XII Semana do
Tempo Comum | Segunda-feira | Mateus 7,1-5
(26/06/2023)
Continuamos na primeira etapa de
formação inicial que Jesus oferece a seus discípulos/as missionários. Ele é
realista, e sabe que formamos comunidades de homens e mulheres imperfeitos, de
pessoas que estão a caminho, que ainda têm muito caminho pela frente. Quando Jesus
nos pede que sejamos perfeitos como o Pai é perfeito, na verdade está pedindo que
nos empenhemos e perseveremos no próprio caminho de crescimento, e não propriamente
uma perfeição. E hoje ele ilustra o que significa ter coração puro.
Como seguidores/as de Jesus, como
gente que o escolheu como mestre da vida, precisamos discernir o que fazer, e
desenvolver relações e práticas coerentes com a novidade do Reino de Deus,
tanto no âmbito social como no interior da comunidade. Partindo da convicção de
que todos/as somos pecadores/as e limitados/as, precisamos conjugar a
necessária correção das faltas dos irmãos e irmãs com uma serena e profunda
capacidade de autocrítica. A crítica sem autocrítica, sem o cultivo de um olhar
e um coração puros, pode virar hipocrisia e descambar para a intolerância e a
exclusão.
Jesus não diz que devemos nos omitir
diante das faltas e dos limites que marcam a vida comunitária, mas pede que
nosso olhar sobre os outros seja correto. Precisamos limpar nosso olhar e
purificar nossos juízos, evitando criminalizar os outros com a intenção de
declararmo-nos inocentes. E não podemos cair na tentação de ocupar o lugar de
Deus, a quem compete o julgamento final. Privar os outros de misericórdia é
impedir a misericórdia de Deus conosco mesmos/as. A balança e a trena com que
medimos os outros serão aplicadas também a nós.
Com o exemplo do cisco no olho do
irmão e da trave no nosso próprio olhar, Jesus oferece um critério fundamental:
julgar e condenar os outros sem autocrítica é ridículo e hipócrita, e isso é
inaceitável para um/a discípulo/a missionário/a. Na revisão de vida, o “eu” vem
antes que o “tu” e o “eles”. Se invertemos a prioridade, deixaremos de ser
comunidades alternativas, comunidades capazes de fecundar a história com a
novidade do Reino de Deus, semente e fermento de justiça, de acolhida e de
fraternidade. É claro que isso não significa diminuir ou eliminar a necessária
denúncia profética!
Meditação:
· Deixe ressoar em você
cada palavra e cada frase dessa lição sobre a correção fraterna na comunidade
familiar e cristã
· Detenha-se na imagem do
cisco e da medida (balança ou régua) que Jesus propõe como metáfora na prática
da correção fraterna
· Você também tende às
vezes a ceder a um julgamento implacável, a uma crítica sem autocrítica, a um
olhar condenatório sobre os outros?
· Como e quando seu olhar
sobre os irmãos e irmãs é turvo, distorcido e encobridor dos seus próprios
limites, e quando é puro e transparente?
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