Dia 06
de junho | Sábado | 9ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Marcos (12,38-44)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode
ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que
é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante
é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais
e de impedir que seja um tempo estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Ouça e cante o
mantra: Ó Luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em
nós! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=eK8iGnXsuL8)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
sua atenção o texto de Marcos 12,38-44
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Este texto está situado ambiente da crescente tensão
entre Jesus e as autoridades do judaísmo
· A cena que estamos meditando ocorre no templo, e
desmascara a falsa piedade dos doutores da lei ou escribas
· Aqui Jesus enfrenta com indignação a exploração dos
mais vulneráveis em nome da fé
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Situe-se dentro da cena, no templo, com Jesus e os
escribas
· Observe, com Jesus e os discípulos, a descarada
ostentação dos ricos e piedosos, que com suas migalhas disfarçam e legitimam o
que acumulam injustamente
· Perceba a coragem de Jesus ao desmascarar e acusar os
doutores da lei: “Tomai cuidado com eles!”
· Fique atento/a ao que esta palavra e esta atitude de
Jesus desperta em você
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Tome consciência de suas possíveis atitudes de piedade
ostentada, de legitimação religiosa da exploração, e suplique a misericórdia de
Jesus, e a graça de mudar
· Tome consciência também das suas atitudes e decisões
corajosos para desmascarar falsos benfeitores e defender as vítimas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· O que fazer para que nossa fé seja lúcida e perspicaz,
capaz de perceber e se opor a toda forma de exploração e enrolação, disfarçada
ou explícita?
· O que precisamos mudar na imagem de Jesus que
veiculamos em nossos cânticos, nossa catequese, nas imagens que divulgamos e
nas pregações que fazemos?
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
mantra: A Palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração! (Acessível
em: https://www.youtube.com/watch?v=70ikIPVilyM)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Depois de calar seus adversários e desmascarar a
ideologia nacionalista e triunfalista dos que pregavam a restauração messiânica
do império de Davi, Jesus continua por algum tempo no templo. Ele ensina as
multidões e os seus discípulos, e se mostra implacável com os mestres ou
doutores da Lei. Para Jesus, eles estão muito longe da novidade ética e
religiosa do Reino de Deus!
Jesus começa pedindo ao povo que se cuide dos
doutores da Lei: eles buscam apenas e sempre distinção, status e privilégios,
enquanto que Jesus propõe o lugar do servo e do último. Por causa da aparência
de piedade, eles haviam conseguido o direito legal de cuidar da herança das
viúvas, e eram pagos para fazer isso. Entretanto, eles acabavam “devorando” os
bens que pertencia a elas, fazendo o contrário do que pedia a própria Lei:
proteger os órfãos e as viúvas.
Mas não é apenas isso. O próprio templo, que Jesus pede
que seja lugar de oração, acaba sendo uma estrutura que empobrece ainda mais o
povo já ferido e explorado. E Jesus não aceita isso. Sentado, diante do cofre
das esmolas, ele observa como os ricos publicam suas ofertas, que são
enganosas, e como a viúva é explorada, obrigada a dar mais que eles, a dar
“tudo o que possuía para viver”. Esta cena não propõe um elogio, mas um lamento!
Se lemos com atenção, Jesus não compara a esmola
dos ricos com a “oferta” que a viúva é obrigada a dar, mas ilustra aos seus
discípulos como os doutores da Lei agem para “devorar” as casas das viúvas. A
piedade ostentada pelos escribas é um véu que esconde oportunismo e exploração.
A passagem não quer apresentar um exemplo, mas fazer ressoar um lamento. É por
isso que, depois de chamar os discípulos e criticar a exploração travestida de
piedade, Jesus deixa definitivamente o templo.
(Itacir Brassiani msf)
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