sábado, 24 de outubro de 2020

Leitura Orante do Evangelho 186 (25.10.2020)

Dia 25 de Outubro | Domingo | 30ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Mateus (22,34-40)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Desça como a chuva, a tua Palavra, e se espalhe como orvalho, como chuvisco na relva, como aguaceiro na grama: Amém! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=q9xITDOJ3gU)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 22,34-40

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Jesus continua em Jerusalém, centro religioso, cultural e econômico de Israel, que está sob o domínio romano

·      Jesus já havia enfrentado sem meias palavras os sacerdotes, os saduceus e os herodianos

·      Agora, os fariseus se juntam a eles para mais uma tentativa de colocar Jesus em maus lençóis

·      Eles desafiam Jesus e colocar ordem e hierarquia nas centenas de mandamentos e proibições que a lei impunha ao povo

·      Jesus aproveita a oportunidade e sublinha, mais uma vez, que o centro da vida cristã é o amor a Deus e ao próximo

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome cada expressão de Jesus, permitindo que repercutam profundamente em sua vida

·      Que ressonância tem para você as expressões “de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”?

·      Como podemos viver um amor lúcido e racionalmente orientado, um amor encarnado nos gestos cotidianos e um amor decidido, sensível e humano?

·      Poderíamos estabelecer esse amor como a regra-mestra das relações intrafamiliares e de vizinhança?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com o mantra: Onde reina o amor, fraterno amor... Onde reina o amor, Deus aí está! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=UpmnLAfCO0o)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

A pastoral em chave missionária exige o abandono deste cômodo critério pastoral: «fez-se sempre assim». Convido todos a serem ousados e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores das respectivas comunidades (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 33).

 

LEITURA COMPLEMENTAR

Todas as leis do Antigo Testamento tinham um único objetivo: tornar possível a vivência da fé e a convivência humana. Com o passar do tempo, perdeu-se o espírito da lei e começou-se a valorizar a lei pela lei, ou seja, o que era meio, virou fim, sem se importar com o objetivo destas mesmas leis.

Os rabinos então fizeram uma síntese, que resultou em 365 proibições e 248 prescrições. Eles davam a cada lei o mesmo valor. Diante deste peso insuportável das 613 leis e da reiterada tentativa de sintetizar e chegar ao âmago de toda lei, houve muitos debates. É neste contexto que um legista quer embaraçar Jesus. Jesus não olha para as leis como fins, mas dá a elas o seu devido lugar, como o verdadeiro intérprete da lei. Para ele, tudo converge para o amor a Deus e o amor ao próximo.

Neste duplo mandamento está presente e dinâmico o espírito de toda a lei, pois deste duplo amor depende toda Bíblia (a lei e os profetas). Toda revelação foi dada à humanidade por um só amor: amor de Deus que se expressa no amor ao próximo. Tudo o mais, são maneiras concretas de viabilizar a prática deste amor.

Muito mais do que se preocupar com uma lista infindável de leis e querer saber qual é mais importante, o cristão deve ter em mente isso: amar a Deus e ao próximo. São Paulo diz: “toda a lei encontra o seu cumprimento nesta única palavra: ‘amarás o teu próximo como a ti mesmo’” (Gl 5,14). Este amor ao próximo é também o verdadeiro amor a Deus, pois quem ama os filhos, ama o Pai.

Quando as leis ajudam a viver este amor, são boas. Quando já não servem, devem ser abandonadas, como o fez Jesus: ele transgrediu abertamente as leis de pureza e tantas outras leis, como o sábado, alimentos etc.

 (Grupo de Biblistas da ESTEF)

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