(Mt 24,37-44) São quatro as semanas que nos preparam para o Natal. Uma
espécie de arca de salvação que nos é dada para desenvolver um pouquinho de
consciência. Um mês para preparar um bercinho para Deus, mesmo que seja numa
estrebaria... Jesus já nasceu na história e voltará na glória. Mas agora ele
quer nascer em nós. Porque podemos celebrar cem natais sem que ele jamais tenha
nascido em nós... Como disse explendidamente Dietrich Bonhoeffer: “Ninguém
possui Deus de modo tal a não precisar mais esperá-lo. E também não poderia
esperá-lo se não soubesse que o próprio Deus o esperou longamente”. O trecho do
evangelho de hoje é um pouco difícil e obscuro, e corre o risco de ser lido
numa perspectiva grotesca. Mas Jesus, como sempre, é extraordinário: cita os
eventos simbólicos de Noé, diz que em torno dele um monte de gente foi
arrastada pelo dilúvio sem mesmo se dar conta. Por isso, ele nos convida a
vigiar, a estar acordado, como pede também Paulo escrevendo aos Romanos. E
Jesus adverte: um é levado, outro é deixado; um encontra Deus, outro não...
Deus é discreto, modesto, quase tímido, não impõe a sua presença, como a brisa
da tarde é a sua vinda. A nós, pede que abramos amplamente as portas do
coração, que abramos bem os olhos, que deixemos emergir o desejo, pedindo que
sejamos levamos... Na noite da história, Senhor
Jesus, tu nos puseste como sentinelas para que, com o olhar da fé, possamos
perceber a luz do teu Dia que está clareando. Dá-nos a perseverança na espera e
um coração vigilante, que saiba discernir os sinais da tua vinda e anunciá-los
como presença e cumprimento. Amém! (Paolo
Curtaz, Parola & Preghiera, dezembro/2013, p. 30-31)
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