Dia 04
de junho | Quinta-feira | 9ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Marcos (12,28-34)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode
ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que
é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante
é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais
e de impedir que seja um tempo estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Ouça e cante o
mantra: Ó Luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em
nós! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=eK8iGnXsuL8)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
sua atenção o texto de Marcos 12,28-34
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Este texto está situado ambiente da crescente tensão
entre Jesus e as autoridades do judaísmo, os partidários de Herodes, os
fariseus, os saduceus e os escribas ou doutores da lei
· A cena e a palavra de Jesus ocorrem no ambiente do
templo, do qual Jesus já havia expulsado os vendedores, e estão focadas na
questão dos mandamentos
· É o último confronto de Jesus com seus opositores,
pouco antes da prisão e condenação
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Situe-se no interior da cena, diante de Jesus e do
escriba, especialista nos mandamentos
· O escriba parece candidato a discípulo, seu tom é
simpático, mas é ardiloso e enganador, como os anteriores
· Estaríamos nós também caindo na tentação comprometidos
com a manutenção de relações e sistemas de dominação e exclusão, buscando na
religião e na ortodoxia legitimação para eles?
· Perceba a novidade corajosa de Jesus: ele une o amor a
Deus e o amor ao próximo, como ninguém havia feito antes, e faz dos dois um só
mandamento, uma moeda com dois lados
· Fique atento/a ao
que esta palavra desperta em você
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Expresse, em palavras orantes, seu amor agradecido,
intenso e maduro a Deus e sua adesão à Palavra de Jesus
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Aprendamos de Jesus: pelo amor ao próximo, o céu vem à
terra, e a terra se faz caminho para o céu
· Procuremos não separar o que Jesus uniu: o amor a Deus
e o amor ao próximo num só movimento
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
mantra: A Palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração! (Acessível
em: https://www.youtube.com/watch?v=70ikIPVilyM)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
A cena oferecida hoje à nossa leitura e oração,
mesmo parecendo mais tranquila que as anteriores, faz parte das armadilhas que
os chefes do judaísmo colocam a Jesus com a intenção de acusá-lo, e das tensas
disputas teológicas e políticas com ele. Não esqueçamos que elas ocorrem no
ambiente do templo, do qual Jesus já havia expulsado os comerciantes. Este é o
último confronto de Jesus antes da sua prisão, e representa seu clímax.
No centro da disputa de hoje está a questão do
primeiro ou principal mandamento da ética judaica. Desta vez, o debatedor é um
mestre da lei, que disfarça sua intenção ardilosa falando num tom bastante simpático.
Ele pergunta pelo “primeiro de todos os mandamentos”. Jesus responde no
horizonte de uma ortodoxia cautelosa, mas se atreve a juntar ao mandamento de
amar a Deus (cf. Dt 6,4-13), conhecido e aceito, o mandamento de amar ao
próximo (cf. Lv 19,18). “Não existe outro mandamento maior que estes!” Jesus
reúne dois elementos separados em um só!
É importante perceber ainda que o mandamento “ame
ao seu próximo como a si mesmo” não vem isolado, mas está situado num conjunto
mais amplo de normas que se opõem às práticas de opressão, exploração e
indiferença (cf. Lv 19,9-18), que segundo Jesus, são violadas abertamente pelos
escribas. Para Jesus, o céu precisa vir à terra, e a terra é o único caminho
para o céu. Não há lugar para escapismos e espiritualismos de qualquer espécie.
O texto termina dizendo que ninguém mais se atrevia
a apresentar armadilhas a Jesus. Ele venceu todos os seus opositores: expulsou
os comerciantes do templo, enfrentou as ciladas de fariseus e saduceus sem cair
nelas, questionou a legitimidade e os privilégios dos chefes, assumiu seu papel
de mestre. Em síntese, “amarrou os homens fortes e reconquistou sua casa” (cf.
Mc 3,27).
(Itacir
Brassiani msf)
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