domingo, 28 de junho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (29.06.2020)


Dia 29 de junho | Segunda-feira | 13ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (8,18-22)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Aquele que vos chamou, aquele que vos chamou é fiel! Fiel é aquele que nos chamou! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=hGBOOoqb3YA)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 8,18-22
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Jesus forma seus discípulos em casa, nas sinagogas, no meio do povo, nas travessias e em tudo o que faz
·      Ele responde às mais profundas buscas que se aninham em nosso ser, mas não faz média com interesses mesquinhos e costumes cristalizados
·      Por isso, as advertências e puxões de orelha fazem parte da nossa formação nos caminhos do Reino
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Preste atenção nas atitudes e nos pedidos do escriba e do discípulo: O que há de semelhante? O que há de diferente?
·      Cada um deles tem dificuldade de romper com algo
·      Jesus propõe uma vida quase nômade, itinerante, sem estabilidade definitiva, e uma urgência que não admite postergar para amanhã as decisões importantes
·      De que você ainda precisa se desapegar para ser livre e generoso no seguimento de Jesus?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Coloque-se diante de Jesus com suas mãos abertas, cheias daquilo que você distribuiu
·      Apresente a ele os nomes e rostos dos irmãos e irmãs, pais e mães, que você recebeu seguindo os passos dele
·      Fale a Jesus sobre aquilo que ainda lhe custa deixar, mudar, passar adiante, colocar a serviço de um novo mundo possível
·      Peça a ele a graça do despojamento e da itinerância, para ir com ele onde quer que ele vá
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Quais são as barreiras ou fardos que ainda impedem que sejamos comunidades de discípulos/as missionários/as?
·      Quais são as fronteiras que limitam a vida e a missão das nossas comunidades, e que precisamos atravessar?
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qpCS0gucq6c)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO

Depois de nos apresentar três relatos das curas realizadas por Jesus – sinais da chegada do Reino de Deus como vida abundante – Mateus nos apresenta três cenas focalizadas em atitudes questionáveis de Jesus, duas das quais meditamos hoje. São uma espécie de advertência ou correção de Jesus para quem deseja ser seu discípulo/a e não se dá conta das exigências que isso comporta.

Jesus inicia a passagem do espaço judaico para o terreno dos pagãos, marcado por uma presença mais ostensiva dos invasores romanos, e um escriba ou mestre da lei se apresenta como candidato ao discipulado sem ser chamado. Ele vê em Jesus um mestre ou guru importante, mas um entre tantos. Não passa pela sua cabeça que Jesus propõe uma ruptura radical com a estabilidade e a instituição, e nem leva em conta que é sempre o mestre quem escolhe seus discípulos/as.

Jesus responde sublinhando o contraste entre a estabilidade dos mestres da lei e a mobilidade e itinerância da comunidade que se reúne ao seu redor. Jesus é um pregador itinerante, avesso à instalação e estabilidade própria de instituições fechadas e sólidas. A comunidade de discípulos de Jesus vai contra a corrente, é um caminho que exige ousadia e firmeza, uma comunidade que se situa no limiar entre o mundo em que vivemos e o outro mundo possível.

Em seguida, um daqueles que já seguiam Jesus se mostra disposto a continuar o caminho e “passar para a outra margem”, mas pede um tempo, uma licença para cuidar do pai até a sua morte, pois parece ser arrimo de família. Seu pedido não é nada demais, mas Jesus sublinha que o discipulado não admite parênteses, e está mesmo acima das obrigações de piedade e com a família. Jesus e o Reino de Deus devem ser a prioridade absoluta.
(Itacir Brassiani msf)

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