Dia 14
de Outubro | Quarta-feira | 28ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (11,42-46)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana
com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo
ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra
de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo
com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da
fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de restrições
à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de
Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: Palavras de salvação somente o céu tem pra
dar, por isso meu coração se abre para escutar! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=n0F2h0BIC54)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 11,42-46
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Em Jerusalém, Jesus prossegue seu
confronto com os fariseus e os dirigentes do judaísmo, hoje, com os fariseus e
mestres da lei
· Mesmo na condição de hóspede do
fariseu, Jesus escancara a hipocrisia da piedade deles, e o poder opressor que
exercem
· Para Jesus, a atitude religiosa
fundamental é a prática do amor solidário com as pessoas vulneráveis e
necessitadas
· Neste trecho do Evangelho, Jesus faz
duas acusações aos fariseus, e uma aos mestres da lei
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Reconstrua mentalmente a cena na casa
do fariseu, participe dela, escute cada acusação que Jesus dirige ao seu grupo
· Será que nós, que exercemos alguma
liderança em nossa comunidade de fé, não somos parecidos com os fariseus?
· Onde nossas incoerências e nossa
hipocrisia se mostram mais? Em que situações somos como sepulturas que ninguém
vê e, por isso, pisam nelas e se contaminam?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Procure identificar onde e em que você
vive de um modo falso e incoerente, e peça a Jesus a graça da coerência
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· O que nós e nossas comunidades
precisamos fazer para entrar num caminho de coerência e mudança de atitude?
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com a canção: Pão em todas as mesas! Da páscoa nova, a
certeza: a festa haverá, e o povo a cantar: Aleluia! (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X0YeYBEM-SI)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Estamos prontos a acolher a
presença do Espírito Santo na nossa vida, a ouvir o chamado à missão quer no
caminho do matrimônio, quer no da virgindade consagrada ou do sacerdócio
ordenado e, em todo o caso, na vida comum de todos os dias?” (Papa Francisco, Dia
Mundial das Missões, 2020).
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
Não esqueçamos que, segundo Lucas, Jesus pronuncia essa série de
advertências aos fariseus estando na casa de um deles! A expressão “ai de vós!”
é própria dos profetas e profetizas de Israel, recorrente nos apelos à
conversão em situações de pecado e injustiça social, já que são essas situações
que atraem a ruína da sociedade.
A primeira crítica ou
denúncia de Jesus aos fariseus põe em evidência a obsessão deles pelos detalhes
insignificantes das leis, enquanto ignoram olimpicamente aquilo que é
transcendente e essencial, que é a prática do amor e da justiça em favor das pessoas
desamparadas. Eles se apegam à exterioridade e às coisas secundárias.
A segunda acusação é a
reivindicação de prioridade, honra e privilégio, uma espécie de gosto pelo
exibicionismo. No fundo, querem ser considerados os mais perfeitos, os mais
honrados e os mais importantes, sem se preocuparem com a incoerência com aquilo
que creem e ensinam. Assim, vivem o contrário daquilo que ensinam, e o que
fazem é colocar fardos pesados nas costas dos mais pobres.
A terceira crítica é de
falsidade ou hipocrisia, de demonstrar uma piedade que não vivem, de esconder a
podridão interior sob uma roupagem de piedade. É nisso que se parecem com
sepulturas disfarçadas, comportamento que leva os fiéis a andar por caminhos
errados e a pisar sobre imundícies sem darem-se conta.
Para a elite dirigente do judaísmo, essa fala de Jesus ressoa como
acusação e insulto, e este chapéu acaba servindo também à cabeça dos mestres da
lei. Mais que uma espécie de ira santa contra alguns, Jesus expressa seu amor
solidário pelas vítimas desses comportamentos.
(Itacir
Brassiani msf)
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