XI Semana do Tempo Comum | Quinta-feira | Mateus
6,7-15
(22/06/2023)
Nestes
versículos, omitidos no trecho maior que meditamos ontem, Jesus prossegue sua
formação aos discípulos/as, deslocando nossa atenção das prescrições legais
para a prática da oração. Não faltemos a esta importante lição da nossa
formação permanente, mantenhamo-nos atentos e sintonizados com aquilo que é
essencial, e não nos deixemos distrair por nada.
Em alguns
versículos do texto que meditamos ontem, Jesus já chamava a nossa atenção para a
atitude correta na oração. Por mais que a oração cristã tenha também uma marca
comunitária e um caráter público, o que nos move não é o desejo de impressionar
os outros ou o próprio Deus, de receber aplausos, de ostentar piedade. No
horizonte da novidade de Jesus e do advento do Reino de Deus, a oração tem
marcas e exigências próprias.
Jesus não
pretende ensinar aos seus discípulos e discípulas uma fórmula de oração a ser
repetida em todas as ocasiões, mas uma atitude a ser assimilada com
profundidade e um horizonte capaz de inspirar nossa vida de oração. Jesus
sublinha que a nossa oração deve estar focada no Pai, na vinda do seu Reino e
na sua Vontade (a quem se referem três frases) e nos irmãos, nas relações com
eles, nas suas necessidades e nas ameaças que sofremos (quatro referências).
Para Jesus, o
desejo que deve mover nossa oração é, antes de tudo, que o nome de Deus seja universalmente
e concretamente honrado na afirmação da dignidade dos seus filhos e filhas; que
seu Reino venha para demolir as estruturas injustas e instaurar uma ordem
social mais humana e solidária; que sua vontade seja a inspiração de todos os
projetos e ações pessoais, eclesiais e sociais, e seja levada em conta tanto na
terra como o é no céu.
Em segundo lugar,
Jesus nos ensina a apresentar a Deus nossas necessidades mais pungentes, e não
qualquer desejo ou capricho de menor importância: que não falte a ninguém o pão
de cada dia; que tratemos nossas tensões e curemos as feridas relacionais
mediante o perdão, sinal do Ano da Graça; que vençamos a tentação de desistir
diante do desafio de viver como comunidade alternativa no meio do mundo; que
sejamos mais fortes que o maligno, que às vezes se disfarça de anjo bom; enfim,
que nossos desejos tenham a grandeza do desejo de Deus.
Meditação:
· Deixe ressoar em você
este ensino inovador de Jesus, que ele viveu em primeira pessoa: colocar-se
inteiramente nas mãos do Pai e realizar plenamente sua vontade
· Como você e sua comunidade tem exercitado a oração? Em que ela está focada nestes tempos de crise política, moral, ambiental, social e econômica?
Há algo a ser revisto ou ser melhorado na sua forma de rezar e no conteúdo da sua oração? Há algo a mudar ou melhorar no foco das nossas celebrações comunitárias, que são basicamente orações coletivas?
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