segunda-feira, 15 de junho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (16.06.2020)


Dia 16 de junho | Terça-feira | 11ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (5,43-48)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que seja um tempo estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, repetindo várias vezes: Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa, mas diz uma Palavra e isso me basta!
·      Ou ouça e cante Tua Palavra é luz do meu caminho (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 5,43-48
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Este texto está situado no conjunto de exemplos de releitura e consumação da Lei e dos costumes que Jesus dá aos discípulos
·      Do/a discípulo/a se espera que seja capaz de estender seu apreço e seu amor para além dos estreitos círculos de sangue, de amizade ou de religião
·      O parâmetro é o próprio Deus, que age em favor dos seus filhos e filhas não porque eles sejam bons, mas porque Ele é bom
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Deixe ressoar em você este ensino inovador de Jesus, que ele viveu em primeira pessoa: amar até os opositores, rezar por aqueles que o perseguem e maltratam
·      Como poderíamos praticar o princípio ensinado por Jesus no ambiente de intolerância e eliminação dos adversários que vivemos hoje, inclusive na Igreja?
·      De que modo podemos expressar um amor cristão – que não é uma ingênua gentileza! – pelos inimigos, por aqueles que ameaçam a democracia ou impõe fardos ao povo?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Visualize as pessoas que agem como seus/suas opositores/as, ou que você considera inimigos/as ou com os/as quais você não quer estabelecer nenhum tipo de relação
·      Procure imaginar como Deus quer que elas sejam, como ele quer que você se relacione com elas, e peça ao Pai que essa mudança aconteça
·      Peça a Deus um coração generoso e universal como o dele
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Quem você considera hoje seu inimigo e inimigo do seu povo?
·      Como tratar essas pessoas evangelicamente, como Jesus Cristo nos pede?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o mantra: Louvarei a Deus, seu nome bendizendo. Louvarei a Deus, à vida nos conduz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-aYxTsYWn5Q)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração


SUBSÍDIO

A parte do evangelho de Mateus que conhecemos como “sermão da montanha” é uma espécie de iniciação dos/as discípulos à novidade do Reino de Deus inaugurada e vivida por Jesus. Se é verdade que Jesus não quer descartar a Lei e os costumes do judaísmo, também é verdade que ele opera uma mudança substancial, e se apresenta como seu intérprete e consumador.

Hoje temos o sexto exemplo de releitura da Lei que Jesus nos oferece: o mandamento do amor ao próximo. Para a tradição judaica, originalmente faziam parte do conceito de “próximo” os familiares de sangue e de casa, os membros do judaísmo, mas também os doentes, os pobres e os estrangeiros. No tempo de Jesus, na prática este círculo era bem mais estreito. Por outro lado, do grupo dos “inimigos” faziam parte os oponentes pessoais, os adversários nacionais, os estrangeiros e infiéis, mas até gente da própria casa quando se comportavam de modo considerado imoral.

Para Jesus está muito claro que Deus não orienta sua relação conosco pelos parâmetros do gênero, da aparência, da riqueza, da condição social ou religiosa, do sangue ou da nação. O Reino, porque é de Deus, e porque Deus é bom, não separa nem opõe bons e maus. Todos somos pecadores necessitados da misericórdia do Pai. Por isso, Jesus pede e espera de seus discípulos/as a disposição de amar até os inimigos e de rezar pelos que os perseguem. É assim que manifestaremos que somos filhos/as de Deus.

Mas é claro também que amar não é a mesma coisa que ser gentil ou ter bons sentimentos. Amar é reconhecer e afirmar, por decisão e por ação, a dignidade de cada pessoa, para além da sua condição ou do seu pecado.
(Itacir Brassiani msf)

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