terça-feira, 13 de outubro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (14.10.2020)

Dia 14 de Outubro | Quarta-feira | 28ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (11,42-46)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Palavras de salvação somente o céu tem pra dar, por isso meu coração se abre para escutar! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=n0F2h0BIC54)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 11,42-46

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Em Jerusalém, Jesus prossegue seu confronto com os fariseus e os dirigentes do judaísmo, hoje, com os fariseus e mestres da lei

·      Mesmo na condição de hóspede do fariseu, Jesus escancara a hipocrisia da piedade deles, e o poder opressor que exercem

·      Para Jesus, a atitude religiosa fundamental é a prática do amor solidário com as pessoas vulneráveis e necessitadas

·      Neste trecho do Evangelho, Jesus faz duas acusações aos fariseus, e uma aos mestres da lei  

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Reconstrua mentalmente a cena na casa do fariseu, participe dela, escute cada acusação que Jesus dirige ao seu grupo

·      Será que nós, que exercemos alguma liderança em nossa comunidade de fé, não somos parecidos com os fariseus?

·      Onde nossas incoerências e nossa hipocrisia se mostram mais? Em que situações somos como sepulturas que ninguém vê e, por isso, pisam nelas e se contaminam?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Procure identificar onde e em que você vive de um modo falso e incoerente, e peça a Jesus a graça da coerência

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·      O que nós e nossas comunidades precisamos fazer para entrar num caminho de coerência e mudança de atitude?

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção: Pão em todas as mesas! Da páscoa nova, a certeza: a festa haverá, e o povo a cantar: Aleluia! (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X0YeYBEM-SI)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

“Estamos prontos a acolher a presença do Espírito Santo na nossa vida, a ouvir o chamado à missão quer no caminho do matrimônio, quer no da virgindade consagrada ou do sacerdócio ordenado e, em todo o caso, na vida comum de todos os dias?” (Papa Francisco, Dia Mundial das Missões, 2020).

 

ELEMENTOS COMPLEMENTARES

Não esqueçamos que, segundo Lucas, Jesus pronuncia essa série de advertências aos fariseus estando na casa de um deles! A expressão “ai de vós!” é própria dos profetas e profetizas de Israel, recorrente nos apelos à conversão em situações de pecado e injustiça social, já que são essas situações que atraem a ruína da sociedade.

A primeira crítica ou denúncia de Jesus aos fariseus põe em evidência a obsessão deles pelos detalhes insignificantes das leis, enquanto ignoram olimpicamente aquilo que é transcendente e essencial, que é a prática do amor e da justiça em favor das pessoas desamparadas. Eles se apegam à exterioridade e às coisas secundárias.

A segunda acusação é a reivindicação de prioridade, honra e privilégio, uma espécie de gosto pelo exibicionismo. No fundo, querem ser considerados os mais perfeitos, os mais honrados e os mais importantes, sem se preocuparem com a incoerência com aquilo que creem e ensinam. Assim, vivem o contrário daquilo que ensinam, e o que fazem é colocar fardos pesados nas costas dos mais pobres.

A terceira crítica é de falsidade ou hipocrisia, de demonstrar uma piedade que não vivem, de esconder a podridão interior sob uma roupagem de piedade. É nisso que se parecem com sepulturas disfarçadas, comportamento que leva os fiéis a andar por caminhos errados e a pisar sobre imundícies sem darem-se conta.

Para a elite dirigente do judaísmo, essa fala de Jesus ressoa como acusação e insulto, e este chapéu acaba servindo também à cabeça dos mestres da lei. Mais que uma espécie de ira santa contra alguns, Jesus expressa seu amor solidário pelas vítimas desses comportamentos.

 (Itacir Brassiani msf)

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