XI Semana do
Tempo Comum | Domingo | Mateus 9,36-10,8
(18/06/2023)
Em Jesus, Deus
não quis fazer um simples passeio pelo mundo, visitar os lugares e as pessoas
mais atraentes e agradáveis, mas assumir a fundo nossa condição humana. Vemos
Jesus caminhando sem pressa pela Galileia: ele vê e contempla a realidade e as
pessoas; olha de frente e a partir de dentro a realidade humana e social. Seu
olhar não tem nada de passividade, indiferença ou julgamento. Como o
samaritano, ele vê e, movido pela compaixão, socorre.
O olhar de Jesus
não identifica apenas doentes terminais, mortes inexplicáveis ou cegueiras
causadas por espíritos maus. Ele não vê também apenas uma multidão anônima, sem
rosto e sem nome. Jesus vê gente cansada e abatida, um povo sem líder e sem guia.
Diante dessa gente, as entranhas maternas de Deus se contorcem, e ele
revela sua capacidade de sofrer com seus filhos e filhas. Deus rejeita como
indigna e pecaminosa toda forma de indiferença frente à dor das suas criaturas,
qualquer que seja sua condição moral.
E esta compaixão
que está na origem da missão de Jesus, e a sustenta até o fim. Ela é o
dinamismo permanente que leva adiante e sustenta sua ação humanizadora. Ele não
se comporta como as pessoas que, ao invés de usar máscaras protetoras usam venda
nos olhos e, diante de mortes que contamos aos milhares, e das violências, que
somam milhões, perguntam: “E daí? O que vocês querem que eu faça? Não sou
coveiro, não sou Deus”.
Diante da imensa
tarefa de anunciar a Boa Notícia de um Deus misericordioso e mostrar sua
presença através de ações libertadoras que denotam a chegada do Reino de Deus,
Jesus se vê pequeno, sente necessidade de mais gente nessa missão. Por isso,
ele insiste que devemos pedir ao Pai mais operários para essa colheita, e ele
mesmo escolhe alguns para enviar exemplarmente em seu nome.
Jesus divide com
seus discípulos capazes de compaixão a responsabilidade de curar enfermidades e
dissipar espíritos que escravizam as pessoas. São seguidores que ele escolhe
para permanecer mais próximos e aprender mais profundamente, e para colaborar
com sua missão. Esta é uma missão que convoca e compromete todos os cristãos, e
todos os homens e mulheres de boa vontade, aqueles/as que sentem uma devoradora
fome e sede de justiça.
Meditação:
·
Situe-se
na cena, acompanhe Jesus, observe suas ações, contemple os/as discípulos/as,
sinta-se também chamado/a pelo nome e acolha o envio
·
Deixe
ressoar em você a atitude fundamental de Jesus: percorrer cidades e vilarejos,
anunciar a Boa Notícia do Reino, curar o povo de tudo o que o fere, agir movido
pela compaixão e pela solidariedade
·
Jesus
forma seus discípulos e os envia pedindo-lhes prioridade às “ovelhas perdidas
da casa de Israel”, às pessoas e grupos excluídos da cidadania e da religião: o
que essa prioridade significa para você e para a Igreja hoje?
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