Dia 27
de junho | Sábado | 12ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (8,5-17)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode
ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que
é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante
é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais
e de impedir que seja um tempo estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Senhor Jesus, tu és a luz do mundo! Senhor Jesus, és luz da minha alma!
Saiba eu acolher o teu amor! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=XwvphXOxS4A&list=PLoom52qiw20h-kXq5B5LEn_-1waWRLUZb&index=6)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 8,5-17
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Jesus vai de sinagoga em sinagoga anunciando a Boa
Notícia de Deus, e de aldeia em aldeia, curando doentes e resgatando a
cidadania de quem não tem voz nem vez
· Jesus cumpre sua missão desconhecendo fronteiras
nacionais, étnicas, religiosas e sociais
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Preste atenção na atitude, nos gestos e nas palavras
do oficial romano: ele pede em favor de um escravo, uma das suas propriedades,
que talvez ele mesmo tivesse torturado
· O oficial expressa sua fé na força da Palavra e da
compaixão de Jesus por aqueles que não tem voz nem vez
· Jesus se interessa pela sogra de Pedro, vai ao
encontro dela, recoloca-a de pé
· Você deseja que Jesus entre na sua casa e faça as
mudanças que o Evangelho pede, tome você pela mão e o faça um servidor/a?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Apresente a Jesus as necessidades das pessoas que lhe
são próximas, seus sofrimentos e dores, mas também das pessoas que estão
distantes e normalmente esquecidas
· Peça a Jesus Cristo que ele entre em sua casa, com sua
Palavra e sua Presença viva, para colocar de pé quem está arrasado/a
· Reze com as palavras do oficial romano: “Senhor, eu
não sou digno que entres em minha casa, mas dize uma Palavra e eu serei
salvo/a!”
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Quais são as fronteiras ou muros que ainda separam,
hierarquizam e opõem pessoas e povos, e que precisamos transgredir, com a força
do Evangelho?
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante com o
Pe. Zezinho: Eu não sou digno, eu não sou digno, Senhor, que tu entres em minha
casa... (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=f0vB01kAbBQ)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Depois daquela primeira etapa do processo de formação na ação que Jesus
oferece aos seus discípulos, entramos na fase narrativa, que descreve a
novidade do Reino de Deus em ação naquilo que Jesus faz. Também nisso ele forma
e educa e orienta seus discípulos/as missionários/as.
Uma leitura atenta do início do capítulo 8 de Mateus nos leva a perceber
que Jesus derruba os muros e atravessa as fronteiras nacionais, étnicas,
religiosas e sociais enfrentando o sofrimento das pessoas rejeitadas,
oprimidas, isoladas, doentes, paralíticas, etc. E faz isso evitando os centros
e deslocando-se para as margens. Usa os meios da Palavra e do toque, da
compaixão e da misericórdia, sem recorrer a ações poderosas e impressionantes.
São ações que beneficiam e não subjugam.
Na cena de hoje se confrontam dois reinos (o romano e o de Deus), duas
etnias (os judeus e os pagãos) e duas classes (um chefe militar e uma mulher
sem nome). O escravo e a sogra de Pedro, não tem voz, não contam, e Jesus faz o
que império romano não faz, e corrige aquilo que a dominação provoca. A
possessão era a expressão da completa destruição da pessoa, e Jesus põe fim
nesse mal.
A figura do oficial romano é ambivalente, pois ele faz parte da
estrutura de dominação e violência do império romano, mas, ao mesmo tempo, é um
pagão, e, como tal, é desprezado pelos judeus. Pela confiança radical da força
libertadora da pessoa e da Palavra de Jesus para curar alguém que não passava
de uma propriedade sua, este oficial chama a atenção e o elogio de Jesus. Sua
fé é exemplo até para os judeus mais piedosos.
A atitude
e as palavras desse pagão inspiram a vida cristã. Em cada celebração
eucarística, repetimos suas palavras e queremos assimilar sua atitude. “Senhor,
eu não sou digno que entres em minha casa...”
(Itacir
Brassiani msf)
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