segunda-feira, 22 de junho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (23.06.2020)


Dia 23 de junho | Terça-feira| 12ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (7,6.12-14)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que seja um tempo estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Senhor Jesus, tu és a luz do mundo! Senhor Jesus, és luz da minha alma! Saiba eu acolher o teu amor! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=XwvphXOxS4A&list=PLoom52qiw20h-kXq5B5LEn_-1waWRLUZb&index=6)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 7,6.12-14
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Jesus continua a formação dos/as discípulos/as e nos apresenta hoje aquilo que costumamos chamar de “regra de ouro”
·      Ele nos adverte que não são muitas as pessoas dispostas e focar a vida no outro, de tomar a iniciativa, de fazer o bem sem esperar nada em troca
·      Por isso ele fala de estrada estreita e porta apertada
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Deixe ressoar em você cada palavra e cada frase dessa lição sobre a regra de ouro que deve inspirar nossas relações
·      Detenha-se na imagem da estrada e da porta, e busque compreender seu sentido à luz da Boa Notícia do Reino
·      Também você tende às vezes a fazer o bem focado na expectativa da retribuição?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Apresente a Jesus suas dificuldades de ser gratuito/a, de amar e servir a fundo perdido, sem cobrar dividendos
·      Peça a Jesus Cristo a graça exigente de manter-se fiel ao caminho que ele traçou e trilhou, o caminho estreito e a porta apertada que levam à vida
·      Peça também pela sua família e sua comunidade, para que não cedam facilmente à comodidade e às facilidades que seduzem, prometendo tudo, menos uma Vida que mereça esse nome
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Identifique os resquícios de relações “negociais ou comerciais” que permanecem em você e sua família, e estabeleça metas e práticas para superá-las ou reduzi-las
·      Alegre-se com os/as discípulos/as que, mesmo sendo numericamente poucos, percorrem o caminho estreito e entram pela porta apertada, fazendo a diferença na Igreja e no mundo
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante: Confiemo-nos ao Senhor, ele é justo e tão bondoso! Confiemo-nos ao Senhor, Aleluia! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=fTL5e3RZDr4)
·       Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO

Continuamos frequentando as lições de Jesus, Mestre da vida, que nos forma como discípulos/as missionários/as. Para hoje, a Igreja nos propõe um versículo (v. 6) que parece mais ligado ao trecho que meditamos ontem (crítica e autocrítica), omite os versos que ressaltam a eficácia da oração (v. 7-11) e nos convida a meditar sobre a regra de ouro, que mede a avalia todas as nossas relações.

“Portanto, façam às pessoas o mesmo que vocês desejam que elas façam a vocês. Esta é, de fato, a lei e os profetas!” É isso que Jesus jamais anulou, e veio destacar com sua vida e seu ensinamento. É esta a régua que avalia os/as discípulos/as do reino. Ela dá primazia ao outro, sublinha o apreço e o respeito por ele, afasta relações de indiferença, raiva e violência.

Aqui Jesus alarga o horizonte das relações dos/as discípulos/as. O foco não é mais a comunidade interna, mas “as pessoas” em geral. E não se trata de ser juntos e bom com as pessoas esperando que elas nos retribuam. Ao seguidor/a de Jesus basta ser bom/boa, e o retorno não entra no orçamento e na contabilidade. Esta é a novidade do Reino de Deus. Realista que é, Jesus adverte que são poucas as pessoas que ousam este modo de viver.

Jesus recorre às imagens da porta e da estrada, que, no ambiente do império romano, eram meios de propaganda e de controle, espaços de controle militar, de exploração econômica (cobrança de impostos) e de dominação violenta. Falando do caminho estreito e da porta apertada do Reino Jesus não se refere à carroçada de prescrições morais que padres e pastores costumamos impor ao povo, mas à necessidade de “primeirear”, de seguir seu estilo de vida, de ser uma comunidade alternativa. Para os cristãos, não há outro caminho que possa levar à vida.

(Itacir Brassiani msf)

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