domingo, 25 de junho de 2023

O Evangelho de cada dia (29)

XII Semana do Tempo Comum | Segunda-feira | Mateus 7,1-5

(26/06/2023)

Continuamos na primeira etapa de formação inicial que Jesus oferece a seus discípulos/as missionários. Ele é realista, e sabe que formamos comunidades de homens e mulheres imperfeitos, de pessoas que estão a caminho, que ainda têm muito caminho pela frente. Quando Jesus nos pede que sejamos perfeitos como o Pai é perfeito, na verdade está pedindo que nos empenhemos e perseveremos no próprio caminho de crescimento, e não propriamente uma perfeição. E hoje ele ilustra o que significa ter coração puro.

Como seguidores/as de Jesus, como gente que o escolheu como mestre da vida, precisamos discernir o que fazer, e desenvolver relações e práticas coerentes com a novidade do Reino de Deus, tanto no âmbito social como no interior da comunidade. Partindo da convicção de que todos/as somos pecadores/as e limitados/as, precisamos conjugar a necessária correção das faltas dos irmãos e irmãs com uma serena e profunda capacidade de autocrítica. A crítica sem autocrítica, sem o cultivo de um olhar e um coração puros, pode virar hipocrisia e descambar para a intolerância e a exclusão.

Jesus não diz que devemos nos omitir diante das faltas e dos limites que marcam a vida comunitária, mas pede que nosso olhar sobre os outros seja correto. Precisamos limpar nosso olhar e purificar nossos juízos, evitando criminalizar os outros com a intenção de declararmo-nos inocentes. E não podemos cair na tentação de ocupar o lugar de Deus, a quem compete o julgamento final. Privar os outros de misericórdia é impedir a misericórdia de Deus conosco mesmos/as. A balança e a trena com que medimos os outros serão aplicadas também a nós.

Com o exemplo do cisco no olho do irmão e da trave no nosso próprio olhar, Jesus oferece um critério fundamental: julgar e condenar os outros sem autocrítica é ridículo e hipócrita, e isso é inaceitável para um/a discípulo/a missionário/a. Na revisão de vida, o “eu” vem antes que o “tu” e o “eles”. Se invertemos a prioridade, deixaremos de ser comunidades alternativas, comunidades capazes de fecundar a história com a novidade do Reino de Deus, semente e fermento de justiça, de acolhida e de fraternidade. É claro que isso não significa diminuir ou eliminar a necessária denúncia profética!

 

Meditação:

·    Deixe ressoar em você cada palavra e cada frase dessa lição sobre a correção fraterna na comunidade familiar e cristã

·    Detenha-se na imagem do cisco e da medida (balança ou régua) que Jesus propõe como metáfora na prática da correção fraterna

·    Você também tende às vezes a ceder a um julgamento implacável, a uma crítica sem autocrítica, a um olhar condenatório sobre os outros?

·    Como e quando seu olhar sobre os irmãos e irmãs é turvo, distorcido e encobridor dos seus próprios limites, e quando é puro e transparente?

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