Dia 28
de junho | Domingo | São Pedro e São Paulo
Evangelho segundo Mateus (16,13-19)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode
ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que
é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante
é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais
e de impedir que seja um tempo estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio interior
e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Aquele que vos chamou, aquele que vos chamou é fiel! Fiel é aquele que
nos chamou! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=hGBOOoqb3YA)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 16,13-19
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Celebramos solenemente os apóstolos Pedro e Paulo, e o
texto sublinha a fé sobre a qual ambos, cada um a seu modo, construíram sua
vida e viveram sua missão
· A resposta de Pedro, na qual ressoa a resposta dos/as
discípulos/as de todos os tempos, não é uma formula, mas uma atitude de vida
· Pedro não está diante de uma figura claramente divina,
mas de um profeta e reformador de carne e osso que inquieta, enfrenta a
dominação nas suas diversas expressões e manifesta uma irrestrita compaixão por
todas as vítimas
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Procure deixar em segundo plano as respostas e
doutrinas aprendidas e responda à pergunta de Jesus, descrevendo o lugar que
ele ocupa na sua vida, e como ele influi nas suas relações, ações e opções,
grandes ou pequenas
· Recorde as consequências e incidências que esta
resposta de Pedro tem na vida dele, de Paulo e dos/as discípulos/as
missionários/as que vieram depois deles
· Deixe ressoar em você a palavra elogiosa de Jesus:
“Feliz és tu, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai
que está no céu!”
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Apresente a Jesus as necessidades das pessoas que lhe
são próximas, seus sofrimentos e dores, mas também das pessoas que estão
distantes e normalmente esquecidas
· Reze com as palavras de Paulo: “Eu te louvo e agradeço
porque sempre estiveste ao meu lado e me deste forças e sabedoria para que que
tua mensagem fosse vivida e anunciada integralmente”
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· O que podemos fazer para que nossa fé em Jesus não
seja reduzida a fórmulas decoradas e repetidas automaticamente?
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos
meus seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qpCS0gucq6c)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
“Quem dizem vocês que eu sou?” Para os primeiros cristãos era muito
importante lembrar sempre de novo essa pergunta de Jesus para não esquecer quem
eles estavam seguindo, com o projeto de quem estavam colaborando e por quem
estavam arriscando a vida.
Hoje somos tentados a responder a essa pergunta com fórmulas cunhadas
pelo cristianismo ao longo dos séculos: Jesus é o Filho de Deus feito homem, o
Salvador do mundo, o Redentor da humanidade... Não basta dizer estas palavras
para ser discípulo/a de Jesus, pois são fórmulas aprendidas na infância,
aceitas mecanicamente, repetidas com superficialidade e afirmadas verbalmente,
do que experiências vividas e refletidas.
Confessamos a Cristo por costume, por piedade ou por disciplina, mas muitas
vezes vivemos sem captar a originalidade de sua vida, sem escutar a novidade de
seu apelo, sem deixar-nos atrair por seu amor apaixonado, sem contagiar-nos por
sua liberdade e sem esforçar-nos em seguir seu caminho. Nós o adoramos como
“Deus”, mas Ele não é o centro de nossa vida. Nós o confessamos como “Senhor’,
mas vivemos de costas para seu projeto. Nós o chamamos de “Mestre”, mas não
assimilamos sua lição maior. Vivemos como membros de uma religião, mas não
somos discípulos de Jesus.
A clareza das fórmulas doutrinais pode dar-nos segurança e dispensar-nos
de um encontro vivo com Jesus. Há cristãos que vivem uma religiosidade
instintiva, mas não sabem o que é alimentar-se de Jesus e deixar-se orientar
por ele. Todos precisamos colocar-nos diante de Jesus, deixar-nos olhar por Ele
e escutar a pergunta: “Quem sou eu realmente para você?” Respondemos a esta
pergunta muito mais com a vida do que com palavras claras, sublimes e difíceis,
que mais impressionam que comunicam.
(José
Antônio Pagola)
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