueira, e as uvas apontam à parreira. “Uma árvore boa não
produz frutos ruins, e uma árvore ruim não produz frutos bons”, sentencia
Jesus. Não colhemos manga nos espinheiros!
Considerando
aquilo que Jesus ensinou nas lições precedentes, pode-se concluir com segurança
que ele não se refere aos frutos do cumprimento simples, minucioso e inflexível
das leis e mandamentos, da moral e da doutrina, mas a uma justiça maior que
aquela que os fariseus ostentam: trata-se da compaixão e da misericórdia tal como
a viveu José em relação a Maria, e tal como Jesus demonstra em relação aos pobres,
doentes e toda a sorte de pessoas excluídas.
Assim, pelas
relações que estabelecem e pelas ações que produzem, os/as discípulos/as revelam
quem é seu mestre e guia: são as atitudes e práticas concretas de justiça e de
misericórdia, de partilha dos bens e de sede de justiça, de busca prioritária
do Reino de Deus, de amor a um só Senhor. O nome e os símbolos que usamos dizem
pouco sem as práticas que lhes dão concretude.
Meditação:
· Acolha a advertência de
Jesus e aplique-a a você mesmo/a e às lideranças eclesiais e políticas, que
gostam de posturas formais e respostas evasivas
· Que frutos as
lideranças eclesiais, sociais e políticas que despontam ou se impõem estão
produzindo neste amargo momento do Brasil?
· Aplicando o princípio
“é pelos frutos que nós conhecemos a um líder”, o que podemos dizer das nossas
lideranças eclesiais, hierárquicas ou não?
· Em que medida também
nós – pais, mães, catequistas, religiosos/as, padres, – nos apresentamos como
ovelhas mas atuamos como lobos?
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