sábado, 17 de junho de 2023

O Evangelho de cada dia (21)

XI Semana do Tempo Comum | Domingo | Mateus 9,36-10,8

(18/06/2023)

Em Jesus, Deus não quis fazer um simples passeio pelo mundo, visitar os lugares e as pessoas mais atraentes e agradáveis, mas assumir a fundo nossa condição humana. Vemos Jesus caminhando sem pressa pela Galileia: ele vê e contempla a realidade e as pessoas; olha de frente e a partir de dentro a realidade humana e social. Seu olhar não tem nada de passividade, indiferença ou julgamento. Como o samaritano, ele vê e, movido pela compaixão, socorre.

O olhar de Jesus não identifica apenas doentes terminais, mortes inexplicáveis ou cegueiras causadas por espíritos maus. Ele não vê também apenas uma multidão anônima, sem rosto e sem nome. Jesus vê gente cansada e abatida, um povo sem líder e sem guia.  Diante dessa gente, as entranhas maternas de Deus se contorcem, e ele revela sua capacidade de sofrer com seus filhos e filhas. Deus rejeita como indigna e pecaminosa toda forma de indiferença frente à dor das suas criaturas, qualquer que seja sua condição moral.

E esta compaixão que está na origem da missão de Jesus, e a sustenta até o fim. Ela é o dinamismo permanente que leva adiante e sustenta sua ação humanizadora. Ele não se comporta como as pessoas que, ao invés de usar máscaras protetoras usam venda nos olhos e, diante de mortes que contamos aos milhares, e das violências, que somam milhões, perguntam: “E daí? O que vocês querem que eu faça? Não sou coveiro, não sou Deus”.

Diante da imensa tarefa de anunciar a Boa Notícia de um Deus misericordioso e mostrar sua presença através de ações libertadoras que denotam a chegada do Reino de Deus, Jesus se vê pequeno, sente necessidade de mais gente nessa missão. Por isso, ele insiste que devemos pedir ao Pai mais operários para essa colheita, e ele mesmo escolhe alguns para enviar exemplarmente em seu nome.

Jesus divide com seus discípulos capazes de compaixão a responsabilidade de curar enfermidades e dissipar espíritos que escravizam as pessoas. São seguidores que ele escolhe para permanecer mais próximos e aprender mais profundamente, e para colaborar com sua missão. Esta é uma missão que convoca e compromete todos os cristãos, e todos os homens e mulheres de boa vontade, aqueles/as que sentem uma devoradora fome e sede de justiça.

 

Meditação:

·        Situe-se na cena, acompanhe Jesus, observe suas ações, contemple os/as discípulos/as, sinta-se também chamado/a pelo nome e acolha o envio

·        Deixe ressoar em você a atitude fundamental de Jesus: percorrer cidades e vilarejos, anunciar a Boa Notícia do Reino, curar o povo de tudo o que o fere, agir movido pela compaixão e pela solidariedade

·        Jesus forma seus discípulos e os envia pedindo-lhes prioridade às “ovelhas perdidas da casa de Israel”, às pessoas e grupos excluídos da cidadania e da religião: o que essa prioridade significa para você e para a Igreja hoje?

Nenhum comentário: