Dia 20
de junho | Sábado | Imaculado Coração de Maria
Evangelho segundo Lucas (2,41-51)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode
ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que
é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante
é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais
e de impedir que seja um tempo estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Ave Maria! Ave Maria! Ave! Ave!
Ave Maria! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=DxLW6ISHXGQ)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Lucas 2,41-51
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· A Igreja nos oferece este texto para iluminar a
celebração do Imaculado Coração de Maria
· Embora o núcleo do texto seja a auto apresentação de
Jesus como filho do Pai, procuremos ler e meditar com os olhos fixos em Maria
(que, por sinal, nunca está sozinha!)
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Deixe-se envolver na cena, na peregrinação comunitária
desde a Galileia até Jerusalém, no encontro de Jesus com os doutores da lei, na
busca ansiosa de José e Maria, no reencontro e no diálogo surpreendente
· O que esta cena nos diz sobre Maria? Será que ela, na
sua dificuldade de compreender a palavra e a escolha de Jesus, não é retrato de
todo/a discípulo/a de Jesus?
· Será que, acolhendo e interrogando os fatos no
coração, não nos convida a uma fé lúcida, reflexiva e amadurecida?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Assuma a atitude cuidadosa e terna de Maria, que não
se deixa imobilizar pela perda nem abalar pelo inesperado
· Aprenda com Maria a entender e respeitar a autonomia
das pessoas, e compreender o mistério de um Deus que se mistura nas coisas da
vida
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Maria não aparece nem age sozinha, mas sempre em
companhia de José e focalizada em Jesus: evitemos separar aquilo que Deus uniu!
· Mais que intercessora e mãe, aqui Maria nos revela um
maduro coração de discípula, atenta aos sinais e palavras de Deus
· Em que medida nós nos ocupamos, como Jesus, Maria e
José, mais com “as coisas” do Pai (o Reino de Deus) que com nossos afetos e
interesses?
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante: Imaculada,
Maria de Deus, coração pobre acolhendo Jesus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=BOfQqJwew7I)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Ontem celebrávamos o Sagrado Coração de Jesus.
Hoje, nos é proposta a memória do Imaculado Coração de Maria. Precisamos evitar
o risco de imaginar Jesus como um ser errante e solitário, que não conheceu a
beleza exigente da vida em família, assim como de pintar Maria como uma espécie
de divindade etérea, isolada do mistério do Reino de Deus vivido, revelado e
proposto por Jesus.
O texto que estamos meditando não tem nada de
fábula infantil ou de anedota. Tem tudo a ver com o núcleo que dinamizou a vida
de Jesus: o empenho em fazer a vontade do Pai (que é reunir todas as pessoas na
única família do Pai), inclusive mediante a superação dos vínculos da família
patriarcal e, principalmente, através da cruz.
Na cena de hoje, a nossa atenção não pode se
desviar do seu núcleo, que é a palavra de Jesus a seus pais (a primeira palavra
que Jesus pronuncia no evangelho de Lucas!): “Não sabeis que devo estar na casa
(ou me ocupar das coisas) de meu Pai?” Trata-se da sua própria identidade e
missão de Filho de Deus. E essa “estadia” na casa do Pai supõe a “saída” da
família e do judaísmo mediante a entrega generosa e sem reservas na cruz.
Mas a memória do Imaculado Coração de Maria
nos pede também atenção às atitudes de Maria. Ela peregrina com seu povo e
cultiva suas tradições religiosas. A angústia por perder o filho de vista, e o
susto por encontrá-lo entre os mestres da lei, nos remete à dificuldade de
assimilar o sentido da sua paixão e morte.
Maria não se resigna à dificuldade inicial
para entender o caminho e as palavras de Jesus. Conservando e interpretando os
fatos e as palavras, inclusive a paixão e morte do filho, ela se mostra
discípula exemplar, peregrina despojada, mulher de fé despojada e reflexiva.
(Itacir Brassiani msf)
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