quarta-feira, 21 de junho de 2023

O Evangelho de cada dia (25)

XI Semana do Tempo Comum | Quinta-feira | Mateus 6,7-15

(22/06/2023)

Nestes versículos, omitidos no trecho maior que meditamos ontem, Jesus prossegue sua formação aos discípulos/as, deslocando nossa atenção das prescrições legais para a prática da oração. Não faltemos a esta importante lição da nossa formação permanente, mantenhamo-nos atentos e sintonizados com aquilo que é essencial, e não nos deixemos distrair por nada.

Em alguns versículos do texto que meditamos ontem, Jesus já chamava a nossa atenção para a atitude correta na oração. Por mais que a oração cristã tenha também uma marca comunitária e um caráter público, o que nos move não é o desejo de impressionar os outros ou o próprio Deus, de receber aplausos, de ostentar piedade. No horizonte da novidade de Jesus e do advento do Reino de Deus, a oração tem marcas e exigências próprias.

Jesus não pretende ensinar aos seus discípulos e discípulas uma fórmula de oração a ser repetida em todas as ocasiões, mas uma atitude a ser assimilada com profundidade e um horizonte capaz de inspirar nossa vida de oração. Jesus sublinha que a nossa oração deve estar focada no Pai, na vinda do seu Reino e na sua Vontade (a quem se referem três frases) e nos irmãos, nas relações com eles, nas suas necessidades e nas ameaças que sofremos (quatro referências).

Para Jesus, o desejo que deve mover nossa oração é, antes de tudo, que o nome de Deus seja universalmente e concretamente honrado na afirmação da dignidade dos seus filhos e filhas; que seu Reino venha para demolir as estruturas injustas e instaurar uma ordem social mais humana e solidária; que sua vontade seja a inspiração de todos os projetos e ações pessoais, eclesiais e sociais, e seja levada em conta tanto na terra como o é no céu.

Em segundo lugar, Jesus nos ensina a apresentar a Deus nossas necessidades mais pungentes, e não qualquer desejo ou capricho de menor importância: que não falte a ninguém o pão de cada dia; que tratemos nossas tensões e curemos as feridas relacionais mediante o perdão, sinal do Ano da Graça; que vençamos a tentação de desistir diante do desafio de viver como comunidade alternativa no meio do mundo; que sejamos mais fortes que o maligno, que às vezes se disfarça de anjo bom; enfim, que nossos desejos tenham a grandeza do desejo de Deus.

 

Meditação:

·      Deixe ressoar em você este ensino inovador de Jesus, que ele viveu em primeira pessoa: colocar-se inteiramente nas mãos do Pai e realizar plenamente sua vontade

·      Como você e sua comunidade tem exercitado a oração? Em que ela está focada nestes tempos de crise política, moral, ambiental, social e econômica?

Há algo a ser revisto ou ser melhorado na sua forma de rezar e no conteúdo da sua oração? Há algo a mudar ou melhorar no foco das nossas celebrações comunitárias, que são basicamente orações coletivas? 

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