Para viver em paz precisamos superar a competição | 636 | 27.02.2025
| Marcos 9,41-50
Ontem víamos que Jesus
chama seus discípulos à abertura e à colaboração ecumênica. Quem tem um coração
grande, um olhar abrangente e uma fé confiante não imagina ter concorrentes por
todo lado. Só uma mente imatura e doentia pode se mostrar incapaz de reconhecer
o bem que outros fazem e alimentar o desejo de que todos peçam sua aprovação
para qualquer iniciativa benemérita.
No texto de hoje, Jesus começa
radicalizando o ensino do episódio de ontem: qualquer gesto de hospitalidade,
por menor que seja, e mesmo que seja proveniente de alguém de fora da
comunidade cristã, é benemérito e nobre. Para Jesus, todos as pessoas que agem
com solidariedade são bem-vindas, são cidadãs do Reino de Deus. O que vale é a prática,
e não o rótulo religioso.
Para jesus, os cristãos devem
atuar sem preconceitos contra qualquer pessoa e sem pretensões de
exclusividade. Não há fronteiras rígidas que nos separam ou colocam acima das
pessoas que não rezam pela nossa cartilha. O bem pode estar tanto dentro como
fora da comunidade, e o mal pode vir tanto de fora quanto de dentro dela.
Este é o alerta que Jesus faz
recorre à metáfora dos membros do corpo. Para as comunidades apostólicas, o
corpo é uma imagem da diversidade dos membros, serviços e funções das
comunidades cristãs. E, na mentalidade judaica, os pés, as mãos e os olhos são
considerados o lugar dos atos agressivos ou descontrolados.
Na verdade, a comunidade de Marcos
vivia a triste e dura experiência da deserção, da traição e da apostasia de
parte dos seus membros diante das violentas e reiteradas perseguições. E se
perguntava como reagir a esta pedra de tropeço que derrubava os mais fracos.
Uma leitura atenta do texto evidencia que a solução não é a condenação à morte
(como era comum na tradição oriental), nem a exclusão pura e simples da
comunidade.
A
metáfora do sal aponta para o trabalho paciente e firme em vista da solução do
conflito e da recuperação da paz. Na tradição judaica, o sal é símbolo da
Aliança. Assim, Jesus pede que todos tenhamos este sal e vivamos a paz com os
demais, inclusive com os traidores.
Meditação:
§ Releia
o texto e contemple a cena, dando atenção a cada gesto e a cada palavra, assim
como aos símbolos usados por jesus
§ Você
consegue valorizar os pequenos e grandes gestos de humanismo que ocorrem fora
da sua Igreja?
§ Como
costumamos tratar os membros da comunidade ou da família que “cometem besteira”
e nos deixam envergonhados?
§ Que
passos poderíamos dar para desenvolver uma educação e uma catequese capazes de
evitar o preconceito e a exclusividade?
Um comentário:
Sobre a primeira questão se eu valorizo os pequenos gestos na nossa comunidade? Simmm por mais simples que seje ,quando é feito com amor e respeito valorizo muito.
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