sexta-feira, 30 de junho de 2023

O Evangelho de cada dia (34)

XII Semana do Tempo Comum | Sábado | Mateus 8,5-17

(01/07/2023)

Depois da primeira etapa do processo de “formação na ação” que Jesus oferece aos seus discípulos (purificação e cura de um leproso), entramos na fase narrativa, que descreve a novidade do Reino de Deus em ação naquilo que Jesus faz. Também nisso ele forma, educa e orienta seus discípulos/as missionários/as. Ontem vimos como ele desmascara a ideologia que taxa os leprosos como impuros, e, assim exclui eles da convivência social

Uma leitura atenta do início do capítulo 8 do evangelho segundo Mateus nos leva a perceber que Jesus derruba os muros e atravessa as fronteiras políticas, étnicas, religiosas e sociais enfrentando o sofrimento das pessoas rejeitadas, oprimidas, isoladas, doentes, paralíticas, etc. E faz isso evitando os centros e deslocando-se para as margens. Usa como meios eficazes a Palavra e o toque, a compaixão e a misericórdia, sem recorrer a ações poderosas e capazes de impressionar, seduzir e provocar medo. São ações que beneficiam os necessitados, e não subjugam ninguém.

Na cena de hoje se confrontam dois reinos (o império romano e o Reino de Deus), duas etnias (os judeus e os pagãos) e duas classes (um chefe militar e uma mulher sem nome). O escravo e a sogra de Pedro não têm voz, não contam para nada. Diante desses dois sujeitos sociais, Jesus faz o que império romano não faz, e corrige aquilo que a dominação provoca. A possessão era a expressão da completa destruição da pessoa, e Jesus põe fim a esse mal que fere tanta gente.

A figura do oficial romano é ambivalente, pois ele faz parte da estrutura de dominação e de violência do império romano, mas, ao mesmo tempo, é um pagão, e, como tal, é desprezado pelos judeus. Pela confiança radical na força libertadora da pessoa e da Palavra de Jesus para curar alguém tratado por ele como simples propriedade, este oficial chama a atenção e atrai o elogio de Jesus.

A atitude e as palavras desse pagão inspiram a vida cristã. Sua fé é exemplo até para os judeus mais piedosos. Em cada celebração eucarística, repetimos suas palavras, e queremos assimilar sua atitude. “Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa, mas uma palavra tua basta para curar-me!”

 

Meditação:

·        Preste atenção na atitude, nos gestos e nas palavras do oficial romano: ele pede em favor de um escravo, que é uma entre as suas propriedades, uma pessoa que talvez ele mesmo tivesse torturado

·        O oficial expressa sua fé na força da Palavra e da compaixão de Jesus de Nazaré por aqueles que não tem voz nem vez

·        Jesus se interessa pela sogra de Pedro, vai ao encontro dela no reduto doméstico, ajuda-a a superar a enfermidade e recoloca-a de pé

·        Você deseja que Jesus entre na sua casa e faça as mudanças que o Evangelho pede, tome você pela mão e faça de você um/a servidor/a dos outros?

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