XII Semana do
Tempo Comum | Quinta-feira | Mateus 7,15-21-29
(29/06/2023)
A espiritualidade da encarnação do
Evangelho na vida cotidiana é a luz que ilumina com cores especiais os textos
bíblicos deste tempo litúrgico. Ela ajusta nosso olhar para podermos reconhecer
os sinais da permanência de Deus “no meio de nós” em trajes humanos de pobreza,
de simplicidade, de proximidade e de coerência. E nos sensibiliza ao sonho, à
esperança, à generosidade. O texto de hoje é a conclusão da “catequese da
montanha”, o primeiro anúncio de Jesus às multidões e a primeira de uma série
de lições aos discípulos/as missionários/as.
Hoje, a santa e boa Palavra nos
adverte sobre uma forma deficiente e imatura de ouvir e acolher o Evangelho de
Jesus: reduzi-lo a um motivo para exultação, suspiros e gemidos, cânticos e
linguagens estranhas. Mais que isso, Jesus nos provoca e encoraja a levar o
Evangelho para a vida, como dinamizador de ações, iniciativas, decisões e
relações concretas, em todos os âmbitos.
Acolher Jesus e seguir seus passos e
suas lições significa fazer-se seu discípulo/a, ser seu/sua companheiro/a de
caminhada, assumir seus sentimentos e pensamentos, participar da sua missão. A
ação verdadeiramente evangélica do/a discípulo/a missionário/a nasce da escuta
atenta da Palavra, que nos fala pela Bíblia e pela Vida. Ler, escutar ou
meditar o Evangelho e não agir de acordo com ele equivale a desobedecer.
Infelizmente, tanto no tempo de Jesus
como hoje, há quem queira ser cristão sem uma ação ou uma prática correspondente.
Tem o nome de Jesus sempre nos lábios, mas usa-o para promoção pessoal ou das
suas igrejas (ou negócios religiosos). E há instituições que embelezam seus espaços
e ambientes com símbolos, afrescos e móveis caros, mas não querem saber do
Evangelho. E não faltam cristãos que querem reduzir a fé a uma moral mesquinha.
A autenticidade do/a discípulo/a missionário/a
se faz patente e evidente numa vida centrada em Jesus e no Reino de Deus. No
discipulado cristão não há espaço para as fachadas (humanas e comerciais) tão
enfeitadas quanto falsas. Não é aceitável o uso do nome de Jesus como fórmula
mágica e afirmação de poder. Isso seria insensatez ou falta de juízo, como diz
Jesus, seria como tentar construir um edifício sobre terreno movediço.
Meditação:
· O
evangelho de hoje nos chama e orienta para uma atitude madura e adequada em
todas as esferas da vida cotidiana
· Será
que alguns movimentos religiosos atualmente muito em moda não caíram na
tentação de reduzir a vida cristã à invocação do nome de Jesus?
· Perceba
a advertência de Jesus às pessoas aparentemente piedosas (profetizam pregam,
participam da Eucaristia), mas más em suas relações?
· Será
que, diante das exigências do Evangelho de Jesus, alguns setores cristãos estão
buscando ensinamentos em outros “mestres”, menos radicais?
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