terça-feira, 16 de junho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (17.06.2020)


Dia 17 de junho | Quarta-feira | 11ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (6,1-6.16-18)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que seja um tempo estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, repetindo várias vezes: Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa, mas diz uma Palavra e isso me basta!
·      Ou ouça e cante Tua Palavra é luz do meu caminho (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 6,1-16.16-18
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Este texto está situado na primeira etapa de formação dos discípulos/as de Jesus na novidade do seu Evangelho
·      Jesus não nutre entusiasmos ingênuos em relação às práticas de piedade, mostra que podem ser perniciosas e propõe um horizonte no qual elas devem ser vividas
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Deixe ressoar em você este ensino inovador de Jesus, que ele viveu em primeira pessoa: fazer o bem sem olhar a quem
·      Como você e sua comunidade tem vivido as práticas de partilha solidária, de celebração e oração comunitárias, e outras?
·      Há algo a ser revisto e melhorado nelas?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Peça ao Senhor a graça de se fechar a toda e qualquer busca de relevância e fama, e apresente a ele, em oração, as dores e esperanças da sua família e do povo ao qual pertence
·      Peça a Jesus um coração generoso, despojado, universal e focado no Pai e nos irmãos e irmãs como o dele
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Como poderíamos praticar o princípio ensinado por Jesus no ambiente exposição midiática excessiva que vivemos hoje?
·      Como viver nossa espiritualidade cristã focada em Deus e nos irmãos e irmãos, amando e servindo “a fundo perdido”?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o mantra: Louvarei a Deus, seu nome bendizendo. Louvarei a Deus, à vida nos conduz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-aYxTsYWn5Q)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

Como é grande, ó Senhor, vossa bondade, que reservastes para aqueles/as que vos temem, para aqueles/as que em vós se refugiam, mostrando assim o vosso amor perante as pessoas! Na proteção de vossa face os/as defendeis, bem longe das intrigas dos mortais. No interior da vossa tenda os/as escondeis, protegendo-os/as contra as línguas maldizentes. (Salmo 30/31)

SUBSÍDIO

Nas últimas meditações, acolhemos a proposta inovadora de Jesus frente aos costumes e leis do judaísmo, em seis exemplos concretos. Hoje Jesus prossegue seu ensino, deslocando sua atenção das prescrições legais para as práticas de piedade: a esmola, a oração e o jejum. É uma nova e importante etapa na formação dos/as discípulos/as! Não faltemos a esta importante lição da nossa formação permanente, nem nos distraiamos diante do Mestre.

Nos exemplos anteriores, o tema era a justiça maior e plena, a justiça excedente, que antecede e ultrapassa as prescrições e proibições. Este tema continua na presente seção, como, de resto, em todo o evangelho de Mateus. Para alguns setores importantes do judaísmo, tudo se resumia em aparecer, ser visto e reconhecido, granjear a fama aos olhos do povo. Por isso faziam qualquer coisa, e a isso subordinavam até as práticas religiosas.

Jesus começa com uma advertência contundente: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente das pessoas, só para serdes vistos por elas!” Jesus não é ingênuo, e percebe que esta busca de evidência e relevância pode contaminar até aquilo que parece mais piedoso e religioso, como a partilha mediante a esmola, a oração e o jejum. A hipocrisia pode contaminá-las e destituí-las de valor evangélico ou salvífico!

Jesus propõe um princípio geral e efetivo para evitar esse risco: evitar a busca do aplauso e da publicidade, deslocando o foco de nós mesmos e nossas instituições para Deus e o Outro. É isso que nos justifica! O resto é teatro e espetáculo para impressionar os incautos. O que vale todas as penas é a aprovação de Deus, que vê o que é discreto e secreto, o que ninguém vê, aqueles/as que ninguém quer ver ou reconhecer.
(Itacir Brassiani msf)

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