(Lc 1,57-66) Calam todos: os maridos, os parentes, os machos. Todos calados, como o pobre e velho
Zacarias. Calam mesmo quando a mulher desobedece ou transgride, quando não faz
como sempre se fez. Certo, o filho deveria receber o mesmo nome que o pai, pois
esta uma tradição do clã, e sempre se fez assim. Mas Isabel sabe que este tempo
terminou, que chegou o tempo de escutar os anjos e não os machos. Chegou o
tempo de escutar a Deus! E que as tradições se danem, mesmo as tradições religiosas
e os nossos velhos hábitos!... Agora é tempo de converter-se, finalmente.
Chegou o tempo de passar do silêncio ao cântico e do habitual ao estupor. Calam
aqueles que sempre têm o quê criticar, os gozadores e aqueles que pensam sempre
ter razão. Calam porque Deus não se deixa enrolar, não se deixa doutrinar, não
se deixa guiar por ninguém. É ele quem guia e decide, e não nós... Quando
compreenderemos isso? Agora, finalmente, Zacarias está livre e com a língua
solta. Muito antes dele, Isabel, sua mulher, experimentou esta mesma liberdade.
Já estamos a poucas horas do Natal, do meu e do vosso Natal. Então deixemos
finalmente que Deus tome a Palavra. Deixemos que ele pastoreie e acalme nossos
medos e paranóias. Deus continua nascendo, e não desiste de nascer. E tudo se
faz novo, inesperado, maravilhoso... Senhor, hoje
te pedimos pelos pobres, pelos doentes e, particularmente, pelas crianças
órfãs, abandonadas ou que vivem sozinhas. Tu vieste para trazer a todas elas a
paz, o conforto, a consolação e a esperança. Faz com que cada cristão seja para
elas um sinal do teu amor. (Paolo Curtaz, Parola
& Preghiera, dezembro/2013, p. 154; 150)
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