quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Para viver em paz precisamos superar a competição

Para viver em paz precisamos superar a competição | 636 | 27.02.2025 | Marcos 9,41-50

Ontem víamos que Jesus chama seus discípulos à abertura e à colaboração ecumênica. Quem tem um coração grande, um olhar abrangente e uma fé confiante não imagina ter concorrentes por todo lado. Só uma mente imatura e doentia pode se mostrar incapaz de reconhecer o bem que outros fazem e alimentar o desejo de que todos peçam sua aprovação para qualquer iniciativa benemérita.

No texto de hoje, Jesus começa radicalizando o ensino do episódio de ontem: qualquer gesto de hospitalidade, por menor que seja, e mesmo que seja proveniente de alguém de fora da comunidade cristã, é benemérito e nobre. Para Jesus, todos as pessoas que agem com solidariedade são bem-vindas, são cidadãs do Reino de Deus. O que vale é a prática, e não o rótulo religioso.

Para jesus, os cristãos devem atuar sem preconceitos contra qualquer pessoa e sem pretensões de exclusividade. Não há fronteiras rígidas que nos separam ou colocam acima das pessoas que não rezam pela nossa cartilha. O bem pode estar tanto dentro como fora da comunidade, e o mal pode vir tanto de fora quanto de dentro dela.

Este é o alerta que Jesus faz recorre à metáfora dos membros do corpo. Para as comunidades apostólicas, o corpo é uma imagem da diversidade dos membros, serviços e funções das comunidades cristãs. E, na mentalidade judaica, os pés, as mãos e os olhos são considerados o lugar dos atos agressivos ou descontrolados.

Na verdade, a comunidade de Marcos vivia a triste e dura experiência da deserção, da traição e da apostasia de parte dos seus membros diante das violentas e reiteradas perseguições. E se perguntava como reagir a esta pedra de tropeço que derrubava os mais fracos. Uma leitura atenta do texto evidencia que a solução não é a condenação à morte (como era comum na tradição oriental), nem a exclusão pura e simples da comunidade.

A metáfora do sal aponta para o trabalho paciente e firme em vista da solução do conflito e da recuperação da paz. Na tradição judaica, o sal é símbolo da Aliança. Assim, Jesus pede que todos tenhamos este sal e vivamos a paz com os demais, inclusive com os traidores.

 

Meditação:

§ Releia o texto e contemple a cena, dando atenção a cada gesto e a cada palavra, assim como aos símbolos usados por jesus

§ Você consegue valorizar os pequenos e grandes gestos de humanismo que ocorrem fora da sua Igreja?

§ Como costumamos tratar os membros da comunidade ou da família que “cometem besteira” e nos deixam envergonhados?

§ Que passos poderíamos dar para desenvolver uma educação e uma catequese capazes de evitar o preconceito e a exclusividade?

Um comentário:

Anônimo disse...

Sobre a primeira questão se eu valorizo os pequenos gestos na nossa comunidade? Simmm por mais simples que seje ,quando é feito com amor e respeito valorizo muito.