Dia 16
de junho | Terça-feira | 11ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (5,43-48)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode
ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que
é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante
é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais
e de impedir que seja um tempo estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, repetindo
várias vezes: Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa, mas diz uma Palavra
e isso me basta!
· Ou ouça e cante Tua
Palavra é luz do meu caminho (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 5,43-48
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Este texto está situado no conjunto de exemplos de
releitura e consumação da Lei e dos costumes que Jesus dá aos discípulos
· Do/a discípulo/a se espera que seja capaz de estender
seu apreço e seu amor para além dos estreitos círculos de sangue, de amizade ou
de religião
· O parâmetro é o próprio Deus, que age em favor dos
seus filhos e filhas não porque eles sejam bons, mas porque Ele é bom
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Deixe ressoar em você este ensino inovador de Jesus,
que ele viveu em primeira pessoa: amar até os opositores, rezar por aqueles que
o perseguem e maltratam
· Como poderíamos praticar o princípio ensinado por
Jesus no ambiente de intolerância e eliminação dos adversários que vivemos
hoje, inclusive na Igreja?
· De que modo podemos expressar um amor cristão – que
não é uma ingênua gentileza! – pelos inimigos, por aqueles que ameaçam a
democracia ou impõe fardos ao povo?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Visualize as pessoas que agem como seus/suas
opositores/as, ou que você considera inimigos/as ou com os/as quais você não
quer estabelecer nenhum tipo de relação
· Procure imaginar como Deus quer que elas sejam, como
ele quer que você se relacione com elas, e peça ao Pai que essa mudança
aconteça
· Peça a Deus um coração generoso e universal como o
dele
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Quem você considera hoje seu inimigo e inimigo do seu
povo?
· Como tratar essas pessoas evangelicamente, como Jesus
Cristo nos pede?
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
mantra: Louvarei a Deus, seu nome bendizendo. Louvarei a Deus, à vida nos
conduz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-aYxTsYWn5Q)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
A parte do evangelho de Mateus que conhecemos
como “sermão da montanha” é uma espécie de iniciação dos/as discípulos à novidade
do Reino de Deus inaugurada e vivida por Jesus. Se é verdade que Jesus não quer
descartar a Lei e os costumes do judaísmo, também é verdade que ele opera uma
mudança substancial, e se apresenta como seu intérprete e consumador.
Hoje temos o sexto exemplo de releitura da Lei que Jesus nos
oferece: o mandamento do amor ao próximo. Para a tradição judaica,
originalmente faziam parte do conceito de “próximo” os familiares de sangue e
de casa, os membros do judaísmo, mas também os doentes, os pobres e os estrangeiros.
No tempo de Jesus, na prática este círculo era bem mais estreito. Por outro
lado, do grupo dos “inimigos” faziam parte os oponentes pessoais, os
adversários nacionais, os estrangeiros e infiéis, mas até gente da própria casa
quando se comportavam de modo considerado imoral.
Para Jesus está muito claro que Deus não orienta sua relação conosco
pelos parâmetros do gênero, da aparência, da riqueza, da condição social ou
religiosa, do sangue ou da nação. O Reino, porque é de Deus, e porque Deus é
bom, não separa nem opõe bons e maus. Todos somos pecadores necessitados da
misericórdia do Pai. Por isso, Jesus pede e espera de seus discípulos/as a
disposição de amar até os inimigos e de rezar pelos que os perseguem. É assim
que manifestaremos que somos filhos/as de Deus.
Mas é claro também que amar não é a mesma coisa que ser gentil
ou ter bons sentimentos. Amar é reconhecer e afirmar, por decisão e por ação, a
dignidade de cada pessoa, para além da sua condição ou do seu pecado.
(Itacir
Brassiani msf)
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