Dia 11 de junho | Quinta-feira |
Solenidade de Corpus Christi
Evangelho
segundo João (6,51-58)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode
ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que
é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante
é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais
e de impedir que seja um tempo estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, repetindo
várias vezes: Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa, mas diz uma Palavra
e isso me basta!
· Ou ouça e cante o
mantra: Deus seja louvado no pão partilhado! No pão partilhado, Deus seja
louvado! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=YnBxmvilC-Y)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de João 6,51-58
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· O texto é parte da catequese de Jesus sobre o pão que
dá vida, depois da multiplicação do pão e dos peixes
· Sugerido para a solenidade de Corpus Christi, o texto
pretende oferecer uma luz específica para compreender a Eucaristia
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Acolha e deixe ressoar em você o ensino de Jesus em
relação à Lei e aos costumes judaicos e o caminho para a vida plena
· Que luzes esta catequese de Jesus nos oferece para a
correta compreensão do mistério da eucaristia?
· O que fazer para não separar a Eucaristia na ação
concreta de Jesus e com a missão de reconciliar e fraternizar o mundo?
· Como passar da ideia de uma “hóstia branca” presa no
sacrário ou exposta no ostensório para um Jesus preso e confinado nas casas,
nos presídios, nas periferias?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Fale com Jesus, e peça dele a graça de ser “infectado/a”
pelo “vírus” da compaixão e da comunhão, para viver intensamente sua paixão por
Deus e pelo mundo
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· O que fazer para que a Igreja seja mais como uma mesa
acolhedora e fraterna que um “self servisse” de sacramentos e um refúgio para
as pessoas indiferentes e pouco humanas?
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Medite a sequência de Corpus Christi (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?time_continue=4&v=Lo0VRMERbPc&feature=emb_title)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Hoje a Igreja te
convida: ao pão vivo que dá vida vem com ela celebrar! O que o Cristo faz na
ceia, manda a Igreja que o rodeia repeti-lo até voltar. Alimento verdadeiro,
permanece o Cristo inteiro quer no vinho, quer no pão. É por todos recebido,
não em parte ou dividido, pois inteiro é que se dá.”
SUBSÍDIO
Nos
versículos da catequese de Jesus sobre o Pão da Vida propostos para a
Solenidade de Corpus Christi, o diálogo de Jesus se desloca das multidões para os
líderes do judaísmo. No centro, está a questão do caminho que para a vida plena
e abundante: é a Lei (o ditado de Deus) ou a pessoa ou a humanidade de Jesus (o
enviado do Pai)?
Para
o judaísmo, Lei era conjunto de valores e práticas (atitudes, mandamentos,
proibições) que garantiam que uma pessoa fosse boa, ou seja, asseguravam a
salvação. É o que hoje chamamos de ideologia: o conjunto de fins e meios,
valores e práticas que nos tornam “pessoas de bem”: “cada um pra si”; “quem
pode mais chora menos”; “direitos humanos são para os humanos direitos”; etc.
Os
líderes do judaísmo consideraram incompreensível e inaceitável que Jesus, em
sua concretude e fragilidade (carne e sangue) pudesse ser este caminho. Para
eles, não existia outro caminho senão o poder, a separação, a supremacia de uns
sobre outros, a distância em relação àqueles “que não rezam pela sua cartilha”,
enfim, a Lei.
Jesus
insiste que não há outro caminho para a vida abundante que não seja a
assimilação da compaixão que nos faz irmãos e servidores da humanidade, a ponto
de dar a própria vida. Isso fica claro na expressão “carne e sangue”, que Jesus
repete cinco vezes nesse breve texto. Na sua paixão, ele dá seu corpo e sangue
e se torna pão para a vida do mundo.
Assim, Jesus de Nazaré, o Enviado
do Pai para dar vida ao mundo, o Filho do Homem que encarna a compaixão de
Deus, supera a Lei. O amor incondicional vivido por Jesus e assimilado pelos
discípulos o que dá vida ao mundo. Quem come deste pão, viverá eternamente. É
disso que a Eucaristia é sacramento! É diante desse mistério que nossos joelhos
se dobram e nossos lábios cantam.
(Itacir Brassiani msf)
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