(Mt 1,5-25) Com grande habilidade literária, Lucas insere o
nascimento de Jesus no contexto da esperança messiânica do Salvador. O templo
havia sido a via de reconstituição do judaísmo e foram retomados em grande
estilo os holocaustos e toda a atividade cultual do templo. Zacarias e Isabel,
segundo os mais clássicos esquemas da intervenção divina em favor de um casal estéril,
representam a fé de Israel, naquele momento reduzida à prática do culto, árida
e estéril. De fato, o anúncio acontece no templo, durante a solene liturgia, a
um homem que nele desenvolve sua missão, muito diferente do que acontecerá com
Maria em Nazaré. É o fim de uma época, o fim de um modo de compreender e viver
a fé e a religião. O fruto desta fronteira ou fratura será João Batista: proveniente
da classe sacerdotal, ele desenvolveu sua missão como profeta no deserto,
distante da pompa do templo. O povo de Israel tem necessidade de fazer silêncio
e de meditar, exatamente como faz o pobre e velho Zacarias, para poder dar-se
conta do que está acontecendo. Somente assim terá condições de mudar e de
acolher o convite do maior dos profetas. Somente no silêncio também nós podemos
hoje acolher de novo a boa notícia do nascimento de Deus nem nossa vida. Senhor Jesus, nós te pedimos hoje por todas as pessoas
que crêem, para que possam realizar cada dia tua vontade e proclamem as
maravilhas que realizas em benefício da humanidade. A ti confiamos as mães de
todo o mundo: que sejam um sinal de luz e de bondade no seio das suas famílias.
(Paolo Curtaz, Parola & Preghiera, dezembro/2013,
p. 128; 121)
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