Dia 12
de junho | Sexta-feira | 10ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (5,27-32)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode
ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que
é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante
é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais
e de impedir que seja um tempo estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio interior
e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, repetindo
várias vezes: Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa, mas diz uma Palavra
e isso me basta!
· Ou ouça e cante o
mantra: Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra: inunda meu ser, permanece em
nós! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=WvGW83JfnyM)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 5,27-32
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Estamos no início da missão de Jesus, da sua
intervenção na formação dos discípulos/as na perspectiva do Reino de Deus
· Jesus inaugura uma postura inovadora em relação às
leis e costumes do judaísmo, e ensina o mesmo aos seus discípulos/as
· Hoje, no dia dos namorados, ele apresenta seu ensino
inovador sobre a relação entre homem e mulher
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Acolha e deixe ressoar em você este segundo e
terceiros exemplos sobre como dar pleno cumprimento ao que a Lei diz
· Há quem pense e ensine que denunciar o machismo, o patriarcalismo
e o racismo é querer dirigir a vida olhando apenas no retrovisor: você acha que
isso é coisa do passado?
· Você percebe resquícios ou práticas de machismo e
dominação masculina na Igreja e na sociedade?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Peça que Jesus lhe ensine e transmita o seu olhar,
íntegro, transparente, livre do desejo predador de possuir e dominar
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Que passos nossas Igrejas, especialmente as
comunidades, precisam dar para não manter ou criar novos aparatos que separam e
discriminam e instrumentalizam as mulheres?
· O que fazer para que, também nisso, a Igreja seja mais
como um hospital de campanha que como uma alfândega?
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
mantra: Louvarei a Deus, seu nome bendizendo! Louvarei a Deus, à vida nos
conduz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-aYxTsYWn5Q)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Duplamente pobres são as mulheres que
padecem situações de exclusão, maus-tratos e violência, porque frequentemente
têm menores possibilidades de defender os seus direitos. Porém também entre
elas encontramos os mais admiráveis gestos de heroísmo quotidiano na defesa e
cuidado da fragilidade das suas famílias.” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 212)
SUBSÍDIO
Já vimos que a comunidade cristã deve ler e
interpretar a Sagrada Escritura relacionando-a com o que Jesus fez e disse.
Jesus é a chave de leitura da Bíblia! E ele disse que não é sua pretensão
abolir as Escrituras, mas desmascarar as compreensões falsas, interesseiras e
parciais. Ele nos dá uma série de exemplos da sua releitura crítica e
libertadora, e hoje meditaremos sobre as relações de gênero no ambiente
doméstico.
Sem negar a lei que regulava as situações nas quais
o divórcio poderia ser feito, Jesus interpreta de modo inovador a lei antiga e
chama a atenção para algo mais profundo, anterior e interior ao próprio
divórcio: o olhar predador, cobiçoso e utilitário do homem sobre a mulher. No
seu ensino, Jesus critica e reprova a cultura machista e patriarcal que faz
concessões ilimitadas aos homens e menospreza e pune violentamente as mulheres.
Na verdade, a licença de se divorciar, concedida
pela Lei judaica apenas aos homens e em situações bem precisas, era alargada de
modo quase ilimitado pelos doutores da Lei. As mulheres eram maltratadas, e com
o amparo e a bênção da lei e dos seus pregadores! Para alguns deles, qualquer
motivo, até uma refeição mal preparada, era suficiente para o marido
“despachar” a pobre mulher. Nas mãos deles, o documento de divórcio, que
originalmente dava uma certa proteção à mulher, acaba sendo se transformando
numa violência contra elas.
Com sua releitura “daquilo que foi dito aos
antigos”, Jesus põe um limite no poder ilimitado do homem sobre a mulher. Como
aqueles que dizem: “eu não sei porque bato na mulher, mas ela sabe porque
apanha”; ou: “eu não te estupro porque você não merece!” Jesus reprova estas
relações de dominação, mesmo quando aceitas pela cultura dominante, e nos
propõe um novo modo de olhar a mulher.
(Itacir Brassiani msf)
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