(Mt 11,2-11) O João Batista que encontramos e escutamos hoje é bem
diferente daquele que aparece no segundo domingo do advento. João está no
cárcere e sabe que sua aventura está chegando ao fim por causa da sórdida raiva
e vontade de vingança de uma mulher vingativa e da fraqueza de um rei que não
passa de um fantoche. Ele vivera toda a sua provocativa vida somente para
preparar a vinda do Messias, reconhecera o Messias anônimo no meio da multidão
que buscava seu batismo e o acolhera surpreso com sua atitude discreta e
humilde. Mas agora João está perplexo. As notícias que seus discípulos trazem deixam-no
consternado: o Messias não está seguindo seus passos e o perfil que anunciara,
não incita o povo com veemência, assumiu um perfil baixo, quase medíocre. João
ameaçava com a vingança de Deus, um fogo devorador. Mas Jesus propõe um perdão
incondicionado, apaga as culpas, não ameaça nem cumpre a vingança. E diz que
deseja sim acender o fogo, mas o faz a partir do amor e não do temor. Este
Messias é muito diferente daquele esperado e anunciado pelo Batista e por
Israel, demasiadamente diferente. E não seria também diverso do Deus que
desejamos nós, que eu mesmo desejaria?! (Paolo Curtaz, Parola
& Preghiera, dezembro/2013, p. 100)
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