sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Dia 24 de Outubro | Sábado | 29ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (13,1-9)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Palavras de salvação somente o céu tem pra dar, por isso meu coração se abre para escutar! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=n0F2h0BIC54)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 13,1-9

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      O tempo propício da salvação é agora, lugar é aqui, onde nos é dado viver, no caminho tortuoso que percorremos

·      Precisamos, todos/as e sempre, mudar vários conceitos arraigados e deixar de tratar vítimas como se fossem culpadas

·      Ninguém é maior ou melhor que ninguém, e precisamos adquirir a sabedoria de saber o valor do tempo que nos é dado viver

·      O tempo para frutificar é agora, e é hoje o tempo fecundo para criar relações de fraternidade e solidariedade

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome e reconstrua a cena: a notícia da tragédia que pessoas anônimas trazem a Jesus; a reação e a lição que ele ensina

·      Você percebe, em você, na sua família e na sua comunidade, a velha ideia de que as tragédias são castigos de Deus?

·      Quais são as consequências pessoais e eclesiais da afirmação de que ninguém é mais pecador/a que ninguém?

·      O que fazer para levar a sério a parábola dos adversários que precisam fazer as pazes antes de chegar ao tribunal?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Peça ao Senhor a sabedoria para não desperdiçar a oportunidade de se reconciliar antes de chegar ao tribunal

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·      O que fazer para superar a velha e anti-evangélica mentalidade que considera as tragédias como merecidos castigos de Deus?

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção grava pelo Antônio Cardoso: A Verdade vos libertará (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X0YeYBEM-SI)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal mais adequado à evangelização do mundo atual que à autopreservação” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 49).

 

LEITURA COMPLEMENTAR

Ontem Jesus nos dizia que deseja ardentemente que o fogo do Espírito se espalhe em toda a terra, mesmo que isso provoque algumas rupturas. O tempo urge, e a última possibilidade para refazer as relações de fraternidade é aqui e agora representa. A reconciliação dos adversários ainda a caminho do tribunal é sinal de sabedoria.

Hoje, o ensino de Jesus é motivado por duas violentas tragédias, conhecidas dos seus contemporâneos. A primeira, apresentada por algumas pessoas, é a violenta e consciente repressão de Pilatos sobre um grupo de galileus, no interior do próprio templo. A segunda, Jesus mesmo acrescenta, chamando a atenção dos seus ouvintes: a queda acidental de uma torre sobre algumas pessoas.

Jesus parte destes acontecimentos para corrigir uma visão parcial e errônea e chamar todos à conversão ao Reino de Deus. Muita gente via estes acontecimentos como punição dos pecadores e culpados. Por isso, a pergunta incisiva de Jesus: “Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém?”

Jesus quer desfazer a ideia de que as vítimas são as culpadas, e lê estes acontecimentos numa perspectiva profética: precisamos perceber neles um chamado à mudança de vida e de mentalidade. “Se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”, repete Jesus, como um refrão. Trata-se de “fazer as pazes”, ou de viver de modo fraterno e solidário com as pessoas que consideramos culpáveis e condenáveis, enfim, com nossos inimigos.

Mas isso deve ser feito com senso de urgência. Deus tem paciência com quem não produz frutos, mas ele tem seu calendário! À figueira estéril, que persistia sem frutos, ele dá só mais um ano! Aprendamos a contar nossos dias!

 (Itacir Brassiani msf)

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