Dia 15
de junho | Segunda-feira | 11ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (5,38-42)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode
ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que
é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante
é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais
e de impedir que seja um tempo estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, repetindo
várias vezes: Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa, mas diz uma Palavra
e isso me basta!
· Ou ouça e cante Tua
Palavra é luz do meu caminho (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 5,38-42
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Este texto está situado no conjunto de exemplos de
releitura e consumação da Lei e dos costumes que Jesus dá aos discípulos
· Do/a discípulo/a se espera que seja capaz de não
reagir na mesma moeda, de romper com o ciclo de violência que danifica as
relações familiares e sociais
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Deixe ressoar em você este ensino inovador de Jesus,
que ele viveu em primeira pessoa: não dar o troco na mesma moeda, não ser uma
pessoa reativa, mas inovadora, revolucionária
· Como poderíamos praticar o princípio ensinado por
Jesus nas relações violentas que infestam hoje as redes sociais, especialmente
quando o assunto é política nacional?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
mantra: Louvarei a Deus, seu nome bendizendo. Louvarei a Deus, à vida nos
conduz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-aYxTsYWn5Q)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“A Igreja em saída é a comunidade de discípulos
missionários que “primeireiam”, que se envolvem, que acompanham, que frutificam
e festejam. Primeirear quer
dizer tomar a iniciativa! A
comunidade missionária experimenta que o Senhor tomou a iniciativa, precedeu-a
no amor, e, por isso, ela sabe ir à frente, sabe tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro. Vive um desejo
inexaurível de oferecer misericórdia,
fruto de ter experimentado a misericórdia infinita do Pai e a sua força
difusiva. Ousemos um pouco mais no tomar
a iniciativa! O discípulo sabe oferecer a vida inteira e jogá-la até ao
martírio como testemunho de Jesus Cristo, mas o seu sonho não é estar cheio de inimigos, mas antes que a Palavra
seja acolhida e manifeste a sua força libertadora e renovadora.” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, § 24)
SUBSÍDIO
No sermão da montanha, que é um curso de
iniciação dos/as discípulos ao Evangelho do Reino de Deus, Jesus se apresenta
como o intérprete e consumador da lei e dos
costumes do judaísmo. Hoje nos deteremos no quinto exemplo de releitura da Lei
que, como Mestre que ensina com autoridade e ousadia, Jesus nos oferece.
A violência, que nasce no ventre do medo e do instinto de
vingança, parece fazer parte da condição humana e da história das sociedades. O
judaísmo quis limitar este princípio ao “olho por olho e dente por dente”.
“Bateu, levou!”, dizemos hoje. Mas Jesus pede muito mais dos seus discípulos.
Ele propõe, positivamente, quebrar o círculo da violência, passar da simples
reação à iniciativa. “Não enfrenteis quem é malvado (com a mesma prática)!”
Jesus dá alguns exemplos de como fazer isso na prática. Num
contexto em que o tapa no rosto era um insulto e uma violência física de uma
pessoa superior sobre outra considerada inferior, oferecer a outra face a quem
bate é expressão de dignidade e capacidade de iniciativa, de não-violência
ativa, jamais sinal de submissão.
Num ambiente no qual era comum um proprietário rico penhorar
judicialmente a túnica de um pobre endividado, entregar também o manto, todas
as vestes, era uma forma de expor a humanidade nua que nos iguala, de protestar
e de desmascarar a violência de quem já tem muito.
Num contexto em que os soldados romanos, que garantiam a
ocupação colonialista, obrigavam o povo nativo a caminhar com eles e carregar
suas armas, caminhar o dobro do que lhes era imposto significava não entrar no
jogo deles, tomar a iniciativa e mostrar-se mais digno que eles. Claro está que
a proposta de Jesus não tem nada de submissão, e tudo de alternativo, de uma
nova ética.
(Itacir
Brassiani msf)
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