Dia 25
de Outubro | Domingo | 30ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (22,34-40)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana
com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo
ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra
de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo
com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da
fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de restrições
à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de
Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: Desça como a chuva, a tua Palavra, e se
espalhe como orvalho, como chuvisco na relva, como aguaceiro na grama: Amém! (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=q9xITDOJ3gU)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Mateus 22,34-40
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Jesus continua em Jerusalém, centro
religioso, cultural e econômico de Israel, que está sob o domínio romano
· Jesus já havia enfrentado sem meias
palavras os sacerdotes, os saduceus e os herodianos
· Agora, os fariseus se juntam a eles
para mais uma tentativa de colocar Jesus em maus lençóis
· Eles desafiam Jesus e colocar ordem e
hierarquia nas centenas de mandamentos e proibições que a lei impunha ao povo
· Jesus aproveita a oportunidade e
sublinha, mais uma vez, que o centro da vida cristã é o amor a Deus e ao
próximo
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome cada expressão de Jesus,
permitindo que repercutam profundamente em sua vida
· Que ressonância tem para você as
expressões “de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu
entendimento”?
· Como podemos viver um amor lúcido e
racionalmente orientado, um amor encarnado nos gestos cotidianos e um amor
decidido, sensível e humano?
· Poderíamos estabelecer esse amor como
a regra-mestra das relações intrafamiliares e de vizinhança?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com o mantra: Onde reina o amor, fraterno amor... Onde
reina o amor, Deus aí está! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=UpmnLAfCO0o)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“A
pastoral em chave missionária exige o abandono deste cômodo critério pastoral:
«fez-se sempre assim». Convido todos a
serem ousados e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as estruturas,
o estilo e os métodos evangelizadores das respectivas comunidades” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 33).
LEITURA
COMPLEMENTAR
Todas
as leis do Antigo Testamento tinham um único objetivo: tornar possível a vivência da fé e a
convivência humana. Com o passar do tempo, perdeu-se o espírito da lei e
começou-se a valorizar a lei pela lei, ou seja, o que era meio, virou fim, sem
se importar com o objetivo destas mesmas leis.
Os
rabinos então fizeram uma síntese, que resultou em 365 proibições e 248
prescrições. Eles davam a cada lei o mesmo valor. Diante deste peso
insuportável das 613 leis e da reiterada tentativa de sintetizar e chegar ao
âmago de toda lei, houve muitos debates. É neste contexto que um legista quer
embaraçar Jesus. Jesus não olha para as leis como fins, mas dá a elas o seu devido lugar, como
o verdadeiro intérprete da lei. Para ele, tudo converge para o amor a Deus e o amor ao próximo.
Neste
duplo mandamento está presente e dinâmico o espírito de toda a lei, pois deste
duplo amor depende toda Bíblia (a lei e os profetas). Toda revelação foi dada à humanidade por um
só amor: amor de Deus que se expressa no amor ao próximo. Tudo o mais,
são maneiras concretas de viabilizar a prática deste amor.
Muito
mais do que se preocupar com uma lista infindável de leis e querer saber qual é
mais importante, o cristão deve ter em mente isso: amar a Deus e ao próximo.
São Paulo diz: “toda a lei encontra o seu cumprimento nesta única palavra:
‘amarás o teu próximo como a ti mesmo’” (Gl 5,14). Este amor ao próximo é também o verdadeiro amor a Deus, pois
quem ama os filhos, ama o Pai.
Quando
as leis ajudam a viver este amor, são boas. Quando já não servem, devem ser
abandonadas, como o fez Jesus: ele transgrediu abertamente as leis de pureza e
tantas outras leis, como o sábado, alimentos etc.
(Grupo de Biblistas da ESTEF)
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