domingo, 14 de junho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (15.06.2020)


Dia 15 de junho | Segunda-feira | 11ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (5,38-42)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que seja um tempo estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, repetindo várias vezes: Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa, mas diz uma Palavra e isso me basta!
·      Ou ouça e cante Tua Palavra é luz do meu caminho (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 5,38-42
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Este texto está situado no conjunto de exemplos de releitura e consumação da Lei e dos costumes que Jesus dá aos discípulos
·      Do/a discípulo/a se espera que seja capaz de não reagir na mesma moeda, de romper com o ciclo de violência que danifica as relações familiares e sociais
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Deixe ressoar em você este ensino inovador de Jesus, que ele viveu em primeira pessoa: não dar o troco na mesma moeda, não ser uma pessoa reativa, mas inovadora, revolucionária
·      Como poderíamos praticar o princípio ensinado por Jesus nas relações violentas que infestam hoje as redes sociais, especialmente quando o assunto é política nacional?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o mantra: Louvarei a Deus, seu nome bendizendo. Louvarei a Deus, à vida nos conduz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-aYxTsYWn5Q)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

“A Igreja em saída é a comunidade de discípulos missionários que “primeireiam”, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam. Primeirear quer dizer tomar a iniciativa! A comunidade missionária experimenta que o Senhor tomou a iniciativa, precedeu-a no amor, e, por isso, ela sabe ir à frente, sabe tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro. Vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia, fruto de ter experimentado a misericórdia infinita do Pai e a sua força difusiva. Ousemos um pouco mais no tomar a iniciativa! O discípulo sabe oferecer a vida inteira e jogá-la até ao martírio como testemunho de Jesus Cristo, mas o seu sonho não é estar cheio de inimigos, mas antes que a Palavra seja acolhida e manifeste a sua força libertadora e renovadora.” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, § 24)

SUBSÍDIO

No sermão da montanha, que é um curso de iniciação dos/as discípulos ao Evangelho do Reino de Deus, Jesus se apresenta como o intérprete e consumador da lei e dos costumes do judaísmo. Hoje nos deteremos no quinto exemplo de releitura da Lei que, como Mestre que ensina com autoridade e ousadia, Jesus nos oferece.

A violência, que nasce no ventre do medo e do instinto de vingança, parece fazer parte da condição humana e da história das sociedades. O judaísmo quis limitar este princípio ao “olho por olho e dente por dente”. “Bateu, levou!”, dizemos hoje. Mas Jesus pede muito mais dos seus discípulos. Ele propõe, positivamente, quebrar o círculo da violência, passar da simples reação à iniciativa. “Não enfrenteis quem é malvado (com a mesma prática)!”

Jesus dá alguns exemplos de como fazer isso na prática. Num contexto em que o tapa no rosto era um insulto e uma violência física de uma pessoa superior sobre outra considerada inferior, oferecer a outra face a quem bate é expressão de dignidade e capacidade de iniciativa, de não-violência ativa, jamais sinal de submissão.

Num ambiente no qual era comum um proprietário rico penhorar judicialmente a túnica de um pobre endividado, entregar também o manto, todas as vestes, era uma forma de expor a humanidade nua que nos iguala, de protestar e de desmascarar a violência de quem já tem muito.

Num contexto em que os soldados romanos, que garantiam a ocupação colonialista, obrigavam o povo nativo a caminhar com eles e carregar suas armas, caminhar o dobro do que lhes era imposto significava não entrar no jogo deles, tomar a iniciativa e mostrar-se mais digno que eles. Claro está que a proposta de Jesus não tem nada de submissão, e tudo de alternativo, de uma nova ética.
(Itacir Brassiani msf)

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