quarta-feira, 17 de junho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (18.06.2020)


Dia 18 de junho | Quinta-feira | 11ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (6,7-15)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que seja um tempo estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, repetindo várias vezes: Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa, mas diz uma Palavra e isso me basta!
·      Ou ouça e cante Tua Palavra é luz do meu caminho (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 6,7-15
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Este texto está situado na primeira etapa de formação dos discípulos/as de Jesus sobre a novidade do seu Evangelho
·      Jesus não nutre entusiasmos ingênuos em relação à prática da oração, comum a todas as religiões, e propõe um modo de rezar próprio de quem entra no dinamismo do Reino de Deus
·      Quais são, segundo Jesus, as características mais marcantes da oração dos/as discípulos/as do Reino de Deus?
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Deixe ressoar em você este ensino inovador de Jesus, que ele viveu em primeira pessoa: colocar-se inteiramente nas mãos do Pai e realizar fiel e criativamente sua vontade
·      Como você, sua família e sua comunidade tem exercitado o direito à oração? Em que ela está focada nestes tempos de distanciamento social e crise política e econômica?
·      Há algo a ser revisto e melhorado na sua forma de rezar?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Peça que Jesus inspire e sustente uma oração centrada na expectativa e no empenho pessoal pelo Reino de Deus
·      Assuma a atitude orante de Jesus e reze com as palavras e frases que ele nos propõe no evangelho de hoje, deixando que cada expressão ressoe profundamente em você
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Como viver, em âmbito pessoal, familiar e eclesial, uma espiritualidade e uma oração focada em Deus e no advento do seu Reino?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o mantra: Louvarei a Deus, seu nome bendizendo. Louvarei a Deus, à vida nos conduz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-aYxTsYWn5Q)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração



SUBSÍDIO

Jesus prossegue sua formação aos discípulos/as, deslocando sua atenção das prescrições legais para a prática da oração. Não faltemos a esta importante lição da nossa formação permanente, mantenhamo-nos bem dispostos e não nos deixemos distrair por nada.

Em alguns versículos do texto de ontem Jesus já nos advertia para a atitude correta na oração. Por mais que a oração cristã tenha também uma marca comunitária e um caráter público, o que nos move não é o desejo de impressionar, de receber aplausos, de ostentar piedade. No horizonte da novidade de Jesus e do advento do Reino de Deus, a oração tem suas marcas e exigências próprias.

Jesus não pretende nos ensinar uma fórmula de oração a ser repetida em todas as ocasiões, mas uma atitude a ser assimilada e um horizonte de inspiração. Jesus sublinha que nossa oração deve estar focada no Pai, no seu Reino e na sua Vontade (a quem se referem três frases) e nos irmãos, nossas relações com eles, suas necessidades e as ameaças que sofremos (quatro referências).

Para Jesus, o desejo que deve mover nossa oração é, antes de tudo, que o nome de Deus seja honrado na afirmação da dignidade dos seus filhos e filhas; que seu Reino venha para demolir as estruturas injustas e instaurar uma ordem mais humana; que sua vontade seja a inspiração de todos os projetos e ações pessoais, eclesiais e sociais.

Em segundo lugar, Jesus ensina a apresentarmos a Deus nossas necessidades mais pungentes: que não falte a ninguém o pão de cada dia; que tratemos nossas tensões e curemos as feridas relacionais mediante o perdão, sinal do Ano da Graça; que vençamos a tentação de desistir diante do desafio de viver como comunidade alternativa no meio do mundo; que sejamos mais fortes que o maligno.
 (Itacir Brassiani msf)

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